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Universidade Federal de Goiás
fungo batizado em homenagem ao Lula

Nova espécie de fungo é descoberta na Mata Atlântica e homenageia o presidente Lula

Em 22/07/25 11:19. Atualizada em 22/07/25 11:26.

Pesquisa é orientada por docente do IPTSP/UFG em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco

Muyocopron lulasilave,

Na foto podemos observar estruturas de reprodução assexuada de M. lulasilvae em uma escala de dez micrômetros

Marina Sousa

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) revelou a descoberta de uma nova espécie de fungo endofítico, encontrada na Mata Atlântica. Nomeada Muyocopron lulasilvae, a espécie integra a rica biodiversidade de microrganismos associados às folhas de Miconia sp. e foi descrita em artigo publicado na revista científica Acta Botanica Brasilica.

Coordenada pelo professor Jadson Bezerra, do Laboratório de Micologia (Labmicol) do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG) e pela professora Cristina Souza-Motta do Departamento de Micologia (UFPE), a pesquisa integra o trabalho da doutora Layanne de Oliveira Ferro, do Departamento de Micologia professor Chaves Batista da UFPE, atualmente pesquisadora de pós-doutorado júnior (CNPq) vinculada a UFPE com colaboração no IPTSP/UFG. A nova espécie foi identificada a partir de amostras coletadas na Reserva Biológica de Pedra Talhada, em Quebrangulo (AL), área próxima a Caetés (PE), município natal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja trajetória inspirou a escolha do nome científico da espécie.

Segundo os pesquisadores, a homenagem ao presidente Lula é um gesto simbólico de reconhecimento pela sua atuação histórica em prol da educação, ciência e tecnologia no Brasil. “É uma forma de agradecer ao presidente que mais investiu e segue investindo, nesses pilares fundamentais para o desenvolvimento do país”, afirma Layanne Ferro.

Descoberta científica e biodiversidade ainda inexplorada

A pesquisadora explica que a descoberta do Muyocopron lulasilvae não foi exatamente por acaso. Ela é resultado de um protocolo científico rigoroso voltado ao estudo de fungos endofíticos, microrganismos que vivem dentro de tecidos vegetais, sem causar danos aparentes à planta hospedeira.


A pesquisa começou com a coleta de folhas de Miconia sp. na Mata Atlântica. Em laboratório, fragmentos das folhas foram cultivados em meios específicos, permitindo o crescimento dos fungos presentes. As colônias com características distintas foram isoladas e analisadas por métodos morfológicos e moleculares. “A identificação precisa das espécies só é possível com análise genética, que nos permite construir árvores filogenéticas, como genealogias, mostrando quais fungos são próximos ou distintos entre si”, explica a pesquisadora de fungos Layanne de Oliveira.

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Localização geográfica da Reserva Biológica de Pedra Talhada, Mata Atlântica, Brasil (A), vista da área principal da região estudada (B-C) e detalhes da Miconia mirabilis (D)

Foi assim que os pesquisadores identificaram dois isolados pertencentes ao gênero Muyocopron, mas diferentes de todas as espécies conhecidas até então. A partir dessas evidências, a equipe propôs formalmente a descrição da nova espécie, seguindo todos os critérios taxonômicos, desde a análise genética até a descrição detalhada das estruturas microscópicas do fungo.

Embora a espécie já esteja oficialmente descrita, a pesquisadora ressalta que ainda há espaço para investigações futuras, especialmente quanto ao potencial biotecnológico do novo fungo. Além disso, o achado reforça uma realidade científica importante: a diversidade fúngica no planeta é imensa e ainda amplamente desconhecida. “Estima-se que existam entre 2,5 a 3 milhões de espécies de fungos no mundo, mas apenas cerca de 150 mil foram descritas. Isso representa menos de 10% do total. Por isso, sempre que trabalhamos com fungos endofíticos ou de solo, é muito comum encontrarmos espécies novas”, destaca.

O estudo contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ciência, conservação e reconhecimento

A professora Cristina Motta (UFPE), coautora do estudo, lembra que a descoberta também chama atenção para a necessidade urgente de proteger ecossistemas ameaçados, como a Mata Atlântica. “Esse tipo de pesquisa contribui para o entendimento da biodiversidade local e global, além de reforçar a importância da preservação frente aos altos índices de desmatamento no Brasil, e que as espécies que ainda não foram descobertas terão a chance de serem descritas ”, afirma a professora.

 

 

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Fonte: Comunicação IPTSP

Categorias: novo fungo Notícia 1 IPTSP Ciências Naturais