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Universidade Federal de Goiás
linguística forense

Linguística forense: ciência crucial em crimes digitais e disputas judiciárias

Em 15/09/25 07:49. Atualizada em 15/09/25 07:55.

I Congresso Internacional de Linguística Forense discute a importância da linguagem como evidência em processos judiciais

Fernando Cardoso

A linguística forense é a aplicação de conhecimentos, métodos e análises linguísticas a contextos legais e investigativos, usando evidências linguísticas para ajudar em casos criminais e civis. O professor Malcolm Coulthard, do Grupo de Pesquisa Linguística Forense da UFSC, esteve na Universidade Federal de Goiás para falar sobre o trabalho do linguista forense. A área de pesquisa principal de Malcolm é a atribuição de autoria — a identificação e o reconhecimento do autor de um conteúdo, geralmente usado em casos de direitos autorais.

linguística forense

Professor Malcolm Coulthard, do Grupo de Pesquisa Linguística Forense da UFSC (Foto: Fernando Cardoso)

O professor, que esteve envolvido em mais de 200 casos, relembra um dos mais emblemáticos da sua carreira. “J. K. Rowling escreveu sete livros de Harry Potter, mas depois do terceiro, ela não sabia o que fazer, e o quarto livro saiu um pouquinho atrasado. Dois anos depois, o autor de um outro livro, processou a Rowling, dizendo que ela roubou parte do livro dele, e o advogado dele me contratou. Infelizmente, não havia provas e nós perdemos o caso. Eu fiquei pobre”, ele brinca.

Durante a conferência, Malcolm dividiu a linguística forense em três áreas diferentes. A primeira envolve trabalhar com a linguagem escrita dentro do sistema judiciário e envolve o trabalho com leis, contratos, bulas e cartas rogatórias (tradução entre juízes de diferentes países).

A segunda é a linguagem falada em processos jurídicos, que  abrange o trabalho em delegacias e tribunais, incluindo o trabalho com intérpretes para acusados e o treinamento de policiais, especialmente em casos envolvendo pedofilia, na análise linguística de conversas em aplicativos de mensagem para auxiliar na captura de pedófilos.

A terceira área é a da linguagem como evidência, que foca na identificação de autores de textos e na detecção de plágio, utilizando conceitos como idioleto — a forma única de linguagem de cada indivíduo — e exclusividade linguística, que é  a singularidade presente em qualquer texto produzido.

A conferência foi parte do I Congresso Internacional de Linguística Forense, que ocorreu no Auditório da Faculdade de Letras da UFG nos dias 10 e 11 de setembro.

 

 

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Fonte: Secom UFG

Categorias: congresso FL Linguística Forense Humanidades