
Diagnóstico mapeia oportunidades econômicas e sociais em GO
UFG é uma das parceiras na produção do documento lançado no dia 12 de setembro pelo governo estadual
Documento foi construído em parceria entre governo de Goiás, Sudeco, Funape e UFG (Foto: Kharen Stecca)
Kharen Stecca
Entender as oportunidades do setor econômico e as principais vulnerabilidades sociais que o Estado precisa enfrentar é algo que precisa ser pensado ao longo do tempo pelos governantes. O lançamento do Diagnóstico Econômico e Social Regionalizado do Estado de Goiás é exemplo de como o governo vem tornando essas ações cada vez mais embasadas em estudos referenciados que otimizam recursos públicos e também auxiliam na busca por parcerias cada vez mais assertivas com o setor privado.
O Diagnóstico foi lançado para a sociedade no dia 12 de setembro, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira. O documento foi construído pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), em parceria com a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape). Durante o evento foi realizado um seminário de apresentação do documento que destacou os principais achados deste estudo.
O documento, planejado em 2022 e desenvolvido entre novembro de 2023 e dezembro de 2024, começou com a intenção de identificar as potencialidades produtivas do Estado com a participação de pesquisadores da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (Face/UFG). Posteriormente, ampliou-se o foco para as demandas sociais das diferentes regiões do estado com a participação de pesquisadores do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa/UFG) oferecendo subsídios técnicos para a formulação de políticas públicas e o direcionamento de investimentos de forma mais eficiente.
Professores Waldemiro Alcântara (Face) e Leandro Oliveira (Iesa) durante o seminário (Foto: Kharen Stecca)
O diagnóstico foi estruturado em três eixos principais:
Eixo 1 – Diagnóstico Econômico: mapeamento das atividades produtivas e vocações regionais, com base na análise de fluxos comerciais e notas fiscais eletrônicas, identificando oportunidades de negócios e de atração de investimentos;
Eixo 2 – Diagnóstico Social: estudo da renda e da vulnerabilidade socioeconômica nos municípios goianos, com foco nas desigualdades, no alcance das políticas sociais e na efetividade dos programas de transferência de renda;
Eixo 3 – Regionalização das Políticas Públicas: proposta de criação de Regiões de Gestão Descentralizada, com o objetivo de fortalecer a atuação integrada entre governo estadual, municípios e sociedade civil, especialmente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura.
Desenvolvimento no interior
Para o professor Waldemiro Alcântara da Silva Neto (Face/UFG), coordenador do projeto, a partir do detalhamento das oportunidades de investimento, o estudo permite identificar também as vulnerabilidades da população de forma a pensar o desenvolvimento econômico alinhado ao desenvolvimento social. O professor Leandro Oliveira (Iesa/UFG) destacou a necessidade de desenvolver as cidades do interior, já que os serviços acabam ficando centralizados na região metropolitana, o que atrai o fluxo migratório dos jovens, por exemplo, em busca desses serviços.
O estudo avaliou o que Goiás produz e o que compra de outros Estados, por meio das notas fiscais eletrônicas e também avaliou os dados dos vínculos empregatícios. A metodologia é inédita, segundo o professor, e traz muitos elementos importantes para o estudo.
O diagnóstico também avaliou dados do Censo do IBGE e dados do Cadastro Único (CAD Único) que mostram a população em vulnerabilidade no Estado. O professor Leandro Oliveira destacou também que o entorno de Brasília e de Goiânia reúne a maior parte dos beneficiários dos programas sociais.
Os dados mostram que mesmo com uma indústria e agropecuária pujantes, ainda compramos de outros Estados 810 bilhões de reais em produtos. "Se o Estado fomenta políticas públicas para que uma parte dessa produção seja feita no Estado, ele reduz o desemprego, aumenta os impostos no Estado e reduz a pobreza", destacou Waldemiro.
Os mapas também mostram que as cidades próximas às rodovias federais acabam sendo beneficiadas economicamente pela facilidade do fluxo de mercadorias. Com esses dados o governo pode avaliar quais as principais estratégias de fomento podem ser utilizadas para otimizar as políticas públicas de estado, levando investimento onde há uma maior possibilidade de retorno também para a população.
Secretário da Indústria, Comércio e Serviços, Joel Sant'Anna, participou do evento (Foto: Kharen Stecca)
Abertura
Participaram da abertura do Seminário o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Joel Sant'Anna; o secretário de Planejamento, Avaliação e Informações da UFG, Vicente Rocha, representando a reitoria da UFG; a superintendente da Funape, Camila Rabelo; e o diretor Peniel Pacheco, representando a Sudeco.
Nas falas foram destacados o potencial que documentos como este têm em potencializar o desenvolvimento no Estado, não só deixando acessível as informações, mas permitindo o cruzamento de dados com outras plataformas e tornando as decisões governamentais cada vez mais embasadas em dados concretos, o que torna as políticas públicas mais efetivas, dando retorno direto à sociedade.
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Fonte: Secom UFG
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