Projeto de extensão incentiva soluções inovadoras na moda
Estudantes participam com ideias de negócios com potencial de solucionar problemas
Oportunidade: estudante apresenta sua proposta de negócio durante o 6º UFG Fashion Business (Foto: Evelyn Parreira)
Eduardo Bandeira
Soluções inovadoras para o mundo da moda foram apresentadas por estudantes da Universidade Federal de Goiás na sexta edição do UFG Fashion Business. O evento foi realizado na última quinta-feira (18/12), no Centro de Excelência de Empreendedorismo Inovador (HUB Goiás).
A iniciativa é um projeto de extensão da Faculdade de Artes Visuais (FAV), sob a coordenação da professora Lorena Abdala, que também é coordenadora do curso de Design de Moda.
Focado em estudantes próximos à conclusão do curso, a proposta permite que os participantes desenvolvam projetos de empreendedorismo, especialmente com alguma inovação que contribua para a sociedade e resolva problemas na área da moda.
"Os problemas podem ser de design ou até sociais, como trabalhar com comunidades vulneráveis. Também lidamos com questões ergonômicas, como atender pessoas muito altas, baixinhas, plus size, infantis ou com necessidades específicas", detalhou Lorena.
A edição deste ano, que foi realizada presencialmente e on-line, permitiu que 23 estudantes apresentassem seus trabalhos no segundo dia do evento. Ao longo da tarde do dia 18, os estudantes realizaram a exposição de suas propostas de negócios de moda – o chamado pitch. Em seguida, ocorreu o desfile final, com peças criadas por eles, e a premiação dos três projetos de destaque.
Alguns destaques foram o projeto Ambys – moda feminina sustentável, de Amanda Teixeira Cardoso; Organza – plataforma para fomento de moda autoral goiana, de Laura Calais e Thayna Alves; e Sensiura – sutiã para bustos grandes, proposto por Nicole Tuana.
Desfile com peças criadas por estudantes do curso de Design de Moda da UFG fechou a programação (Fotos: Evelyn Parreira)
Caminho profissional
Lorena Abdala explicou que o objetivo é que os estudantes saiam da UFG com um caminho profissional a seguir.
"Não quer dizer que será definitivo, mas tentamos instrumentalizá-los. Ensinamos desde criar um portfólio até usar o Instituto Nacional de Propriedade Industrial para registrar uma marca, além de precificação e parcerias com o Sebrae. É uma aproximação com o mercado, mas também buscamos transformar o mercado".
A estudante de Design de Moda Mariana Moreira, de 23 anos, descreveu a experiência como fundamental para sua formação profissional. Quando conheceu o projeto, em 2019, ainda caloura, já percebeu que era uma grande oportunidade para colocar em prática os conhecimentos do curso.
Ela destacou o aprendizado durante a participação no projeto, no qual teve a oportunidade de aprender a criar o nome de sua marca, abordar detalhes específicos de precificação, desenvolver uma carta de serviços e organizar a parte criativa.
O projeto de Mariana, intitulado The Way, propôs uma empresa focada em eventos de moda, proporcionando experiências inovadoras e memoráveis. A proposta, de acordo com ela, é ajudar empresas a se conectarem melhor com seus clientes.
Ao longo do projeto, que tem duração de dois semestres, Mariana salientou que o maior desafio foi alinhar sua personalidade às necessidades do mercado.
"Aprendemos que, embora seja importante fazer o que gostamos, também precisamos entender o que o cliente deseja. Além disso, questões administrativas, como precificação, também foram bastante desafiadoras", comentou.
Professora Lorena Abdala, coordenadora do projeto: "objetivo é que estudantes saiam da UFG com um caminho profissional" (Foto: Evelyn Parreira)
Impacto social
Para a coordenadora do UFG Fashion Business, experiências como as de Mariana são o motivo pelo qual ela continua insistindo no projeto. O projeto, segundo Lorena, mostra que moda não é apenas estética, mas envolve seriedade e impacto social.
A professora explicou que a moda é um fenômeno cultural. "A relação com a roupa é a forma com a qual nós contamos nossas histórias. Por isso, a moda perpassa a sociologia, economia, antropologia e todas as outras áreas".
Além disso, o impacto social também é fundamental. Durante o primeiro dia do UFG Fashion Business foram realizados atendimentos gratuitos à comunidade e consultorias para pessoas que têm ou desejam abrir o próprio negócio, de maneira virtual.
Lorena afirmou que, a partir de iniciativas como o UFG Fashion Business, a forma como a moda é ensinada na sociedade pode ser transformada para melhor.
"Podemos instrumentalizar comunidades vulneráveis para que encontrem autonomia financeira. Já tivemos projetos com mulheres em situação de violência doméstica e até uma aluna indígena que criou um ateliê de noivas com estética indígena, por exemplo".
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Fonte: Secom UFG
Categorias: UFG Fashion Business Humanidades fav Notícia 2