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Universidade Federal de Goiás
Papo Musical

PAPO MUSICAL

Em 03/10/22 14:55. Atualizada em 04/01/23 13:57.

MARCOS PORTUGAL (1762-1830)

MARCOS PORTUGAL (1762-1830)

e o hino à independência do Brasil

Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1762 – 1830)

O Hino da Independência foi uma canção criada em homenagem à Independência do Brasil, conquistada em 7 de setembro de 1822. Ainda em clima das comemorações dos 200 anos dessa “independência” explanaremos sobre o hino.

Essa composição é inspirada em um poema criado por Evaristo Ferreira da Veiga (1799-1837), um escritor, poeta, jornalista, livreiro e político. Evaristo ficou conhecido por ser defensor da independência do Brasil, desenvolvendo carreira na política e elegendo-se deputado por Minas Gerais. Evaristo da Veiga também é patrono da Academia Brasileira de Letras.

Evaristo Ferreira da Veiga (1799-1837)

O que pouco se comenta é o fato da letra do Hino da Independência ter sido extraído do poema Hino Constitucional Brasiliense, escrito por Evaristo da Veiga em agosto de 1822. O poema de Evaristo da Veiga tornou-se popular e recebeu uma melodia composta por Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1762 – 1830), em 1822.

Marcos Portugal nasceu em uma família de músicos em 24 de Março de 1762, na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, e estudou música no Seminário Patriarcal, fundado por D. João V em 1713. Seu reconhecimento como músico data de 1783 quando, já autor de várias composições conhecidas e executadas, aproxima-se da família real portuguesa. Em 1792 parte para Itália e lá, conhecida como Marcos Portogallo, apresenta grande número de óperas nas cidades de Florença, Parma, Veneza, Milão, Nápoles, Ferrara e Verona. Em 1800 retorna a Lisboa já gozando de fama e assume importantes cargos musicais no Reino.

Curiosamente, embora considerado o músico mais querido do Príncipe Regente, Portugal não embarcou para o Brasil com a Família Real. Não fica estabelecida de forma definitiva a razão pela qual ele não teria acompanhado a corte ao Brasil.

Marcos Portugal chega ao Rio de Janeiro em 1811 e lá permanece até sua morte em 1830, exercendo grande influência musical e política na corte. Ao desembarcar na capital carioca foi imediatamente nomeado Mestre da Capela Real e o principal professor dos filhos de Dom Joao VI, incluído o príncipe Pedro primeiro.

Aluno do maestro, dom Pedro I, demonstrava interesse pelo ramo da música, e após a Independência do Brasil, ele resolveu produzir uma nova melodia para o Hino. Com as modificações, o Hino da Independência foi oficializado. Marcos Portugal seria então apenas o professor do autor do hino à independência.

De acordo com uma versão divulgada pelo historiador e parlamentar político, Eugênio Egas,  em 1909, a música teria sido composta pelo Imperador na tarde do mesmo dia da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822.  A versão de Eugênio Egas, por outro lado, jamais foi registrada nos jornais brasileiros de 1822 e nunca foi comprovada com documentação do período, a versão de dom Pedro I.

 Óleo sobre tela, por Auguste Bracet (1881 – 1960)
O Imperador dom Pedro I do Brasil compondo o Hino da Independência em 1822.
Coleção Museu Histórico Nacional

Já a letra do Hino Constitucional Brasiliense com música de Marcos Portugal, foi publicada pela Typographia do Diário, em 1822, conforme documentação do arquivo Nacional.

Libreto do Hino da Independência do Brasil
Fonte: Arquivo Nacioanal

Segundo relatos, com a perda de popularidade e a abdicação do Governo Imperial em 1831, o Hino da Independência, com música de Dom Pedro I, caiu no esquecimento. Nos cem anos da Independência, em 1922, o Hino voltou a ser executado com a melodia original de Marcos Portugal.

Foi na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, que o então ministro da Educação e da Saúde, Gustavo Capanema nomeou uma comissão que estabeleceu os hinos brasileiros. O Hino à Independência, como conhecemos hoje, foi finalmente regulamentado. Com o apoio do maestro Heitor Villa-Lobos, membro daquela comissão, a melodia composta por dom Pedro I foi dada como única a ser utilizada na execução do Hino.

Ouviremos uma versão do hino oficial, de um clip lançado pela TV Cultura  gravada com a Brasil Jazz Sinfônica, sob a regência do Maestro Ruriá Duprat,  gravado no Museu do Ipiranga e no Parque da Independência em maio desse ano de 2022. O museu reabriu suas portas nas comemorações dos 200 anos da independência do Brasil.

Observe! O clipe mostra imagens exclusivas dos músicos em apresentações solos executando o Hino da Independência em diferentes espaços do Museu do Ipiranga, ao mesmo tempo em que traz recortes dos operários da reforma do Museu extraindo sonoridades de suas ferramentas, num perfeito casamento, apresentando um conjunto rítmico da orquestra com sons da reforma.

 

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Fonte: Secom UFG

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