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Universidade Federal de Goiás
Nova margarida

Nova espécie de margarida é descoberta, mas já está ameaçada de extinção

Em 27/11/24 16:26. Atualizada em 27/11/24 16:33.

Planta foi encontrada no Espírito Santo por pesquisadores do INMA e da UFG

 

Nova margarida

Exemplar de Wunderlichia capixaba – a nova espécie de margarida – em registro feito pelos pesquisadores (Foto: Dayvid Couto/INMA)

 

EM SÍNTESE:

- Nova margarida Wunderlichia capixaba descoberta no ES, com menos de 50 indivíduos e habitat exclusivo.

- Espécie única no gênero por manter folhas durante a floração; classificada como Criticamente Ameaçada pela IUCN.

- Ameaçada por mineração, agricultura e esportes radicais; descoberta destaca urgência de proteger inselbergs da Mata Atlântica.

 

Da Redação

Pesquisadores brasileiros do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e da Universidade Federal de Goiás (UFG) anunciaram a descoberta de uma nova espécie de margarida no Espírito Santo. Batizada de Wunderlichia capixaba, a espécie pertence à família Asteraceae e foi encontrada exclusivamente na formação geológica conhecida como Pedra dos Cabritos, na comunidade de Barra Alegre, município de Castelo.

A nova espécie, apelidada de estrela-das-montanhas, foi descrita na revista científica Phytotaxa. De acordo com os pesquisadores, a planta é única por suas características morfológicas e seu habitat específico.

A espécie se destaca por apresentar folhas persistentes durante o período de floração – um traço inédito dentro do gênero Wunderlichia, composto por outras cinco espécies. "Esse hábito a diferencia das demais espécies do gênero, que perdem as folhas durante a floração", explica o professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, Aristônio Magalhães Teles.

A descoberta é resultado de um projeto de investigação da flora vascular de inselbergs (formações geológicas caracterizadas por um afloramento rochoso isolado que se eleva abruptamente acima do terreno circundante) no bioma da Mata Atlântica. Esses inselbergs são conhecidos por abrigar uma biodiversidade única, com alta taxa de endemismo e espécies ameaçadas.

Ameaças à sobrevivência

Apesar da importância científica, a Wunderlichia capixaba já enfrenta um cenário preocupante. Sua população é extremamente reduzida, estimada em menos de 50 indivíduos, e está localizada fora de áreas de conservação.

A região é impactada pela mineração de rochas ornamentais, agricultura e pecuária extensiva, além de práticas de esportes radicais como base jumping (salto de grandes alturas). Esses fatores contribuem para a degradação do habitat da planta.

Com base nos critérios da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), a espécie foi classificada como Criticamente Ameaçada. O estudo aponta que a área de ocupação da planta é de apenas quatro quilômetros quadrados, o que reforça a urgência de medidas de proteção.

O nome Wunderlichia capixaba homenageia o estado do Espírito Santo e sua biodiversidade. Além disso, a descoberta ressalta a necessidade de mais pesquisas e esforços de conservação na região. "A falta de estudos sobre a flora dos inselbergs do Espírito Santo significa que podemos estar perdendo espécies antes mesmo de conhecê-las", alerta Aristônio.

 

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Fonte: Secom UFG

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