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Universidade Federal de Goiás
Gaia

Inteligência Artificial com DNA goiano ultrapassa 3 mil downloads em duas semanas

Em 30/06/25 15:52. Atualizada em 30/06/25 15:55.

Modelo tem até 30% mais eficácia em tarefas realizadas em língua portuguesa

Jayme Leno

O Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (INF/UFG) desenvolveu um modelo de Inteligência Artificial (IA) de código aberto aprimorado para o português brasileiro. Batizado de Gaia, ele proporciona até 30% mais desempenho em tarefas realizadas no idioma quando comparado a versões como o ChatGPT, treinado majoritariamente em inglês.

O modelo já ultrapassou 3 mil downloads em apenas duas semanas desde seu lançamento. O Gaia é baseado na arquitetura aberta da IA Gemma 3, da Google.

"Você consegue conversar em português com o ChatGPT, só que há uma estimativa de perda de até 30% de performance, porque você está falando em um idioma para o qual ele foi menos treinado. O que a gente fez? Pegamos o modelo e o treinamos mais na nossa língua. Então, temos mais desempenho nas tarefas porque usamos mais português no treinamento", explica o coordenador do projeto, professor Celso Gonçalves Camilo Júnior.

O Gaia ainda não conta com uma interface pública como outras IAs, o que significa que usuários comuns não podem acessá-lo por meio de um site ou aplicativo. Segundo o coordenador, a estrutura de um sistema como o ChatGPT é composta por duas partes: a interface, que interage com o usuário, e o "cérebro", responsável pelo processamento das informações.

O que foi lançado pelo grupo da UFG é justamente esse "cérebro" – o modelo de linguagem em si –, que está disponível para desenvolvedores baixarem e integrarem em suas próprias aplicações.

 

Celso Camilo

Celso Camilo, professor do INF/UFG: conquista merece ser comemorada (Foto: Senac/GO)

 

Automatização

Com o modelo, é possível executar tarefas como resumos automáticos, extração de dados de textos e outras funções típicas de versões de linguagem de grande porte. Ele pode ser baixado gratuitamente por desenvolvedores na plataforma Hugging Face. A ideia é que os profissionais de Tecnologia da Informação o utilizem em seus próprios sistemas, com funcionalidades como gerar resumos, identificar dados em documentos e auxiliar na produção textual.

Apesar de recente, o impacto já é sentido em instituições como o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que utilizam o Gaia em caráter experimental. Um dos usos em destaque é a análise automatizada de editais de prefeituras, agilizando o trabalho de fiscalização com maior eficiência e confiabilidade.

O modelo foi desenvolvido por uma equipe formada por mais de 30 pessoas – boa parte delas vinculadas à UFG – entre professores, pesquisadores e estudantes, com apoio técnico e investimento do Google.

"É algo que merece ser comemorado. A IA brasileira já é realidade e tem DNA goiano, com talentos da UFG. É um grau de complexidade que a gente, como brasileiro, às vezes até questionava. Será que dá para fazer? Será que o Brasil consegue fazer? Então, a gente não só fez, como fez dentro da UFG", conclui Celso.

 

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Fonte: Secom UFG

Categorias: Tecnologia inf