
Nanofibras apresentam potencial para liberação controlada de medicamentos
Estudo do Instituo de Física da UFG foi publicado em periódico internacional
Thaynã Silva
Imagine um "carteiro molecular", capaz de liberar medicamentos apenas em tecidos doentes: essa é a promessa das nanofibras formadas por peptídeos com a sequência de aminoácidos E2(SW)6E2, investigadas em um estudo desenvolvido na Universidade Federal de Goiás (UFG). A pesquisa da doutoranda Karinna Mendanha Soares, orientada pelo professor Guilherme Colherinhas de Oliveira, ambos do Instituto de Física (IF) da UFG, foi destaque na capa da revista internacional ACS Physical Chemistry Au.
Por meio de simulações computacionais de dinâmica molecular totalmente atomísticas, a equipe analisou as propriedades estruturais, energéticas e dinâmicas dessas nanofibras peptídicas. O material apresenta uma estrutura dual: um núcleo hidrofóbico (que repele a água) formado pelo empilhamento dos resíduos de triptofano (W), que cria cavidades ideais para encapsular moléculas aromáticas e lipofílicas; e uma superfície hidrofílica (que interage com a água) composta por resíduos de serina (S) e extremidades carregadas de glutamato (E), que garantem alta solubilidade em água, estabilidade coloidal e sensibilidade a variações de pH.

Os resultados demonstram que os maiores modelos simulados (cerca de 36 nanômetros) apresentam estabilidade estrutural com tempo de vida mais longos das ligações de hidrogênio. Essa combinação de seletividade no encapsulamento, estabilidade e responsividade ambiental torna a nanofibra auto-organizável formada pelo peptídeo E2(SW)6E2 um nanoveículo promissor para o transporte e liberação controlada de fármacos em sistemas biológicos.
Segundo Karinna, "essas nanofibras funcionam como pequenos contêineres inteligentes, capazes de proteger e liberar medicamentos de forma seletiva, o que pode reduzir efeitos colaterais e aumentar a eficácia dos tratamentos". Além de fornecer uma visão detalhada das interações moleculares que regem a formação e estabilidade dessas estruturas, o estudo reforça a importância das simulações computacionais como uma ferramenta essencial para explorar fenômenos que muitas vezes não são acessíveis experimentalmente.
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Fonte: IF
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