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Universidade Federal de Goiás
Revistas predatórias

Professor alerta para o perigo de revistas predatórias

Em 18/03/24 13:03. Atualizada em 18/03/24 13:45.

Editoras usam táticas maliciosas para selecionar e publicar artigos científicos

Eduardo Araújo

A Liga Acadêmica de Educação em Saúde (Laes) da Universidade Federla de Goiás (UFG) convidou o professor Daniel Brito, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), para falar sobre o tema "A ameaça das editorias e revistas predatórias para a integridade científica". O evento foi realizado na última terça-feira (12/3), no Câmpus Samambaia.

Para contextualizar a maneira como a publicação de artigos científicos se tornou predatória ao longo do tempo, a primeira parte da palestra foi destinada à apresentação da forma tradicional dessa divulgação, na qual o leitor pagava para ter acesso ao conteúdo das editoras científicas e os autores atuavam como colaboradores das revistas.

O professor apresentou alguns obstáculos enfrentados no passado, como o alto custo das assinaturas. Além disso, a capacidade de publicação nos periódicos tradicionais era muito menor, pois havia certo limite em relação à quantidade de artigos que eram capazes de publicar. "Uma revista que propõe uma revisão cuidadosa tinha a faixa de 30 mil artigos por ano. Comparando com uma predatória, ano passado por exemplo, um periódico publicou 200 mil artigos. Isso é assustador".

Daniel elencou algumas técnicas consideradas como predatórias. As principais são as informações imprecisas sobre o corpo editorial, como nomes de pesquisadores incluídos sem conhecimento, falta de informações relevantes acerca de como entrar em contato com a equipe, e escassez de dados sobre o arquivamento digital.

Sinais

O professor continuou sua exposição alertando público para esses sinais. Mencionou ainda a necessidade de buscar histórico de fraudes e a importância de informações claras no site da revista. "Chegamos a encontrar um exemplo de uma revista predatória em que mais da metade dos artigos publicados era escrita pela mesma pessoa, além de os artigos serem incompreensíveis e processados com rapidez absurda".

O pagamento, esclarece Daniel, é a principal preocupação para essas editoras. "Se você entra na página dessas revistas e os dados não aparecem claros, se em um ou dois cliques não há informações precisas, isso é um indício preocupante".

Além disso, a quantidade de artigos retratados só no ano de 2023 dá pistas do grande número de editoras predatórias que vêm surgindo nos últimos tempos. A falta de critérios para a correção e a revisão de artigos deixa isso explícito.

Para comprovar, o docente falou de um caso interessante, em que artigos propositalmente falhos e contendo vários erros foram enviados para uma revista possivelmente predatória. Quando as pesquisas foram aceitas e publicadas sem a menor revisão, as suspeitas foram confirmadas.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Comunicação Científica Institucional ICB