
Estudante do Cepae/UFG cria plataforma que ensina línguas indígenas
Juliana Rocha integrou equipe premiada no TechSchool 2025, da USP São Carlos
Juliana Rocha, estudante do 2º ano do ensino médio do Cepae/UFG, liderou equipe premiada (Foto: Arquivo Pessoal)
Da Redação
A ideia de usar tecnologia para preservar e conectar saberes indígenas agradou os avaliadores do TechSchool 2025, uma iniciativa do Grupo de Alunas de Ciências Exatas (Grace) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) do Câmpus São Carlos da Universidade de São Paulo (USP). A proposta veio de cinco meninas que não se conheciam até terem sido selecionadas pelo projeto. Entre elas estava Juliana Rocha, estudante do 2º ano do ensino médio do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
A estudante de 16 anos é CEO da startup Código Ada e tornou-se líder de um time desafiado a criar uma solução tecnológica para um problema que afeta a sociedade. O resultado foi a plataforma Raízes, que subiu ao pódio, garantiu o terceiro lugar na competição e foi semifinalista na categoria sênior da etapa América Latina, no início de setembro.
Raízes oferece uma jornada de aprendizado gamificada (que usa recursos de jogos), com atividades gratuitas, dinâmicas e temáticas, além de uma seção dedicada a curiosidades culturais e históricas. Já o plano premium teria benefícios exclusivos, como um chatbot com inteligência artificial.
Nesse primeiro momento, a plataforma foca em povos originários brasileiros e a língua-mãe da iniciativa é o Tupi, que dá origem a um grande número de línguas, dentre elas o tupi-guarani. A plataforma Raízes ainda não foi lançada no mercado por ainda estar passando por melhorias enquanto participa de competições voltadas a inovações na tecnologia.

Visibilidade
Ao lembrar que as questões indígenas merecem visibilidade para além do dia 19 de abril, data dedicada aos povos originários, Erick Carrasco Oliveira, empreendedor, ativista indígena e integrante do Movimento da Juventude Indígena de Pernambuco em Contexto Urbano (Mojipe), diz: "O projeto de vocês passa do nosso dia; vai além, sabe, vai ficar constantemente na vida das pessoas". Erick foi um dos consultores indígenas que participaram da construção do Raízes, já que a plataforma pretende servir de ponte.
"Quando aprendemos a língua, começamos a nos importar. E quando nos importamos, ouvimos. E quando ouvimos... o silêncio não é mais uma opção", destaca Juliana. "Foi difícil dividir meu tempo entre escola e projeto, mas o esforço de todas nós provou que as mulheres merecem sonhar com mais espaço e reconhecimento nas ciências exatas", acrescenta.
Juliana explica que foram cerca de três meses de mentoria on-line com vários encontros por semana e especialistas à disposição para tirar dúvidas para que elas pudessem atingir todas as metas e prazos. O grupo teve acesso a conhecimentos de introdução à programação, inteligência artificial, design thinking, plano de negócios e estratégias de venda.
Além disso, um dos primeiros desafios foi a criação da própria startup. O time escolheu homenagear Ada Lovelace, a primeira programadora do mundo, ao escolher o nome Código Ada. "Nós queremos que o aplicativo faça a diferença na vida das pessoas e que cada vez mais parceiros surjam para que nosso conteúdo fique ainda melhor", afirma.
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Fonte: Secom UFG
Categorias: Tecnologia CEPAE Notícia 2