Museu do Bambu é inaugurado na UFG
Localizado na Escola de Agronomia (EA), museu conta com exposição permanente de artefatos feitos de bambu e uma sala de leitura
Larissa Rocha
Como parte das comemorações dos 10 anos da Rede Bambu Goiás, foi inaugurado nesta quarta-feira (8/3), o Museu do Bambu, um espaço voltado para a exposição de artefatos e produtos feitos a partir do bambu, que será também um lugar de incentivo a valorização desta matéria-prima no estado de Goiás, através da realização de pesquisas e do seu desenvolvimento e expansão.
A cerimônia de abertura, que foi realizada no auditório do Setor de Melhoramento Vegetal da Escola de Agronomia, contou com a ação conjunta da Rede Brasileira do Bambu (BambuBR), Rede Bambu Goiás e Escola de Agronomia (EA) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e teve apoio de diversas instituições, entre elas, da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago).
O evento teve como foco o resgate da história e trajetória do desenvolvimento desta planta no estado de Goiás e também apresentou os resultados obtidos de de pesquisas realizadas com a planta. Durante o encontro, foi demonstrado o quanto o bambu pode ser flexível seja na utilização para o desenvolvimento de artesanato, utensílios domésticos, produtos de beleza assim como na sua utilização para a produção de alimentos, tecidos, realização de obras e construções, entre outros.
Segundo o coordenador da Rede bambu Goiás, professor Rogério de Araújo Almeida, todas essas ações da rede objetivam principalmente estruturar uma cadeia produtiva do bambu no estado de Goiás. Mas além disso, tem como um dos objetivos, expandir o conhecimento acerca da planta, através da realização de oficinas, capacitações e compartilhamento de conhecimentos.
Rogério de Araújo Almeida afirma ainda que com essas buscas e estudos realizados sobre o bambu aqui no estado de Goiás, foram encontradas novas espécies de bambu, como a Guadua, que é uma espécie de bambu espinhoso, que se desenvolve muito bem em ambientes neotropicais. Esse tipo de descoberta evidencia a importância do trabalho da Rede Bambu Goiás para a comunidade científica brasileira.
Além da descoberta de novas espécies, o professor conta que foram obtidos excelentes resultados na produção de biocombustível a partir da serragem de bambu, produção de carvão, produção energética através do bambú, tratamento de esgoto industrial e doméstico em solo com plantação de bambu e muitas outras descobertas importantes para a expansão da cultura do bambu pelo País.
O curador do Espaço Bambu na UFG, Gilson Pedro Borges, afirma que, no início, o espaço contava apenas com dois livros sobre bambu, depois, com as ações realizadas, foram conseguidos artefatos feitos de bambu para compor a coleção, que, segundo ele, foi obtida totalmente através de doações. “Essa coleção cresceu bastante, o acervo foi todo catalogado, e hoje nós já passamos de 150 artefatos na coleção, todos eles feitos de bambu e temos também uma sala de leitura especializada em bambu que já ultrapassou 300 livros. Com a conclusão do museu, nós estamos entrando na Rota do Conhecimento, que é um repositório digital para os museus e laboratórios da UFG”.
O museu recebe doações de inúmeros lugares, a maioria dos produtos vieram da China, e aos poucos o número de artefatos vindos aqui do país e do estado de Goiás vem aumentando. Ao longo da inauguração foi anunciado que o museu havia recebido mais duas peças feitas a partir do bambu, um prato e um vaso ilustrado, desta vez feitos por artesãos da cidade de Goiânia. “O bambu pode se constituir em alternativa de trabalho e renda para as pessoas, tem milhares de possibilidades de uso. Ao mesmo tempo permite um ganho ambiental muito grande, uma vez que tem potencial para contribuir no tratamento de esgoto, no controle de erosões, no sequestro de carbono, então é uma planta fantástica, uma planta maravilhosa”.
A fim de incentivar as pessoas a apoiarem e participarem dessas ações, a mensagem que o professor Rogério deixou ao longo do encontro foi “plantem bambu”. Os interessados no assunto podem acompanhar de perto os resultados desenvolvidos a partir dessa matéria-prima aqui no estado pela Rede Bambu Goiás. O Museu do Bambu fica localizado no prédio da Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, logo na entrada da Escola de Agronomia. A visitação é gratuita e pode ser feita mediante agendamento, através do telefone (62) 3521-1553 ou do email raa@ufg.br. O espaço ficará aberto para visitação das 8 horas às 17 horas.
Fonte: Secom UFG
Categorias: Ciências Naturais EA