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Universidade Federal de Goiás
Inova

INOVA

Em 16/08/22 14:46. Atualizada em 16/08/22 14:48.

Por que observar indicadores de inovação para estabelecer metas de internacionalização?

Tatiana Ertner*

O estabelecimento de alianças é o fundamento principal  das políticas de pesquisa e inovação e é orientado pela aplicação do conhecimento dos parceiros no tema da pesquisa, com o foco principal do desenvolvimento em seu sentido mais amplo.

Pensando em como se dá o desenvolvimento inovador, fatalmente ocorre a prospecção de parceiros sem que fronteiras geográficas, mas também culturais, econômicas  e sociais sejam barreiras. Isso quer dizer que as políticas de pesquisa e inovação, invariavelmente, se utilizam da internacionalização como uma ferramenta, uma vez que a busca por parceiros se dá, baseando-se em excelência e expressão internacional, de modo que os resultados esperados possam ser imbuídos, desde o início, de confiabilidade.

De outro modo, alianças bem prospectadas constituem estratégia para uma eficiente internacionalização universitária. Devido a isso, muitas estratégias se baseiam no incentivo à parceria prospectada pelos próprios pesquisadores, pois as escolhas de parceiros para pesquisas conjuntas se baseiam na capacidade produtiva dos potenciais parceiros e na reputação tanto do pesquisador, quanto da instituição. Essas informações podem, bem rapidamente, ser acessadas no portfólio de propriedade intelectual da instituição, para se avaliar seu desenvolvimento e sua gestão, o que é informação primordial para entender a capacidade do parceiro, ainda mais se aliada à informações sobre o meio, aspectos financeiros relacionados aos desenvolvimentos de pesquisa, regionais, de capacitação de recursos humanos e gênero.

Todas essas associações são possíveis através dos indicadores de inovação, em especial, os indicadores que revelam informações sobre patentes, sobre pedidos de patentes com depósito internacional e sobre processos de transferência de tecnologia. Em um segundo plano, esses indicadores também revelam as áreas de concentração mais promissoras para parcerias em pesquisa e inovação, a inserção em mercados distintos e a influência que o parceiro exerce sobre os “consumidores”.

Um exemplo de sucesso é o que vem sendo desenvolvido na União Europeia que, com o objetivo de promover a inovação, ciência e tecnologia de excelência e sem fronteiras, criou em 2000 a European Research Area (ERA).  A organização avaliou e redefiniu as ações prioritárias, colocando as universidades como atores centrais das ações, cujo foco principal é a internacionalização dos saberes, das capacidades e, por fim, da produção. 

Os países, como a Alemanha, que buscam pela excelência, pelo desenvolvimento de um potencial de inovação internacional e pela responsabilidade internacional, logo consideraram que devem monitorar constantemente o compartilhamento de dados e a proteção da propriedade intelectual.

Com esse foco e com essas informações, a Alemanha tem pautado suas ações, principalmente pela internacionalização do ensino superior, por ser uma área-chave da cooperação internacional.

Como exemplo de indicador produzido pela ERA e que é amplamente divulgado como norteador para as ações em cada país está o Adjusted REI (Adjusted Research Excellence Indicator) que considera 4 partícipes em igual peso: 1) os 10% artigos científicos mais citados, por número de publicações; 2) o número de depósitos de patentes internacionais (PCT), 3) o número de bolsas ERC (conferida a pesquisadores de excelência) e 4) o número de participações no programa Marie Sklodowska Curie, para estudantes que desejam realizar suas pesquisas em países estrangeiros.

Nota-se, portanto, que também internacionalização a proteção intelectual são consideradas para compor o que é um indicador de excelência, em termos de inovação e pesquisa, não só produção científica. 

A UFG, por sua vez, apresenta esses dados para a avaliação, quando prospectada. Dados sobre internacionalização são disponíveis no painel Analisa UFG (https://analisa.ufg.br/p/39619-internacionalizacao ), em gráficos dinâmicos, de modo que a informação que se busca pode prontamente ser obtida, por meio da combinação dos filtros disponíveis. Aliando essas informações com as que estão disponíveis na vitrine tecnológica da Plataforma PITT (https://pitt.prpi.ufg.br/pitt/ ), as informações de proteção intelectual podem ser recuperadas e uma análise completa pode ser realizada!

A UFG, buscando cumprir seus objetivos de internacionalização, está, portanto, bem equipada de fontes de informação, que permitem acesso às informações pertinentes para a avaliação quanto à sua capacidade de parceria por um potencial parceiro internacional. Assim como cada um de nós, que podemos dispor dessas informações e realizar nossas avaliações e prospecções, para que novas e grandes ideias tomem força e contribuam para a confiabilidade do que se produz na UFG!

 

*Tatiana Duque Martins Ertner de Almeida é professora do Instituto de Química, presidente da Comitê Interno de Internacionalização do IQ, mantém linhas de pesquisa sobre propriedade intelectual, projetos de extensão de PI no ensino básico e coordena o curso de especialização em Propriedade Industrial da UFG

 

O Jornal UFG não endossa as opiniões dos artigos e colunas, de inteira responsabilidade de seus autores.

 

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: colunistas IQ