Eduardo Bandeira
Guilherme Oliveira

A experiência e a trajetória da Comunidade Black Stars foram os temas da 29ª edição da Hora Lapei, evento promovido pelo Laboratório de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação da Universidade Federal de Goiás (UFG). Os fundadores e líderes da comunidade, Franklin Bonfim e Suellen Bastos, juntamente com a empreendedora Maria Jardim Black, compartilharam suas visões e experiências inspiradoras sobre como estão promovendo o empreendedorismo entre pessoas negras. O evento foi transmitido no canal Lapei-UFG no YouTube, no dia 1º de novembro.

Franklin contou que a iniciativa nasceu no fim de 2022, no evento Campus Party. Ele percebeu que havia necessidade de mais pessoas negras em eventos voltados para a tecnologia, a inovação e o empreendedorismo. Franklin sugeriu a realização de eventos que promovessem empreendedores negros e destacou a relevância de contar com a presença de líderes negros em tais espaços para mostrar a importância da diversidade no mundo dos negócios. Além disso, propôs a disponibilização de ingressos e transporte gratuito para facilitar o acesso de pessoas negras a esses eventos, eliminando barreiras econômicas que muitas vezes as impedem de participar.

Com o tempo, a comunidade angariou participantes e notoriedade, o que fez com que os eventos convidassem membros da Black Stars para palestras. Com a missão pautada em diversidade, ascensão e inclusão, atualmente a comunidade possui mais de 270 participantes que têm vínculos com startups, e também atua na área de marketing, gestão de projetos e design. O grupo esteve presente nas edições da Campus Party de capitais como Goiânia, Brasília e São Paulo.

Assista aqui ao evento completo.

Integrantes da Comunidade Black Stars tem participado de vários eventos, como o Ideathon do Agro (Foto: Black Stars)

Oportunidade
Maria Jardim, que começou seu caminho no empreendedorismo por necessidade, compartilhou sua jornada. Ela trabalha com educação antirracista por meio da estética negra, uma área que viu como uma oportunidade para criar impacto social. Maria ressaltou a importância da coletividade e como a Comunidade Black Stars possui um grande potencial para impulsionar o empreendedorismo negro. Ela destacou a necessidade de pensar empreendedorismo não apenas como uma busca individual, mas como um esforço conjunto, onde a comunidade desempenha um papel fundamental no apoio e crescimento dos empreendedores negros.

"Muitas vezes pessoas pretas vão a eventos como esses e não veem outras pessoas pretas em lugares de fala", pontuou. Por isso, segundo a empreendedora, é cada vez mais necessário ações que visem o fortalecimento coletivo e a justiça racial. "Não existe como fazermos nada sozinhos, é um trabalho de desenvolvimento", relatou Maria.

Suellen Bastos, membro da Comunidade Black Stars desde 2018, enfatizou o crescimento e a diversidade da comunidade. Ela explicou que o objetivo é ajudar pessoas negras a crescerem em seus empreendimentos e a superarem os desafios que enfrentam. Através da troca de experiências e apoio mútuo, a Comunidade Black Stars está se tornando um ambiente propício para o desenvolvimento e o sucesso de empreendedores negros.