Laboratório da Faculdade de Farmácia adquire equipamento único na América Latina
O aparelho quantifica eventos biológicos e produz imagens em profundidade de células e tecidos
O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Toxicologia In Vitro da Faculdade de Farmácia da UFG (Tox In-FF/UFG), uma das unidades que compõem os Laboratórios Integrados para Inovação em Ciências Farmacêuticas (LIFE/UFG), instalados no Parque Tecnológico Samambaia da UFG (PTS/UFG), adquiriu recentemente um equipamento conhecido como High Content Analysis (HCA). O equipamento é capaz de produzir imagens de altíssima qualidade e em profundidade de células e tecidos humanos, animais e vegetais, além de quantificar eventos biológicos em escala.
De acordo com a professora Marize Valadares, coordenadora do Laboratório Tox In/UFG, esse aparelho, na configuração em que foi adquirido, é único na América Latina, custou cerca de R$ 2 milhões e foi adquirido com verba pública oriunda do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A coordenadora explica que o equipamento será multiusuário - poderá ser utilizado em qualquer investigação que necessite realizar análises biológicas e trabalhe com células ou tecidos humanos, animais e vegetais, desde que de acordo com as regras de uso do laboratório. Ou seja, sua aplicação vai além das ciências da saúde e pode ter grande relevância em estudos nas áreas da biologia, agronomia, veterinária, entre outras.
Ainda segundo Marize, o dispositivo estará à disposição de toda comunidade universitária e científica brasileira, bem como de empresas e indústrias que demandem serviços tecnológicos avançados, como a indústria farmacêutica. Para a comunidade externa à UFG, o acesso ao equipamento poderá ser feito por meio de parcerias entre empresas e a Universidade para desenvolvimento de pesquisas ou por meio da prestação de serviços tecnológicos especializados via Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape).
Como o equipamento foi adquirido
Em 2020, o Laboratório Tox In/UFG foi selecionado em um edital de financiamento de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de Terapias Avançadas. Esse tipo de terapia utiliza produtos biológicos, obtidos a partir de células e tecidos humanos ou ácidos nucleicos recombinantes (DNA ou RNA), para tratar enfermidades complexas.
O projeto proposto pelo Laboratório tem por objetivo final desenvolver protótipos para um tratamento para a doença conhecida como Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) que causa lesão progressiva da área central da retina e pode levar a perda gradual da visão central.
A enfermidade está relacionada à perda das chamadas células pigmentadas da retina (RPEs) e a pesquisa busca transformar células-tronco de origem dentária nessas unidades celulares responsáveis por levar nutrientes e oxigênio às células fotorreceptoras (bastonetes e cones) da retina.
A pesquisa já conseguiu desenvolver uma membrana que servirá para ancorar as células-tronco. Uma ideia é implantar essas células-tronco ancoradas na região lesionada e avaliar se elas conseguem se especializar em células oculares.
Outro desafio que está sendo enfrentado pela investigação é a tentativa de transformar in vitro as células-tronco em células pigmentadas da retina por indução, a partir de fatores específicos de crescimento e especialização celular. Para auxiliar neste desafio do projeto a pesquisadora conta ainda com o suporte de pesquisadores da Universidade de Tubingen na Alemanha, em uma parceria recém firmada.
Foi justamente para conseguir avanços nesses experimentos que o projeto teve a necessidade de adquirir o High Content Analysis (HCA) que agora está à disposição da sociedade, em especial da comunidade científica e do setor produtivo.
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