Instituto de física retoma projeto de debate científico
Café com ciência volta a suas atividades de modo presencial depois da pandemia
Jayme Leno
Retomando as atividades presenciais, o projeto Café com Ciência recebeu no anfiteatro do Instituto de Física (IF) no dia 31 de agosto, a apresentação do professor José Alexandre Diniz Filho, docente do curso de Ecologia e Evolução da Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestre e doutor em Ciências Biológicas (Zoologia), José Alexandre abordou o questionamento que a sociedade tem em relação à ciência e a relação de troca que ela tem com a universidade.
A nova temporada do evento teve a presença de vários docentes e discentes de vários cursos da UFG. Para introduzir o segmento do programa, o palestrante ressaltou que a ciência afeta a sociedade, e vice-versa. Principalmente a partir da 2ª guerra mundial, o mundo deixou de enxergar o modo científico de um jeito romantizado e começou a associá-lo a problemas trazidos pelos avanços tecnológicos. Com essa descrença surgem os negacionistas, que descredibilizam o conhecimento empírico e questionam os avanços sociais.
Ele explicou que a concepção do progresso científico/tecnológico na história da humanidade se dá em descompasso, pois quanto mais avança o conhecimento operacional e “racional”, maior será a variação. E um dos principais fatores que leva a essa variação são os interesses políticos, sociais e econômicos, levando a população ao negacionismo e fundamentalismo religioso.
Relação ciência e sociedade
Não há como desvincular a humanidade do fazer científico, visto que o cientista é um ser humano. E nosso cérebro é composto por três paradigmas: toda pessoa, segundo José Alexandre, possui sentimentos primitivos, isto é, emoções que são coisas biológicas herdadas dos nossos ancestrais; autoestima medieval, não sabemos muito bem o lugar que temos no planeta e não temos muita clareza do que fizemos; e possuímos uma tecnologia muito avançada, que vai muito além da capacidade de compreensão de muitas pessoas.
“Diante da combinação desses fatores, gera-se muitos problemas que conflitam a ideia científica de que estamos apenas avançando. O veloz avanço tecnológico faz com que tenhamos um descompasso com a sociedade onde o ponto máximo da evolução continua a crescer e o mínimo do conhecimento popular permanece no mesmo lugar”, afirma o professor.
José Alexandre ressalta que deve-se acreditar e avançar nos conhecimentos científicos, mas também reconhecer as séries de efeitos colaterais que, por grande parte, foram causadas pela própria maneira de se pensar ciência. Além de revisitar essa ideia para melhorar esse problema da pseudociência.
Café com Ciência
O programa tem como objetivo, incentivar o debate no ambiente acadêmico e fomentar a troca de conhecimentos entre as áreas da ciência, além de oferecer algo que muitos gostam, o cafezinho. A Iniciativa teve reabertura com o Professor José, mas tem a meta de realizar vários encontros daqui em diante. As palestras são abertas para toda comunidade acadêmica, se você tiver interesse em participar do próximo encontro, fique ligado nas redes sociais @if_ufg, pois eles anunciaram o tema, o dia e o local desse debate.
Fonte: Secom UFG
Categorias: divulgação científica Ciências Naturais IF Café com Ciência