Núcleo de Robótica Pequi Mecânico na Robótica 2024, maior evento da área na América Latina (Foto: Divulgação)

Thais Teixeira*

O Núcleo de Robótica Pequi Mecânico, formado por estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), é uma das equipes representantes do estado na RoboCup, maior competição de robótica do mundo. O projeto possui cerca de 50 membros ativos com estudantes graduação e pós-graduação de diferentes áreas, como engenharias (mecânica, elétrica, de software e física), ciências da computação e inteligência artificial.

Este ano o torneio ocorrerá em Salvador entre os dias 15 e 21 de julho. A RoboCup reúne estudantes, professores e pesquisadores de todo o mundo. A última edição reuniu mais de 2 mil competidores de 45 países diferentes. Em 2025, 3 mil competidores devem participar do evento. Também são esperados 150 mil visitantes.

O Pequi Mecânico disputará em quatro categorias: At Home (voltados para assistência doméstica), Flying Robots (drones autônomos), Humanoid Simulation e Simulação 3D. O presidente da equipe, Victor Matteus Silva, explica que o processo de preparação para a RoboCup se iniciou em 2023, com a padronização dos robôs para garantir que se mantivessem estáveis para competir todos os anos, já que anualmente a equipe compete na Competição Brasileira de Robótica (CBR).

Durante o primeiro semestre deste ano, cada equipe teve um prazo específico para resolver os desafios e submeter para a classificação, concorrendo com equipes de todo o mundo. Esse processo tem se intensificado na reta final.

"Temos tentado desenvolver os robôs com o máximo de esforço possível, para trabalhar em uma tarefa específica da categoria; resolvido essa tarefa, passar para a próxima e a próxima e a próxima, começando sempre das mais fáceis e tentando alcançar as mais difíceis no decorrer desse processo", detalha Victor.

Ele pontua que o ambiente de extensão propicia a conexão entre estudantes, já que, após entrar na faculdade, geralmente os estudantes costumam passar todo o período da graduação focado apenas nas matérias do próprio curso.

"Um aluno de Engenharia Elétrica que passa a faculdade inteira estudando pontos específicos sobre construção de circuitos elétricos, sobre construção de placas elétricas, baixa e alta tensão, também vai ter um conexão áreas mecânicas para a construção de um robô. Mas ele também pode aprender a programar dentro do robô, que são coisas que estão mais ligadas às áreas de Ciência de Computação. E isso acontece com todos os cursos".

Conexões

Além disso, o ambiente tem a possibilidade de gerar novas conexões por meio de ambiente competitivo já que durante o torneio integrantes do projeto promove o contato com estudantes e pesquisadores de outras universidades. "Assim surgem oportunidades futuras para cada um dos membros dentro do Pequi Mecânico", completa.

O professor e orientador do Pequi Mecânico, Marco Antônio Assfalk, também acredita que as competições como a RoboCup estimulam os estudantes a dedicar mais tempo e a se concentrar no desenvolvimento. Além disso, promove a integração dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, incluindo métodos e procedimentos das disciplinas.

"A realização desses projetos permite que os alunos vejam os resultados gerados por seu próprio trabalho ou em colaboração com colegas, funcionando ou não. Muitas vezes, aprendem mais com os erros ao desenvolverem projetos para uma competição com um objetivo específico, geralmente anual. Esse processo é considerado pedagógico, pois estimula o estudo e torna o aprendizado menos abstrato", considera.

* Thais Teixeira é estagiária do curso de Jornalismo da FIC/UFG, orientada pelo jornalista Luiz Felipe Fernandes.