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Universidade Federal de Goiás
Capa microplásticos

UFG participa do maior estudo já realizado no Brasil sobre poluição por microplásticos nas regiões costeiras

Em 06/03/24 08:38. Atualizada em 07/03/24 16:38.

Pesquisadores percorrem toda a costa brasileira para coletar material e realizar diagnóstico inédito

Da Redação, com informações de Guilherme Malafaia

Considerada um problema mundial sem precedentes na história do planeta, a poluição plástica nos ecossistemas aquáticos é uma preocupação global. Os microplásticos, definidos como partículas de tamanho entre 100 nanômetros e 5 milímetros, passam facilmente pelos sistemas de filtração de água e acabam chegando aos rios, lagos e oceanos, representando uma ameaça potencial à vida aquática. Esforços têm sido mobilizados para caracterizar a presença e o risco que esses poluentes podem representar para os ambientes naturais e sua biota, bem como para a saúde humana.

Nesse sentido, os grupos dos professores Thiago Lopes Rocha e Boniek Gontijo Vaz, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp) e do Instituto de Química (IQ), respectivamente, da Universidade Federal de Goiás (UFG), fazem parte da equipe executora do maior projeto já realizado no Brasil sobre a poluição por microplásticos nas praias brasileiras.

No projeto MicroMar, coordenado pelo professor Guilherme Malafaia, do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), pesquisadores de várias instituições brasileiras reúnem esforços para a realização de um levantamento em larga escala sobre a poluição microplástica em praias ao longo de toda a costa brasileira, cujo objetivo é prover um diagnóstico atual, abrangente e inédito sobre essa temática no Brasil.

 

Pesquisa microplásticos

Pesquisador faz coleta em praia brasileira; grupo já percorreu mais de 5,5 mil quilômetros (Foto: Arquivo pessoal)

 

Coleta

Até o momento, os pesquisadores realizaram a coleta de mais de 6,7 mil amostras de areia e água em 750 praias localizadas em 300 municípios/distritos nos estados de Amapá, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Um total de 5.578 km de orla já foi percorrido ao longo de julho de 2023 e fevereiro de 2024. De acordo com o coordenador do projeto, até abril de 2024 a coleta em todos os estados brasileiros litorâneos já terá sido realizada, abrangendo uma área que vai da praia de Goiabal (no município de Calçoene, no Amapá) até a Barra do Chuí, no extremo sul do Brasil.

Com o auxílio dos grupos dos professores Thiago Rocha e Boniek Gontijo, as amostras serão analisadas em laboratório, visando a quantificação e a tipificação de microplásticos, o estabelecimento de valores de background, a construção e disponibilização de mapas de distribuição da poluição microplástica, e a determinação de índices de risco de polímero e de carga poluidora. O projeto MicroMar prevê ainda a realização de uma análise sobre as correlações entre os níveis de poluição por microplásticos nas praias e as variáveis oceanográficas, as condições ambientais e os aspectos gerais do litoral brasileiro.

"O projeto MicroMar reúne, pela primeira vez, pesquisadores de instituições sediadas em todo o Brasil em busca de prover subsídios para a tomada de decisões locais, regionais e nacional, visando a prevenção de possíveis danos e minimização de gastos futuros nas áreas ambiental e de saúde pública", salienta o professor Thiago.

 

Pesquisa microplásticos

Esforço conjunto: coleta será feita em todos os estados litorâneos brasileiros até abril 2024 (Foto: Arquivo pessoal)

 

Equipe

A equipe executora do projeto MicroMar engloba, além de pesquisadores da UFG, aqueles vinculados ao IF Goiano, Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Estadual do Amapá (UEAP), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Além disso, o projeto conta com a colaboração de pesquisadores do Catalan Institute for Water Research e University of Girona (Espanha), Universidade de Aveiro (Portugal), Jahangirnagar University (Bangladesh), Assiut University (Egito), Universidad Nacional del Sur (Argentina), Begum Rokeya University (Bangladesh), Universiti Teknologi Brunei (Brunei), Periyar University (Índia), University of Virginia (EUA) e Leibniz-Institut für Ostseeforschung Warnemünde (Alemanha).

O projeto MicroMar é um dos projetos apoiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (chamada CNPQ/MCTI-FNDCT CT-PETRO nº 43/2022), em consonância com o Programa Ciência no Mar (PCMar/MCTI) e com o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar (PNCLM)

Assista aqui ao documentário elaborado no âmbito do projeto MicroMar.

 

* Foto de capa: Maria De Moya F (Getty Images/iStockphoto).

Fonte: IF Goiano

Categorias: Meio ambiente Ciências Naturais IPTSP IQ destaque