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Universidade Federal de Goiás
Esclerose múltipla

Especialista do HC-UFG explica a esclerose múltipla

Em 05/06/24 09:04. Atualizada em 05/06/24 09:07.

Fadiga intensa, perda repentina de movimentos e visão embaçada são indicativos da doença

Rafael Tadashi

Fadiga intensa, perda repentina de movimentos e visão embaçada são indicativos da existência de uma doença rara que atinge 2 milhões de pessoas no mundo: a esclerose múltipla. Dados de 2022 do Ministério da Saúde estimam que no Brasil há uma incidência de aproximadamente nove casos para cada 100 mil habitantes.

Em virtude do Dia Mundial da Esclerose Múltipla, na última quinta-feira (30/5), a médica coordenadora do Centro de Referência em Diagnóstico, Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (Criem) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG/Ebserh), Denise Sisterolli, explica os principais sintomas, efeitos e causa da doença.

A esclerose múltipla (EM) é um problema neurológico caracterizado por inflamar e desmielinizar as fibras localizadas entre o cérebro e a medula. "A esclerose múltipla compromete o sistema nervoso central, provocando desmielinizacão e morte neuronal. Acomete mais mulheres e tem como sintomas importantes: neurite óptica, que pode provocar embaçamento visual e dor ocular; sintomas sensitivos como dormência, formigamento e sensação de aperto (abraço da esclerose múltipla); e sintomas motores como déficit motor com perda da força em uma perna, um braço ou nas duas pernas e/ou nos dois braços", explica a Denise.

Causa desconhecida

A especialista esclarece que a causa da EM não é inteiramente conhecida. Há participação genética, mas também há fatores ambientais, como o tabagismo, deficiência de vitamina D, tipo de alimentação, latitude em que a pessoa nasceu e vive, flora bacteriana intestinal e, principalmente, infecções virais, sendo a infecção pelo Epstein Baar com a maior evidência.

"A constatação de uma suspeita clínica é realizada pela imagem de ressonância do neuroeixo e estudo do liquor. O tratamento da esclerose é realizado em duas etapas: o tratamento agudo do surto (sintoma agudo da doença), que é realizado com pulsoterapia (doses altas de corticoide em soro), e, se necessário, pulsoterapia e/ou imunoglobulina humana. A outra etapa do tratamento é realizada com os tratamentos modificadores da doença, que são usados para diminuir o processo inflamatório e prevenir surto", afirma a médica.

Atualmente há 11 medicamentos modificadores da doença aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não há ainda cura definitiva para a EM, mas os novos medicamentos apresentam uma eficácia muito superior aos primeiros medicamentos disponíveis, melhorando muito o prognóstico da EM.

"Não há prevenção bem estabelecida, mas é importante evitar fatores que podem estar associados ao desencadeamento da doença. Atualmente existem estudos sobre vacina contra o vírus Epstein Baar, medicamentos que mudam a flora intestinal na tentativa de poder prevenir o desencadeamento da doença", finaliza a médica.

 

* Foto de capa: Getty Images/iStockphoto

Fonte: HC

Categorias: Saúde HC Notícia 6