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Universidade Federal de Goiás
Salto azul

Projeto Salto Azul promove inclusão de pessoas autistas e liberdade nas alturas

Em 06/04/23 09:44. Atualizada em 06/04/23 12:37.

Ideia é fornecer visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Ana Paula Ferreira

O evento Salto Azul, idealizado pela terapeuta ocupacional Rejane Damaceno e a advogada e mestranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar de Direitos Humanos da UFG, Mariana Fernandes, apresentou sua 2ª edição no dia 26 de março. Concebido do desejo de trazer mais visibilidade à causa autista e às dificuldades que essas pessoas e seus familiares enfrentam no cotidiano, a escolha da data foi escolhida em prol do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril. 

Salto azul

Com entrada gratuita, desde sua 1º edição ocorre no SkyDive Cerrado em Anápolis, cidade a 50 km de Goiânia. O Projeto é mantido por meio de doações e patrocinadores apoiadores da causa, como a ABA + Inteligência Afetiva que abraçou o projeto desde sua 1ª edição. Segundo as idealizadoras do projeto, muito ainda é desconhecido a respeito das pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), devido a isso preconceitos e estigmas se solidificam em torno da temática. Assim sendo, projetos e ações sociais, como o Salto Azul, são de extrema importância para a quebra de paradigmas estabelecidos e o combate ao desconhecimento. 

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão dos Estados Unidos, tornou-se referência mundial a respeito de dados sobre o monitoramento de pessoas com TEA, além de estudos que examinam comportamentos de pessoas com essas condições e fatores de risco. Todos os estudos divulgados pelo CDC são comandados pelo Estudo para Explorar o Desenvolvimento Precoce (SEED), uma divisão dentro do Centro. Em consequência dos estigmas vigentes, informações errôneas se propagam a respeito da doença, devido a isso é importante salientar que o Transtorno do Espectro Autista é um deficiência de desenvolvimento acarretada por diferenças no cérebro, segundo o CDC. Muitos cientistas acreditam que o TEA tem seu início antes dos três anos de idade, sendo assim, quanto antes o diagnóstico, melhor.  

Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), divulgados recentemente em 22 de março, uma em cada 36 crianças, aos oito anos de idade, foi identificada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O estudo ainda mostra que a prevalência é 4 vezes maior para meninos do que para meninas. 

Salto Azul

Salto azul

O projeto de ampliação da visibilidade desenvolvido em Goiás tem ganhado destaque. “O Salto Azul é um projeto para conscientizar a população a respeito do autismo”, destaca uma das idealizadoras, a terapeuta Rejane Damaceno, que trabalha há 13 anos com crianças autistas. A terapeuta quis criar uma analogia com a vida de paraquedista e a sensação dos pais quando recebem o diagnóstico de autismo, em seus filhos.  

Apesar das duas idealizadoras residirem em Goiânia, a escolha para a realização do evento, em Anápolis, ocorreu porque na cidade fica localizada a única escola de paraquedismo do estado de Goiás. “Quando apresentamos a causa para eles, eles logo abraçaram”, contam as realizadoras a respeito da receptividade da escola de paraquedismo que se tornou uma das patrocinadoras do Projeto. 

Com o objetivo de trazer mais visibilidade à causa e em consequência de combater o preconceito que cerca o TEA, as idealizadoras ressaltaram que o Projeto tem a intenção de incluir e, pensando nisso, várias atividades e espaços foram pensados para abraçar tanto as crianças que estiveram presentes quanto adultos que têm o diagnóstico.

“Nesta 2ª edição tivemos uma sala sensorial, levamos uma ala do Espaço Damaceno para o evento”, destacou a advogada Mariana Fernandes, também idealizadora do Projeto.  Como explicam as criadoras, essa sala foi pensada justamente para ajudar com a disfunção do processamento sensorial, que afeta as pessoas diagnosticadas com TEA. Além do espaço, de acomodação sensorial, contou ainda com outros profissionais, como psicólogos, psicomotricista e terapeutas ocupacionais,  disponíveis para auxiliar e tornar a experiência o mais aconchegante possível. 

Resultados

“Queremos levar o Projeto do Salto Azul para o mundo todo, porque quanto mais pessoas conhecerem , mais iremos conscientizar", conta Rejane, ao mencionar que o Projeto já foi realizado na Austrália e Argentina. Como relata Rejane, a intervenção precoce é muito importante na ajuda do tratamento de pessoas com autismo. E o projeto, ao trazer visibilidade para a causa, pode ajudar pessoas adultas que não sabem que têm autismo. “De certa forma é um alívio quando recebe o diagnóstico dentro do Espectro. É libertador”. 

Além dos saltos que aconteceram fora do Brasil, há projeções para expandir o Projeto para outros estados do país, como o de Piracicaba, São Paulo, que está planejado para o final do mês de abril. “Como falamos de redes sociais, há muitos compartilhamentos e por isso não temos como mensurar em números”, menciona Mariana ao falar a respeito das projeções do impacto do Projeto na causa autista. 

Fonte: Secom UFG

Categorias: Saúde