Saiba quais são os fatores de risco
Médica do Hospital das Clínicas da UFG também fala sobre o tratamento da doença
Aparelhos são usados para monitorar os níveis de glicose no sangue (Foto: Agência Brasil)
EM SÍNTESE:
- Diabetes tipo 1 é comum em crianças e adolescentes, podendo ocorrer em adultos.
- Fatores de risco incluem introdução precoce de leite de vaca, amamentação materna insuficiente e infecções virais.
- Tratamento envolve uso contínuo de insulina e adoção de hábitos saudáveis, como dieta balanceada e atividade física.
Thalízia Ferreira
No mês em que se comemora o Dia Nacional do Diabetes (14/11), a professora e endocrinologista pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, vinculado à Rede Ebserh (HC-UFG/Ebserh), Renata Machado Pinto, fala sobre o diabetes em crianças e adolescentes. O Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela hiperglicemia, ou a glicose, o açúcar no sangue acima do normal.
De acordo com Renata, existem vários tipos de diabetes, sendo os principais o tipo 1 e o tipo 2. O tipo 1 é aquele que acontece mais tipicamente na infância e adolescência, mas que pode aparecer às vezes em adultos. O tipo 2 é mais frequente no adulto, mas pode acontecer em adolescentes e crianças, principalmente relacionado à obesidade.
"Todo diabetes tem de ser tratado com medicações para poder baixar a glicose no sangue. Mas, além disso, é fundamental que o paciente tenha hábitos saudáveis de vida. Atividade faz parte do tratamento e ajuda muito, já que o músculo em atividade retira a glicose do sangue, e, claro, a dieta também é fundamental", explica a médica.
Segundo ela, não existe uma dieta única para o diabetes. "Cada paciente vai requerer alimentos diferentes, mas todo diabético precisa verificar a quantidade e o tipo de carboidrato que vai entrar no seu corpo, já que todo carboidrato será transformado em açúcar", afirma.
Tanto no diabetes tipo 1 quanto no tipo 2, o diagnóstico é feito através de níveis altos de glicose no sangue. "No diabetes tipo 1, que é o mais frequente na infância, a criança nasce com uma predisposição genética, principalmente se há alguém com diabetes tipo 1 na família. Somado a fatores ambientais, esse risco irá desencadear a destruição das células beta pancreáticas (que produzem insulina) e, quando cerca de 80% dessas células tiverem sido eliminadas, os sintomas de diabetes surgem".
Fatores de risco
Alguns fatores podem aumentar o risco e outros servir de gatilho para antecipar o aparecimento do diabetes infantil nessa criança que tem predisposição genética, entres eles estão a introdução do leite de vaca muito precocemente (antes de um ano de idade); pouco tempo de amamentação materna e algumas infecções virais, como vírus da caxumba, rubéola e rotavírus.
O estresse emocional intenso não é causador de diabetes. "Não existe o 'diabetes emocional', mas o estresse emocional pode servir como gatilho para o aparecimento dos sintomas, já que, assim como o estresse físico decorrente de infecções, acidente ou uma cirurgia, uma alteração emocional muito forte faz com que aumentem os hormônios de estresse abrindo o diagnóstico de diabetes", explica Renata. Outros sinais de alerta incluem ter muita fome, comer muito e, mesmo assim, apresentar perda de peso, e a presença de formigas na fralda – um sinal de excesso de açúcar nessa urina.
Para o tratamento do diabetes tipo 1, é necessário usar insulina. "Existem vários tipos de insulina, mas todas de aplicação por injeção no subcutâneo e, em casos graves em internação, pode ser necessário injetar de forma endovenosa. Não existe insulina oral e a criança com diabetes tipo 1 irá precisar do seu uso por toda a vida", comenta a médica.
No HC-UFG/Ebserh, o Serviço de Endocrinologia possui ambulatórios específicos para acompanhamento de pacientes com essa doença. Há serviço de referência para acompanhamento de crianças e adultos com diabetes tipo 1, bem como ambulatório especializado para tratamento de complicações, como pé diabético. A equipe de endocrinologia também presta assistência em enfermarias a pacientes que necessitam de internação hospitalar devido a complicações agudas ou crônicas.
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Fonte: HC-UFG
Categorias: Diabetes em crianças Saúde HC Notícia 1