
Projeto para promoção da igualdade racial apresenta resultados preliminares
Proir entregou três cursos junto à Enap, um documentário e uma revista sobre o tema
Projeto contempla quilombolas, comunidades de matriz africana, povos de terreiros e ciganos (Foto: Júlia Barros/Secom UFG)
Kharen Stecca
A Secretaria de Inclusão da Universidade Federal de Goiás (SIN/UFG) realizou nesta sexta-feira (26/9), evento para socialização dos resultados preliminares, troca de experiências e alinhamento entre parceiros do Proir, sigla do Programa de Promoção da Igualdade Racial: Direitos Humanos para Políticas Públicas para quilombolas, povos e comunidades tradicionais de matriz africana, povos de terreiros e ciganos. O projeto é realizado em parceria entre a UFG, o Ministério da Igualdade Racial (MIR), a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG (Funape).
A sigla Proir, segundo a coordenadora do projeto e secretária de Inclusão da UFG, Luciana Dias, foi uma forma de simplificar o extenso nome do projeto que abarca tantos povos em sua proposição. O objetivo é centralizar discussões e ações em questões de direitos humanos e políticas públicas voltadas para essas populações.
Iniciado em agosto de 2024, o Proir realizou a formação de gestores e gestoras públicas acerca dos direitos desses povos, buscando garantir políticas públicas de equidade, reparação e justiça social. Dentre os três cursos, a secretária estima que 60 a 90 servidores foram beneficiados com os cursos. O projeto tem a participação de 12 pessoas na UFG.
Autoridades municipais, estaduais e federais participaram do evento (Foto: Júlia Barros/Secom UFG)
Durante a abertura, diversas autoridades ligadas ao Ministério, à UFG, à Secretaria de Igualdade Racial da prefeitura de Goiânia e à Funape estiveram presentes e ressaltaram a importância da iniciativa. Os representantes do MIR também participaram durante todo o evento para colaboração e apreciação dos resultados.
A organização destinou a manhã para uma apresentação geral do projeto, seus objetivos e os passos dados, e a parte da tarde foi voltada para grupos de trabalho e discussão dos temas. As entregas e resultados apresentados são preliminares, pois a etapa final do projeto, incluindo os produtos finais, está prevista para ocorrer em Brasília em novembro, quando também serão entregues os certificados da Enap aos servidores que realizaram o curso. Estes produtos incluem uma revista com tiragem de 3 mil exemplares e três minidocumentários sobre o tema.
Diferencial do curso, segundo Luciana Dias, é a mobilização de saberes (Foto: Júlia Barros/Secom UFG)
Plurissaberes
A formação de gestores no âmbito do Proir resultou na elaboração, desenvolvimento e avaliação de três cursos-piloto: Direitos e Políticas Públicas para Quilombolas, Direitos e Políticas Públicas para Povos de Terreiro e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, e Direitos e Políticas Públicas para Povos Ciganos. O grande diferencial do projeto reside na metodologia, que se baseou em trabalho de campo extensivo, estabelecendo contato com as comunidades em municípios goianos como Cavalcante, Itumbiara, Trindade e Piracanjuba.
Esse trabalho, segundo Luciana, não visava apenas pesquisar, mas sim mobilizar saberes, com docentes aprendendo com as comunidades para gerar um plano de ensino que não fosse baseado em bibliografia clássica ou discriminatória. O resultado foi a experiência de pluriepistemologias ou plurissaberes, integrando o conhecimento da academia, da bibliografia, das comunidades e dos próprios cursistas.
O curso, realizado na plataforma da Enap, teve como objetivo equipar os gestores públicos federais de alto escalão para que sejam responsabilizados pela efetivação de políticas públicas que garantam reparação, equidade e justiça social. O curso também acabou levando as denúncias de violação e iniquidades ouvidas em campo diretamente para o processo de formação. Luciana Dias também ressaltou que os cursos foram realizados de forma piloto, mas que entrarão para o catálogo de cursos da Enap.
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Fonte: Secom UFG
Categorias: igualdade racial Humanidades SIN