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Universidade Federal de Goiás
Artigo epilepsia

Purple Day: conscientização e inclusão na luta contra a epilepsia

Em 25/03/25 13:56. Atualizada em 25/03/25 13:56.

Movimento global reforça o combate ao estigma e promove informação para salvar vidas

Gabriel dos Santos Lima Sardinha
Aline Priscila Pansani
Diego Basile Colugnati

Em março de 2025, completam-se 17 anos do evento anual Purple Day, uma data dedicada à conscientização sobre a epilepsia, destacando a importância da informação, do combate ao preconceito e do apoio às pessoas que convivem com a doença. Em português, o Dia Roxo foi criado por Cassidy Megan em 2008, uma jovem canadense diagnosticada com epilepsia na infância. Sua iniciativa nasceu do desejo de ampliar a conscientização sobre a doença e combater o estigma enfrentado por quem vive com a doença.

A cor roxa, tema da campanha, foi escolhida para simbolizar a epilepsia devido à associação da flor de lavanda com a solidão, um sentimento frequentemente vivenciado por pessoas com a doença. A campanha ganhou grande repercussão, recebendo apoio da Associação de Epilepsia da Nova Escócia, da Fundação Anita Kaufmann Foundation (AKF) e da Associação de Epilepsia dos Marítimos (EAM), expandindo-se mundialmente.

Hoje, o movimento é celebrado em 26 de março, mobilizando pessoas em diversos países e promovendo ações educativas que contribuem para salvar vidas (Anita Kaufmann Foundation, 2025). Atualmente, a cor roxa já não representa apenas tristeza, mas também superação, conscientização e qualidade de vida para aqueles que convivem com a epilepsia.

A epilepsia é uma doença neurológica que afeta o sistema nervoso central de pessoas de todas as faixas etárias (Guerreiro, 2016). Aqueles que vivem com epilepsia enfrentam crises epilépticas recorrentes, que podem impactar sua saúde neurológica, cognitiva e emocional, além de afetar a vida social (Fisher et al., 2005). A falta de tratamento pode aumentar o risco de Morte Súbita e Inesperada na Epilepsia (Sudep). Esse tipo de óbito afeta aproximadamente 0,35 a cada mil pacientes por ano e geralmente ocorre durante a noite ou após uma crise tônico-clônica generalizada (Mesraoua et al., 2022).

Contudo, a epilepsia pode ser controlada com acompanhamento médico adequado e tratamento contínuo (Beghi; Giussani; Sander, 2025). A doença afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, representando aproximadamente 1% a 2% da população, o que a coloca entre as doenças neurológicas mais prevalentes globalmente (Ngugi et. al, 2014; WHO, 2024).

Para ampliar a conscientização e disseminar informações sobre a epilepsia, o projeto de extensão Epilepsia em Foco e o grupo Amigos Antimortalidade em Epilepsia (AAME), ambos coordenados pelos professores Aline Pansani e Diego Colugnati, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Goiás (UFG), assim como a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), da qual os professores também fazem parte, promovem ações educativas voltadas tanto à comunidade em geral quanto às pessoas com epilepsia. O objetivo dessas ações é reduzir o preconceito, diminuir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença, promovendo uma sociedade mais inclusiva, onde todos possam viver com dignidade e sem discriminação.

Neste ano, a UFG – via projeto de extensão Epilepsia em Foco, e em parceria com a ABE – irá fazer sua parte nesta campanha mundial. A ação ocorrerá dia 30 de março, das 8h às 11h, na Casa de Extensão da UFG, localizada na Vila Ambiental, no Parque Areião, Goiânia.

Toda a população de Goiânia e cidades vizinhas está convidada a participar do evento e se unir ao movimento vestindo uma peça de roupa roxa. Além disso, os participantes terão a oportunidade de aprender sobre o protocolo CALMA, um conjunto de orientações práticas para prestar primeiros socorros de maneira segura durante uma crise epiléptica.

A ação contará com a participação da Liga Acadêmica de Neurociência da Faculdade de Medicina (FM) da UFG, Liga de Psiquiatria da FM/UFG, Projeto Epilepsia em Foco (ICB/UFG), equipe do laboratório Neuron-UFG, liga de neuropediatria da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e voluntários da ABE, que farão a distribuição de materiais informativos sobre epilepsia, primeiros socorros e Sudep.

Também haverá atividades como ginástica ao ar livre com a equipe da Faculdade de Educação Física e Dança da UFG e vacinação com a equipe da Faculdade de Enfermagem da UFG. O instituto Confúcio de medicina chinesa, que possui convênio com a UFG, também contribuirá na ação ofertando atividades de Tai Chi Chuan, auriculoterapia, massagem TuiNá e apresentação cultural.

Essa união busca esclarecer mitos sobre a epilepsia, orientar a população sobre primeiros socorros e promover a inclusão social de quem convive com a doença. Portanto, convidamos a todos e todas para vestirem-se de roxo, espalharem conhecimento e ajudarem a transformar a realidade de milhões de pessoas com epilepsia.

 

Gabriel dos Santos Lima Sardinha é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPGCB/UFG) e participantes do projeto de extensão Epilepsia em Foco.

Aline Priscila Pansani e Diego Basile Colugnati são professores do ICB/UFG e coordenadores do projeto de extensão Epilepsia em Foco e grupo Amigos Antimortalidade em Epilepsia (AAME).

 

Artigo epilepsia

Diego Colugnati, Gabriel Sardinha e Aline Pansani (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Referências

ANITA KAUFMANN FOUNDATION. Anita Kaufmann Foundation. Purple Day Every Day, 2025. Disponível em: https://purpledayeveryday.org/anita-kaufmann-foundation/. Acesso em: 18 mar. 2025.

BEGHI, Ettore; GIUSSANI, Giorgia; SANDER, Josemir W.. The natural history and prognosis of epilepsy. Epileptic Disorders, [S.L.], v. 17, n. 3, p. 243-253, set. 2015. Wiley. http://dx.doi.org/10.1684/epd.2015.0751

FISHER, Robert S.; BOAS, Walter van Emde; BLUME, Warren; ELGER, Christian; GENTON, Pierre; LEE, Phillip; ENGEL, Jerome. Epileptic Seizures and Epilepsy: definitions proposed by the international league against epilepsy (ilae) and the international bureau for epilepsy (ibe). Epilepsia, [S.L.], v. 46, n. 4, p. 470-472, 29 mar. 2005. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/j.0013-9580.2005.66104.x

GUERREIRO, Carlos A. M.. Epilepsy. Indian Journal Of Medical Research, [S.L.], v. 144, n. 5, p. 657-660, nov. 2016. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health). http://dx.doi.org/10.4103/ijmr.ijmr_1051_16

MESRAOUA, Boulenouar; TOMSON, Torbjorn; BRODIE, Martin; ASADI-POOYA, Ali A.. Sudden unexpected death in epilepsy (SUDEP): definition, epidemiology, and significance of education. Epilepsy & Behavior, [S.L.], v. 132, p. 108742, jul. 2022. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.yebeh.2022.1087

NGUGI, Anthony K.; BOTTOMLEY, Christian; KLEINSCHMIDT, Immo; SANDER, Josemir W.; NEWTON, Charles R.. Estimation of the burden of active and life‐time epilepsy: a meta⠰analytic approach. Epilepsia, [S.L.], v. 51, n. 5, p. 883-890, 22 abr. 2010. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/j.1528-1167.2009.02481.x

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Epilepsy. 2025. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/epilepsy. Acesso em: 20 mar. 2025.

Fonte: ICB

Categorias: artigo Saúde ICB