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Universidade Federal de Goiás
Barbeiro

Iniciativa envolve comunidade e saúde pública na luta contra a Doença de Chagas

Em 30/04/25 09:13. Atualizada em 30/04/25 09:18.

Projeto do Iptsp/UFG quer ampliar acesso a testagem e orientação médica

 

Barbeiro

Inseto barbeiro (Triatoma infestans) transmite a doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi (Foto: Ministério da Saúde)

 

Marina Sousa

O Projeto "UniChagas: a Universidade no enfrentamento da doença de Chagas" é uma iniciativa da Universidade Federal de Goiás (UFG) voltada para a disseminação de informação e combate à doença de Chagas, um dos mais graves problemas de saúde pública na América Latina. O projeto que é coordenado pelo pesquisador José Rodrigues do Carmo, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp), pretende envolver a comunidade acadêmica e a população em geral na prevenção e controle da doença, ampliando assim o acesso à testagem e orientação médica.

O UniChagas tem como objetivo disseminar informações sobre a doença de Chagas, abrangendo sua biologia, transmissão, diagnóstico e tratamento. Além disso, busca oferecer testagem gratuita para a doença na cidade de Goiânia e no Iptsp.

O projeto também conta com a colaboração da biomédica Liliane da Rocha, responsável pelo Programa de Doença de Chagas da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES). Ela também integra o Laboratório de Pesquisa da Doença de Chagas do Hospital das Clínicas da UFG. Há ainda a colaboração da professora do Iptsp Ana Maria de Castro, do Departamento de Biociências e Tecnologia (Debiotec) – Parasitologia, e demais pesquisadores da unidade acadêmica.

De acordo com José Rodrigues, um dos primeiros passos para a concretização do projeto foi buscar parcerias com a SES, para que pudessem planejar ações com o objetivo de disseminar informações a respeito da doença, com o intuito de auxiliar na eliminação ou controle da transmissão da doença de Chagas.

"No início das nossas reuniões, discutimos diversas medidas para enfrentar a doença de Chagas e tornar esse tema mais presente tanto nas unidades básicas de saúde quanto no ambiente universitário e para a população em geral. Percebemos que não havia iniciativas voltadas especificamente para essa questão, e muitos alunos, por exemplo, desconheciam a importância de estudar a doença. Muitos acreditam, erroneamente, que a doença de Chagas já não era uma preocupação atual".

Ele complementa que, se os estudantes, principalmente os da área da saúde, compreendessem a relevância desse tema, poderiam levar esse conhecimento para suas famílias e comunidades. Muitas pessoas, como idosos e crianças, nunca foram testadas, e a doença pode permanecer assintomática por anos. Por isso, a testagem é fundamental, especialmente entre mulheres em idade fértil e idosos, pois permite a identificação precoce e o encaminhamento para o tratamento adequado. "Nosso objetivo é obter um panorama real da doença em Goiânia e ampliar o acesso ao diagnóstico", ressalta o pesquisador.

 

Leia também: Pesquisadores da UFG investigam nova estratégia para combater a dengue

 

UniChagas

Pesquisador José Rodrigues do Carmo (Iptsp/UFG) coordena o projeto (Foto: Marina Sousa/Iptsp UFG)

 

Doença tropical negligenciada

A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é uma doença tropical negligenciada, afetando milhões de pessoas na América Latina, incluindo cerca de 4,6 milhões de brasileiros. A doença pode ser fatal se não tratada adequadamente, e estima-se que menos de 10% dos infectados tenham conhecimento da infecção. Casos recentes demonstram um aumento na transmissão por consumo de alimentos contaminados, como o açaí, além da persistência da transmissão vetorial e vertical (de mãe para filho).

Muitas pessoas acreditam que, pelo fato de estarem em uma região metropolitana sem casas de pau a pique, por exemplo, o vetor não está presente. No entanto, especialistas alertam que o barbeiro (inseto vetor do protozoário) ainda circula e que, devido à urbanização e ao desmatamento, esses vetores acabam entrando nas residências. Embora a transmissão vetorial seja baixa, ainda existem barbeiros infectados com um perfil mais domiciliar.

Além disso, aponta-se que há transmissão vertical, que acontece da mãe grávida para o feto, e que, apesar de rara, pode ocorrer. Por isso, é essencial identificar quem são as pessoas infectadas para garantir o tratamento adequado e impedir a transmissão para futuras gerações. "O UniChagas pretende ajudar a reduzir esses números ao promover informação de qualidade e oferecer suporte para a população", explica Liliane Rocha.

O Laboratório de Pesquisa da Doença de Chagas do Hospital das Clínicas da UFG realiza exames de detecção da doença provenientes da rede pública de saúde.

 

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Fonte: Iptsp

Categorias: UniChagas saúde IPTSP Notícia 1