
Acordo quer preparar o mundo para futuras pandemias
Pesquisadora da UFG comenta decisão dos países membros da OMS
Representantes dos países membros da OMS na assembleia que oficializou o Acordo sobre Pandemias (Foto: Chris Black/OMS)
Marina Sousa
Após três anos de intensas negociações entre os países membros, a Organização Mundial da Saúde (OMS) oficializou, no dia 20 de maio de 2025, um acordo internacional voltado à prevenção, preparação e resposta a pandemias. A decisão histórica foi anunciada durante a Assembleia Mundial da Saúde, em resposta às lições deixadas pela pandemia de covid-19. O tratado estabelece compromissos para fortalecer a cooperação global e garantir uma resposta mais rápida, equitativa e eficaz a futuras emergências sanitárias.
A pandemia de covid-19 escancarou ao mundo que a disseminação de doenças infecciosas não respeita fronteiras e representa uma ameaça global com impactos devastadores na vida das pessoas, na economia e nas estruturas sociais. Diante desse cenário, o novo acordo internacional da OMS propõe fortalecer a cooperação entre os países, reconhecendo as desigualdades nos níveis de desenvolvimento econômico e social que afetam diretamente a capacidade de resposta a crises sanitárias. A iniciativa também destaca a necessidade de apoio internacional – especialmente de nações com mais recursos – e de investimentos sustentáveis e suficientes em áreas-chave como saúde digital, infraestrutura, tecnologia, logística e recursos humanos.
De acordo com a coordenadora do Centro de Excelência em Tecnologias e Inovação em Saúde (Ceti-Saúde) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cristiana Toscano, a medida é histórica e muito importante para fortalecer o sistema de saúde e a capacidade dos países para monitorar, detectar e enfrentar as emergências de saúde pública internacional e potenciais pandemias no futuro. "Diante da natureza das pandemias e das emergências sanitárias no mundo globalizado de hoje, é essencial haver colaboração internacional nas áreas de comunicação, inteligência, diagnóstico, acesso a testes, medicamentos, vacinas e apoio aos processos assistenciais", enumera a pesquisadora.
Entre as medidas a serem adotadas, está a criação de um Grupo de Trabalho Intergovernamental, responsável por desenvolver e negociar um sistema de Acesso e Repartição de Benefícios de Patógenos. O avanço das negociações será avaliado na próxima edição da Assembleia, em 2026.
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Fonte: Iptsp
Categorias: Cooperação internacional saúde IPTSP Notícia 1