Ricardo Lima

As chamadas cidades inteligentes são centros urbanos que empregam tecnologia e dados para aprimorar a vida dos cidadãos, otimizar a eficiência dos serviços e fomentar o crescimento econômico de maneira sustentável. Esses núcleos urbanos tecnológicos proporcionam uma melhoria significativa na qualidade de vida, ao mesmo tempo em que impulsionam a economia e reforçam a sustentabilidade ambiental.

Mas qual o papel dos engenheiros nessas cidades do futuro? Essa relação é abordada no livro What Every Engineer Should Know About Smart Cities (O que todo engenheiro deveria saber sobre cidades inteligentes, em tradução livre), de autoria do professor Valdemar Vicente Graciano Neto, do Instituto de Informática (INF) da Universidade Federal de Goiás (UFG), em coautoria com Mohamad Kassab, professor da Penn State University, nos Estados Unidos.

A obra permite aos leitores uma compreensão mais aprofundada do papel crucial que a tecnologia desempenha na transformação das cidades em centros urbanos mais inteligentes e eficientes. No que diz respeito aos profissionais de engenharia, Valdemar ressalta a capacidade dos engenheiros de transformar ambientes.

"Os engenheiros podem ser esses elementos de transformação através da inovação e da criação de novas empresas", ressalta. De acordo com o autor, esses profissionais têm a habilidade de exercer seu potencial criativo e inovador, contribuindo para a concepção de serviços e tecnologias de cidades inteligentes não apenas em ambientes corporativos, mas também no mercado de trabalho como um todo.

Destinada a leitores de múltiplas áreas profissionais e estudantes de cursos como Computação, Arquitetura e as diversas Engenharias, a obra aborda uma variedade de tópicos. Os assuntos tratados vão desde planejamento urbano para mobilidade, tráfego inteligente, simuladores e Agricultura 4.0 até prédios e casas inteligentes, saúde, gêmeos digitais e blockchain. Além disso, apresenta um estudo de caso real conduzido em uma cidade do Rio Grande do Sul.

Professor Valdemar Vicente Neto, do INF, autor do livro sobre cidades inteligentes (Foto: Arquivo Pessoal)

Inovação
Em seus estudos, o professor do INF destaca dois grandes passos no desenvolvimento de cidades inteligentes. O primeiro é a criação da infraestrutura tecnológica necessária para prover soluções, como a implementação de redes, sensores e antenas. Um exemplo é o da prefeitura de Aparecida de Goiânia, que distribuiu cabos de fibra ótica por toda a cidade para prover conexão de banda larga e alta velocidade. O segundo passo é a criação de soluções usando essa infraestrutura.

O professor sugere que, mesmo com toda a infraestrutura tecnológica disponível, o desafio real surge quando se trata de aplicá-la de maneira eficaz. Nesse contexto, a criatividade é um recurso valioso para os engenheiros de cidades inteligentes, pois eles precisam entender como usar os recursos tecnológicos disponíveis para conceber soluções de software que facilitem a vida no ambiente urbano.

Iniciativas locais
O livro também explora iniciativas globais e locais em cidades inteligentes, incluindo algumas existentes na própria UFG. "Uma das coisas que o livro traz é justamente a visibilidade de algumas iniciativas que temos em cidades inteligentes aqui mesmo no estado", pontua Valdemar. Como exemplo, o professor menciona uma iniciativa de coleta seletiva inteligente no INF, assim como um carro autônomo que fica na entrada desta unidade acadêmica.