UFG marca presença na COP 30
Participações garantem representatividade da ciência produzida no Cerrado

Universidade Federal de Goiás marca presença na COP 30 (Raimundo Pacco/COP30)
Kharen Stecca
A Universidade Federal de Goiás (UFG) estará presente na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será realizada em novembro na cidade de Belém - PA enviando uma delegação com representantes que atuarão tanto nas negociações oficiais quanto nos fóruns de debate sobre a resiliência climática e a conservação do Cerrado. A participação da UFG se dará envolvendo a área de negociação, por meio de uma delegada oficial, e a área técnica, por meio de professores do Centro de Monitoramento e Pesquisa do Cerrado (CEMPA-Cerrado), vinculados ao Instituto de Estudos Socioambientais e Instituto de Física (IF/CEMPA-Cerrado), da Faculdade de Ciências Sociais, além do Programa Nacional de Formação em ATER para Assentamentos de Reforma Agrária e Contribuições para a Agenda 2030 (Profor-EXT), na AgriZone.
Negociações oficiais na Zona Azul
A secretária de Inclusão da UFG, Luciana Dias, será delegada do Brasil na COP 30. Como integrante da delegação brasileira, ela terá acesso à Zona Azul, espaço sob responsabilidade da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). É na Zona Azul que acontecem as negociações oficiais, reuniões técnicas e eventos paralelos. A participação de Luciana Dias reforça a importância da colaboração de todas as pessoas na construção de uma agenda climática mais inclusiva e representativa.
Reforma Agrária e Agroecologia
A UFG também levará para a COP 30 a experiência do Programa Nacional de Formação em ATER para Assentamentos de Reforma Agrária e Contribuições para a Agenda 2030 (Profor-EXT). Coordenado nacionalmente pela professora da Escola de Agronomia da UFG Graciella Corciolli, o Profor-EXT foi selecionado para integrar a programação oficial da AgriZone.
A AgriZone é uma iniciativa da Embrapa, parte da Jornada do Clima na COP 30, dedicada a iniciativas inovadoras e sustentáveis no agronegócio e na agricultura familiar. O programa, que é uma realização conjunta com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), e que envolve mais de 16 instituições de todo o país, apresentará duas propostas: o “Programa Nacional de Formação em ATER para assentamentos de reforma agrária e contribuições para a agenda 2030 (ProforEXT): Juventude, ATER e Compromisso com o Futuro”; e o “Profor-Ext - Contribuições, oportunidades e desafios para o enfrentamento da emergência climática”.
As iniciativas da comitiva apresentarão metodologias e resultados do programa. O projeto visa a formação de técnicos, extensionistas e jovens de assentamentos rurais, quilombolas e comunidades tradicionais. O Profor-EXT visa minimizar desigualdades socioeconômicas e a insegurança alimentar e nutricional no campo, promovendo a assistência técnica (ATER), agroecologia, comercialização e acesso a políticas públicas. Atualmente, o programa atende mais de 6.500 famílias em 96 assentamentos, integrando ensino, pesquisa e extensão ao promover práticas como agroflorestas, restauração ecológica e agricultura de baixo carbono.
Municípios e conservação do Cerrado
O diretor executivo do CEMPA-Cerrado, professor Manuel Ferreira, estará na COP 30 no período de 13 a 18 de novembro. Ele participará como representante da UFG/CEMPA no âmbito da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), em painéis focados na preparação dos municípios goianos frente aos riscos advindos das mudanças climáticas, na inovação climática e conservação do Cerrado e no pagamento por serviços ambientais.
Como representante da UFG em fóruns sobre resiliência climática (mitigação e adaptação), a expectativa do professor é trocar experiências vivenciadas no estado de Goiás nos últimos anos, especialmente na Região Metropolitana de Goiânia. O CEMPA-Cerrado colabora diretamente com o programa Goiás Resiliente, da Semad, com o programa Goiânia Resiliente, vinculado à Agência Municipal de Meio Ambiente, e também com o projeto "Abrace o Meia Ponte", vinculado à Câmara Municipal de Goiânia, de autoria da vereadora Kátia Maria.
O professor espera aproveitar os diversos eventos programados para a Zona Verde da COP 30. Sua participação oficial deve incluir o painel organizado pela SEMAD Goiás, intitulado "Repensando o propósito público: O papel do Estado de Goiás na inovação climática e na conservação do Cerrado", previsto para o dia 16 de novembro, das 14h às 18h. Há ainda outros painéis organizados pela SEMAD, aguardando confirmação, como "Pagamento por Serviços Ambientais: uma política pública para o clima, a natureza e as pessoas", no dia 15/11. O professor espera participar também de ações organizadas pelo MapBiomas, por meio da rede de pesquisadores vinculada ao Lapig. O professor também conta que irá divulgar na COP 30 a iniciativa sobre a criação do Instituto Nacional do Cerrado (INC), projeto de uma ampla rede de acadêmicos e gestores de instituições de ensino e pesquisa presentes no bioma Cerrado: “Os biomas Amazônia e Cerrado precisam ser amplamente valorizados e protegidos, dependentes um do outro para uma existência sustentável e em equilíbrio climático, incluindo os seus povos, riquezas naturais e culturais”, explicou o professor.

Para divulgação da iniciativa foi elaborado um folder que será distribuído no evento
Previsão ambiental e agropecuária
O professor Angel Domínguez Chovert do Instituto de Física (IF/CEMPA-Cerrado) acompanhará o professor Manuel Ferreira na delegação. O foco de sua participação será apresentar material e informações vinculadas à previsão ambiental e ao monitoramento meteorológico no estado. Angel levará sua experiência de trabalho com produtores agropecuários para mostrar a complexa relação entre quem produz riqueza, alimentos e desenvolvimento, mas que, ao mesmo tempo, contribui para o aquecimento global e a consequente mudança climática.
Essa relação é descrita por ele como um ciclo complexo, visto que a mudança climática afeta a produtividade agrícola na região e pode levar à perdas irreparáveis da biodiversidade. Atualmente, o CEMPA/UFG, em parceria com o Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (CEAGRE/IFGoiano), atende mais de 600 usuários, a maioria produtores das regiões Sul, Oeste e Sudoeste de Goiás, disponibilizando principalmente informações sobre previsões meteorológicas.
Biocombustíveis
A professora da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, Laís Forti Thomaz participa de sua segunda edição da COP — a primeira foi a COP 28 em Dubai — desta vez com uma agenda mais ampla devido a sua posição como chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ela comporá mesa de evento do MCTI sobre Combustíveis Sustentáveis de aviação e Hidrogênio, participará de eventos em diversos pavilhões sobre temas como descarbonização, SAF, biocombustíveis, além de participar ativamente da organização de eventos de alto nível como o painel dos 50 anos do Pró-álcool e sobre as cozinhas solidárias sustentáveis.
Fonte: Secom UFG






