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Universidade Federal de Goiás
Gestalt UFG

Projeto Gestalt UFG une psicologia e conscientização no mês do orgulho

Em 18/06/25 17:02. Atualizada em 18/06/25 17:03.

Uma das atividades do projeto, o CinePSI, realizou a transmissão e discussão do documentário Paris is Burning na Faculdade de Educação

 

Gestalt UFG

Grupo Gestalt-Terapia trabalha ensino, pesquisa e extensão (Foto: Divulgação)

 

Eduardo Bandeira

O Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Gestalt-Terapia da Faculdade de Educação (FE) da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou, na segunda-feira (16/6), o CinePsi, em parceria com o coletivo Camaleoa, voltado à saúde mental da comunidade LGBTQIA+, e com o Centro Acadêmico (CA) do curso de Psicologia. O evento foi dedicado à exibição de um filme que possibilitasse um debate sobre saúde mental, especialmente sob a ótica da abordagem gestalt. A obra escolhida foi o documentário Paris Is Burning, dirigido por Jennie Livingston, que retrata a história dos balls da comunidade LGBTQIA+ nos anos 1980.

Antônio Martins de Neto Junior, estudante do quinto período de Psicologia e coordenador das atividades do CinePsi, destacou que o grupo percebeu a necessidade de um projeto cultural que integrasse a Gestalt-Terapia ao audiovisual como ferramenta complementar às aulas. Em junho, mês do Orgulho LGBTQIA+, o projeto serviu como espaço para discutir questões sociais por meio de uma proposta teórico-acadêmica.

Giovana Melo, também graduanda em Psicologia e integrante do grupo de estudos em Gestalt-Terapia, explicou que a escolha dos filmes ocorre de forma democrática, por votação, e que os encontros são abertos à comunidade acadêmica. Para ela, a integração e a rede de apoio formada em parceria com o coletivo Camaleoa e o movimento estudantil reforçam a importância de construir espaços de lazer e afeto.

Após a exibição, a professora Leda Mendes Pinheiro Gimbo, uma das coordenadoras do grupo de Gestalt, ressaltou a relevância do encontro como um ato político pela construção de um mundo com mais alteridade e liberdade para os indivíduos. Já a professora Gardênia Lemos, coordenadora do coletivo Camaleoa, agradeceu a parceria e compartilhou a origem do coletivo, formado por estudantes de graduação, bolsistas de iniciação científica e docentes da área de Psicologia.

 

Gestalt UFG

Alguns dos participantes do projeto na Faculdade de Educação da UFG (Foto: Divulgação)

 

Origem, coordenação e atividades do grupo

O Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Gestalt-Terapia da UFG teve início em 2012, com um curso de capacitação presencial idealizado pela professora Celana Cardoso Andrade. Atualmente, a coordenação do grupo é dividida entre as professoras Celana e Leda. Elas ministram a disciplina de Gestalt-Terapia na graduação, com Celana liderando os projetos de capacitação e mantendo diálogo com os parceiros externos, acompanhando os estágios, enquanto Leda dirige o núcleo de pesquisa e acompanha os TCCs, estruturando iniciativas de iniciação científica e organizando a produção de artigos e livros, sempre incorporando uma perspectiva crítica e social. A professora Leda, que está no programa de pós-graduação, também articula as pesquisas de mestrado e iniciação científica.

Em 2020, com a pandemia de covid-19, o curso precisou ser adaptado ao formato remoto, o que ampliou significativamente seu alcance, atendendo mais de 200 pessoas semanalmente. Em 2022, com o ingresso da professora Leda, o grupo retomou as atividades presenciais e fundou o eixo de pesquisa, integrando estudantes da graduação e do mestrado.

Atualmente, o projeto de capacitação on-line é realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O grupo também desenvolve atividades com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e conta com outras frentes de atuação, como os Estudos Continuados em Gestalt-Terapia, o CinePsi, projetos de iniciação científica, eventos acadêmicos e atividades de extensão.

Ana Clara Santos, estudante de Psicologia e participante do grupo, explica que o ensino ocorre nos encontros dos estudos continuados, abertos à comunidade, que atualmente se debruçam sobre uma das principais obras da Gestalt-Terapia. Já as pesquisas são desenvolvidas de forma individual ou em grupo, no eixo de iniciação científica.

Segundo ela, a extensão está presente em várias frentes e atravessa o ensino e a pesquisa. Os seminários integrados com apresentação de trabalhos em andamento e as exibições mensais do CinePsi, que dialogam com temáticas em destaque, como a luta antimanicomial ou o orgulho LGBTQIA+, são alguns exemplos dessa atuação.

Impactos e próximos passos

Giovana Melo compartilhou que o grupo prepara novas atividades. "Nossa próxima empreitada será uma oficina de arteterapia facilitada por um dos nossos mestrandos, Jefferson Marques. A gente também se movimenta muito para participar de congressos e eventos do tipo. Em agosto, vai ter o Congresso Latino-Americano em Gestalt-Terapia e a gente vai ser monitor, o que também é muito empolgante".

A discente também destacou o impacto pessoal do projeto em sua trajetória: "Como aluna que ingressou no terceiro período, posso afirmar que o grupo transformou minha experiência acadêmica. Foi através dele que participei de congressos, encontros e seminários. Aprendi a escrever resumos, definir objetivos e articular teoria e prática. Sonho em ser pesquisadora, e o Gestalt UFG foi minha porta de entrada. Além disso, acredito que nossa existência pode ter contribuído com a formação de outros grupos de Gestalt-Terapia em universidades públicas e fortalecido a ideia de que a pesquisa em grupo é possível, mesmo em contextos onde isso não é tão comum".

Para a professora Leda Gimbo, a Gestalt-Terapia dialoga com questões sociais de diversas formas. Ela lembra que o grupo participará do Grupo de Trabalho no 23º Encontro Nacional da Abrapso (Associação Brasileira de Psicologia Social), em Manaus, e reforça: "Toda clínica é política e social. Embora o sofrimento seja vivido de maneira individual, sua produção é coletiva".

Um exemplo dessa atuação ocorreu em maio, mês que marca a luta antimanicomial, quando o grupo organizou, em parceria com o CA de Psicologia e usuários, uma intervenção visual com cartazes na Faculdade de Educação. As mensagens buscavam conscientizar sobre os riscos da manutenção de uma sociedade manicomializada, além de realizarem um cine antimanicomial.

Fonte: Secom UFG

Categorias: saúde mental saúde FE