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Universidade Federal de Goiás
bloco de concreto

Estudante da UFG desenvolve bloco de concreto inovador

Em 25/07/22 16:43. Atualizada em 25/07/22 16:45.

Modelo tem um desempenho térmico superior e pode ser utilizado na construção de habitações sociais

Janyelle da Mata

Em um país tropical como o Brasil, é de interesse da população que as casas, escolas, e prédios em geral proporcionem conforto térmico aos usuários. Os blocos de concreto mais utilizados no mercado da construção civil têm o desempenho térmico mínimo, proporcionando o mínimo de conforto. A pesquisadora Marília Guimarães Rodrigues, influenciada por colegas da Arquitetura, desenvolveu um bloco de concreto com geometria inovadora e desempenho intermediário que proporciona um nível de conforto a mais para o usuário.

A pesquisa “Simulação numérica do Desempenho Térmico de Alvenaria Construída com Blocos de Concreto” foi desenvolvida pela pesquisadora Marília Guimarães Rodrigues e orientada pelo professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás (EECA-UFG), Janes Cleiton Alves de Oliveira. A ideia da pesquisa surgiu a partir do trabalho dos arquitetos Miguel Niño e Johanna Navarro, que desenvolveram um bloco cerâmico com formato inovador. Marília fez a tentativa de replicabilidade desse bloco cerâmico, mas não obteve sucesso. “O molde criado por Navarro e Niño não foi viável para o concreto, por isso modificamos o formato durante a pesquisa”, afirmou Marília Guimarães. 

O modelo proposto pela pesquisadora da UFG traz para as edificações um desempenho térmico melhor, e ainda proporciona movimento para a arquitetura da fachada.Ela explicou que a inovação do bloco está em sua geometria. Blocos tradicionais têm uma camada de concreto, uma de ar e outra de concreto. No novo modelo, foi adicionado mais uma camada de ar e outra de concreto. O exemplar desenvolvido por Marília tem um lado reto e outro na diagonal. 

bloco de concreto
Blocos de concreto desenvolvidos por Marília Guimarães Rodrigues na UFG. (Créditos: Marília Guimarães Rodrigues)

 

Metodologia 

A pesquisa consistiu em cálculos de transmitância e capacidade térmica, que permitem avaliar o comportamento de um fechamento opaco frente à transmissão de calor e  determina se o material retém mais ou menos calor. Com a comprovação numérica que a geometria do bloco seria viável, foram realizados ensaios de compressão, para testar a resistência do bloco. Marília explicou que os blocos estavam dentro da norma brasileira 6139 e que o mesmo apresentou maior resistência devido a sua área ser maior, e no ensaio de prisma sua porcentagem também foi maior, ou seja o bloco adaptado se mostrou mais eficiente no ensaio de resistência à compressão. 

Com a aprovação do bloco foram feitas simulações computacionais. Marília explicou que o programa usado foi o  EnergyPlus por ser um programa Open Source, facilitando assim o desenvolvimento da pesquisa, pois com ele é possível fazer ensaios numéricos de forma gratuita. Para a simulação no programa, a pesquisadora desenhou a edificação e especificou os materiais utilizados. Foram feitas quatro representações, uma utilizando o modelo real, exigida pela norma 15.575; outra com todas as paredes com o novo bloco; uma utilizando apenas uma parede com o novo bloco; e outra com o bloco de concreto convencional. Para poder avaliar a melhora na temperatura das edificações. 

Para comprovar a performance térmica do bloco, foi utilizado a norma brasileira 15.575, que trata do desempenho de edificações habitacionais. Em conclusão, o bloco desenvolvido por Marília alcança o desempenho térmico intermediário, enquanto o bloco tradicional chega no desempenho mínimo. A pesquisadora pontua que o resultado atingido é importante porque os blocos de concreto são muito utilizados em habitações sociais, onde não é comum a instalação de aparelhos de ar-condicionado .

Em razão da pandemia da covid-19, o bloco não pôde ser avaliado em construções de habitações. “Um desejo meu e do meu orientador Janes é utilizá-lo em obra o mais breve possível”, contou Marília.  





Fonte: Secom UFG

Categorias: Tecnologia EECA