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Universidade Federal de Goiás

O importante é perguntar sempre

Em 25/11/10 04:02. Atualizada em 21/08/14 11:45.
Pesquisadores de todas as áreas devem estar atentos ao nomear os grupos que estudam. A saída para não errar é ouvir a opinião dos membros do grupo

Angélica Queiroz

 

A pesquisa da professora da Faculdade de Letras (FL), Maria Sueli de Aguiar, que trata dos nomes por que são conhecidos os grupos indígenas Páno sustenta que reconhecer a não aceitação desses nomes pelos membros dos grupos representa um “puxão de orelha” nos estudiosos para que eles sejam mais cuidadosos ao designar os grupos indígenas. A professora da Faculdade de Ciências Sociais (FCS) Maria Luiza Rodrigues Souza acredita que essa chamada deve mesmo ser estendida a todos os pesquisadores, de todas as áreas.

 

As primeiras denominações são feitas geralmente quando ainda se desconhece quem são os grupos, antes do convívio com eles.  No entanto, esses grupos já têm suas formas de autodenominação, que os pesquisadores só vão conhecendo conforme avança a intimidade com eles. Por isso, segundo Maria Luiza Souza, a última palavra deve ser dos membros do grupo estudado.

 

Para a professora da Faculdade de Ciências Sociais, como tudo depende do contexto, a saída é sempre o diálogo. “É preciso perguntar, porque muitos grupos indígenas até preferem reservar o nome da língua para uso apenas em ocasiões internas”.  As razões do não reconhecimento ou mesmo da recusa de certos nomes pelos grupos são variadas: vão desde fatores políticos e econômicos até causas mais intricadas, como rivalidades entre diferentes grupos.

 

Há um consenso entre pesquisadores das áreas de linguística e antropologia quanto à importância de se considerar as condições em que os grupos passaram a ser nomeados na literatura. As professoras  Maria Sueli de Aguiar e Maria Luiza Souza, respectivamente linguista e antropóloga, consideram importante assegurar que os diferentes grupos estudados, não apenas os indígenas, possam rever os nomes por que são designados na literatura e pelos pesquisadores e optar por alterá-los ou não, passando a ser chamados de acordo com a própria vontade.

Fonte: AscomUFG