
Pesquisa da UFG aprimora tratamento de esgoto com processo químico
Estudo mostrou redução de 70% na turbidez do esgoto e de 52% na quantidade de matéria orgânica
Equipamento com esgoto sanitário em tratamento químico utilizando Processo de Oxidação Avançada (Foto: Arquivo Pessoal)
EM SÍNTESE:
- Pesquisadoras testaram persulfato de sódio para melhorar tratamento de esgoto, reduzindo impurezas restantes após processos tradicionais.
- Estudo mostrou redução de 70% na turbidez e até 52% da matéria orgânica, melhorando a qualidade da água devolvida ao meio ambiente.
- Técnica pode auxiliar na crise hídrica global, tornando o reuso mais viável e incentivando avanços no saneamento no Brasil.
Da Redação
Pesquisadoras da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizaram um estudo para melhorar o tratamento de esgoto sanitário, utilizando um produto químico como processo terciário, ou seja, para eliminar impurezas que ainda restam após os procedimentos tradicionais.
Os resultados indicam um avanço na remoção de poluentes e na qualidade da água que é devolvida para rios e mananciais. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Tratamento de Águas Residuárias (Labtar) do Instituto de Química (IQ), que é coordenado pelos professores Núbia Natália de Brito e Elias Yuki Ionashiro.
A pesquisa, realizada por Larissa Queiroz Silva no mestrado em Química, avaliou a eficiência de um tratamento complementar chamado Processo de Oxidação Avançada (POA), que usa o persulfato de sódio para quebrar e eliminar substâncias poluentes.
O estudo, orientado pela professora Núbia Natália, mostrou uma redução de 70% na turbidez da água após o tratamento químico. Além disso, a quantidade de matéria orgânica no esgoto caiu 52% no período de chuvas e 51% na seca, tornando o esgoto menos poluente.
Leia também: Projeto da UFG instala fossa de bananeira em seis comunidades quilombolas
Pesquisadoras do Labtar Sarah Araújo, professora Núbia Natália de Brito e Larissa Queiroz Silva (Foto: Arquivo Pessoal)
Problema global
A poluição ambiental causada pelo despejo de esgoto sanitário em rios e lagos é um problema global. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2021, apenas 51,2% do esgoto coletado no Brasil recebeu algum tipo de tratamento. O despejo inadequado pode resultar no reuso involuntário da água, tornando necessária a adoção de técnicas mais eficazes de purificação.
Esse tipo de tratamento complementar, como o POA, ajuda a melhorar ainda mais a qualidade da água tratada. O persulfato de sódio se destaca por ser um poderoso agente de limpeza, com capacidade de remover poluentes sem a necessidade de altas temperaturas. Ele gera uma reação química que destrói impurezas presentes na água.
Outro resultado positivo do estudo foi o aumento da quantidade de oxigênio dissolvido na água tratada, alcançando um nível de 5 miligramas por litro, o que indica uma melhora na qualidade da água liberada no meio ambiente.
Para as pesquisadoras Larissa Queiroz Silva e Sarah Araujo Borges, conscientizar gestores de saneamento sobre a importância da adoção de novas tecnologias é fundamental. "Com a escassez de água em quantidade e qualidade, o reuso pode se tornar uma solução crucial para a crise hídrica global. Nesse contexto, tratamentos complementares precisarão ser implementados em larga escala", destacam.
Esquema do processo de tratamento aplicado em escala laboratorial (Imagem: Reprodução)
Receba notícias de ciência no seu celular
Siga o Canal do Jornal UFG no WhatsApp e nosso perfil no Instagram.
É da UFG e quer divulgar sua pesquisa ou projeto de extensão?
Preencha aqui o formulário.
Comentários e sugestões
jornalufg@ufg.br
Política de uso
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal UFG e do autor.
Fonte: Secom UFG
Categorias: Meio ambiente Ciências Naturais IQ