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Universidade Federal de Goiás
dezembro vermelho

Dezembro Vermelho: HC-UFG é referência no combate à Aids em Goiás

Em 22/12/25 08:09. Atualizada em 22/12/25 08:20.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), atualmente, 29.503 pessoas vivem com HIV na região

dezembro vermelhoHC-UFG é referência no combate à Aids no estado de Goiás e no tratamento das pessoas que convivem com essa infecção (Imagem: Freepik)


Thalízia Cruvinel

Instituída pela lei nº 13.504/201, a campanha Dezembro Vermelho tem como objetivo gerar mobilização nacional voltada para a conscientização e a prevenção de HIV/Aids e outras ISTs. Desde 1999, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), conta com um ambulatório específico para tratar pessoas que vivem com HIV/Aids. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), atualmente, 29.503 pessoas vivem com o vírus na região.

HIV e Aids não são a mesma coisa

De acordo com a infectologista e coordenadora do Ambulatório de Doenças Infecciosas do HC-UFG, Moara Santa Bárbara, apesar de serem tratados como sinônimos, HIV e Aids são conceitos diferentes. “A primeira diferença é quando o indivíduo convive com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), tem exames que demonstram que existe a infecção pela formação dos anticorpos e antígenos detectados pelos testes sorológicos e rápidos, e pela detecção da carga viral, mas não teve uma perda significativa da resposta imune. Nesse caso a pessoa não apresenta sintomas de doença especificamente.”
Ainda segundo Moara, a Aids, na sigla em inglês, é a “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”, uma doença ocasionada pela infecção por HIV, que já levou a uma grande destruição das células de defesa. “A contagem dos linfócitos T CD4, em geral, está abaixo de 200 células/mm3, e a pessoa passa a apresentar um conjunto de sintomas e doenças oportunistas, com maior gravidade. Portanto, não devemos dizer que todas as pessoas que convivem com o HIV têm AIDS. Hoje, com o tratamento correto, a maioria não chega a adoecer pela infecção pelo HIV”, ressalta a infectologista.

Transmissão e prevenção

O HIV pode ser transmitido através de fluidos corporais específicos em casos de: relações sexuais vaginais, anais ou orais sem preservativo; uso compartilhado de seringas, agulhas ou outros equipamentos perfurocortantes; transfusão de sangue contaminado ou transplante de órgãos; e durante a gestação, parto ou amamentação (transmissão vertical da mãe para o bebê). Recentemente, o Brasil foi reconhecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como o maior país do mundo a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho.
Para Moara, as formas mais seguras de prevenção contra o HIV envolvem uma estratégia combinada com diversas ações que podem evitar que as pessoas venham a adquirir a infecção, incluindo a conscientização. “Dentro desse contexto também estão o uso de preservativos masculinos e femininos, o uso de lubrificantes, assim como as profilaxias pré e pós-exposição, o uso de medicamentos que previnem a aquisição, antes ou após uma situação de risco. Também é importante diagnosticar e oferecer o tratamento a todas as pessoas que vivem com o HIV, pois a presença de carga viral indetectável torna a transmissão por via sexual improvável. Somado a isso existem as estratégias de redução de danos, como o oferecimento de seringas descartáveis, o diagnóstico precoce e o tratamento de outras infecções sexualmente transmissíveis, oferecidos gratuitamente pelo SUS.”

Diagnóstico precoce

Os avanços na medicina e na saúde pública facilitam o diagnóstico do HIV, uma etapa essencial para prevenir mortes por Aids e aumentar a qualidade de vida das pessoas que vivem com o vírus.
“Quanto antes o diagnóstico, mais rapidamente essa pessoa pode ser tratada, evitando a queda da imunidade e o adoecimento por outras infecções associadas oportunistas associadas ao HIV. E o mais importante, o tratamento correto, com o controle da carga viral, é uma excelente forma de evitar novas transmissões, pois o vírus se torna intransmissível quando a carga viral é indetectável”, alerta a infectologista.

Ambulatório de Doenças Infecciosas do HC-UFG

Inicialmente, a unidade surgiu como uma unidade da prefeitura municipal, dedicada ao acolhimento de pacientes que viviam com HIV na década de 1990. Posteriormente, foi integrado ao Ambulatório de Infectologia do HC-UFG, onde passou a funcionar o Serviço de Atendimento Especializado a Pessoas Vivendo com HIV/AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Atualmente, é referência no combate à Aids no estado de Goiás e no tratamento das pessoas que convivem com essa infecção, recebendo pacientes de diversas cidades do estado, principalmente do interior.
“Todos os tratamentos para a infecção por HIV são disponibilizados gratuitamente pelo SUS e estão disponíveis no HC-UFG”, informa Moara. “Hoje, o Brasil conta com a associação de pelo menos duas ou três medicações para o controle do vírus, as mesmas recomendadas em protocolos internacionais como primeira linha de tratamento. As medicações disponíveis variam entre a combinação de tenofovir, lamivudina e dolutegravir ou o darunavir associado ao ritonavir. Além disso, para pessoas com boa adesão ao tratamento e que apresentem risco de alterações da função renal ou óssea, também está disponível a associação de lamividina e dolutegravir em comprimido único”, completa.
O serviço prestado pelo Ambulatório é essencialmente ambulatorial, oferecendo atendimento a pessoas que vivem com HIV através de consultas especializadas em infectologia e de exames periódicos para detecção de cargas virais, comorbidades associadas e alterações que podem ser causadas por efeitos adversos de medicações. “Nossos pacientes são atendidos periodicamente, em geral, a cada seis meses, nos casos de pessoas que estão com o controle adequado da infecção e que usam as medicações com boa adesão. Também fazemos o acompanhamento tanto de exames laboratoriais quanto de exames físicos, avaliação quanto a vacinação e quanto a necessidade de investigação de outras comorbidades, principalmente doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes, além de investigação de triagem de câncer de mama e de cólon”, conclui a infectologista.

Rede Ebserh

O HC-UFG faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

Fonte: HC/EBSERH/UFG

Categorias: prevenção HC Notícia 5 AIDS HIV dezembro vermelho