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Universidade Federal de Goiás

Estudantes do UFGInclui participam de ações voltadas à inclusão e permanência

Em 09/10/14 11:07. Atualizada em 24/11/14 14:13.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO VII – Nº 68 – Outubro – 2014

Estudantes do UFGInclui participam de ações voltadas à inclusão e permanência

Ingressantes na UFG pelo Programa UFGInclui participam de atividades e realizam pesquisas que visam debater e superar os desafios encontrados no ambiente acadêmico

Texto: Águita Araújo | Fotos: Adriana Cristina, Divulgação

A implementação do Programa UFGInclui, em 2009, contribuiu para a existência de um cenário mais plural dentro da universidade, por meio da geração de vagas para estudantes de escola pública, negros e uma vaga adicional para indígenas e quilombolas em cada curso de graduação. Atualmente, o Programa gera uma vaga extra em cada curso para estudantes indígenas e quilombolas, bem como quinze vagas para candidatos surdos no curso Letras-Libras. Contudo, os universitários que ingressaram na UFG por intermédio desse programa apontam desafios que ainda precisam ser superados para que consigam permanecer na instituição e concluir os cursos escolhidos. Tendo em vista esta realidade, estudantes do UFGInclui vêm desenvolvendo estudos e participando de atividades promovidas por órgãos da Universidade com o objetivo de ampliar os canais de reivindicação e afirmar sua presença na UFG.

Reunião UFGInclui

O reitor Orlando Amaral participa da 4ª Roda de Conversas com estudantes indígenas e quilombolas 

Mariza Fernandes dos Santos ingressou no curso de Jornalismo, Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), pelo programa UFGInclui, em 2009. Ela realizou em 2013, para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Ações afirmativas no curso de Jornalismo da UFG, uma pesquisa a respeito das influências e repercussões ocasionadas pela inclusão de cotistas no curso de Jornalismo. De acordo com a jornalista, esse tema é relevante porque, durante sua graduação, ações sobre a conscientização referente à condição dos cotistas ou informações sobre programas de permanência não chegavam a seu alcance.

A partir dessa pesquisa, foi realizado o Primeiro Colóquio de Jornalismo e Diferença da FIC, em setembro de 2013, com coordenação da professora Luciene Dias, no qual os estudantes que ingressaram pelo UFGInclui puderam expor problemas na estrutura do curso e apontar soluções como, por exemplo, disponibilizar tutores para auxiliar estudantes com dificuldades de gramática e produção textual. A jornalista explica que tais dificuldades são decorrentes, principalmente, da formação deficiente na escola pública. Agora, em sua pesquisa de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Geografia, Mariza Fernandes pretende investigar como a condição de cotista alterou ou influenciou a trajetória de estudantes, na universidade e em outros espaços por eles percorridos, como família, casa, bairro e trabalho.

Inclusão e permanência – Em março deste ano, criou-se no âmbito da Prograd a Coordenação de Inclusão e Permanência (CIP), com o objetivo de promover ações voltadas à diminuição da evasão e da retenção de estudantes de graduação. “A função da coordenação é tratar o estudante de forma mais pessoal, muito além do número de matrícula, assegurando sua permanência acadêmica”, explicou o coordenador da CIP, Jean Baptista.

Além de prestar atendimento cotidiano aos estudantes, algumas atividades da CIP já estão em andamento, como o projeto UFG nas Comunidades, que visita comunidades indígenas e quilombolas para difundir o Programa UFGInclui. Também foram criadas disciplinas de núcleo livre em Química, Matemática e Português em parceria com os professores Ana Canavarro, Bethânia Santos e André Marques. A principal estratégia de conexão da Prograd com os estudantes do UFGInclui está na sexta edição do projeto Rodas de Conversa, o qual ainda se realizará. Este consiste em reuniões mensais com o reitor, pró-reitores, professores, servidores, lideranças comunitárias e estudantes indígenas e quilombolas para discutir o ingresso e a permanência na UFG. Por meio destas e outras atividades, conseguiu- se garantir que os estudantes do UFGInclui estivessem informados sobre as políticas de permanência, bem como não se registrou nenhuma evasão de indígena ou quilombola ao longo de 2014. “Além do empenho geral da equipe da Prograd, os resultados positivos devem-se à mobilização dos estudantes do UFGInclui, unidos pela busca de garantias por um ensino superior onde o direito à diferença seja assegurado”, disse Jean Baptista.

Comunidade Kalunga Quilombola

Visita à Comunidade Kalunga Quilombola do Engenho 2 para divulgação do Programa UFGInclui 

Além da CIP, outras equipes foram montadas na gestão anterior e na atual com o objetivo de desenvolver ações relacionadas ao acolhimento dos estudantes da universidade.

 

Órgãos voltados ao acolhimento do estudante:

  • Coordenadoria de Ações Afirmativas da Reitoria, coordenada por Luciene Dias;
  • Coordenação de Inclusão e Permanência da Prograd, coordenada por Jean Baptista;
  • Comissão Consultiva do UFGInclui da Prograd, coordenada por Renata Dias e Alex Ratts;
  • Núcleo de Acessibilidade da Prograd, coordenado por Régis Silva.

 

Pesquisas – Os encaminhamentos e sugestões que surgiram nas rodas de conversa servirão de auxílio para o desenvolvimento de outra pesquisa de TCC. A estudante quilombola do curso de Relações Públicas da FIC, Marta Quintiliano, está fazendo um estudo sobre as representações sociais de indígenas e quilombolas em relação às políticas de cotas da UFG, entre 2009 e 2013, com estudantes que participam desse grupo de reuniões.

Marta Quintiliano afirma que, desde seu ingresso na universidade, tinha o interesse de produzir algo para dar visibilidade à sua comunidade, Vó Rita, da cidade de Trindade. Contudo, ela decidiu ampliar mais seu estudo. “Eu percebi que a questão era maior, não era só com o meu grupo. Os indígenas, por exemplo, expressavam preocupações semelhantes às nossas durante as reuniões. Nós entramos na universidade pensando em melhorar a realidade da comunidade”, explicou.

A estudante está elaborando seu estudo com base em entrevistas e na análise das rodas de conversa para saber a opinião desses estudantes a respeito do processo de permanência na universidade. De acordo com Marta Quintiliano, sua pesquisa terá uma abordagem mais humanizada: “Irei problematizar os dados existentes, por exemplo, sobre a evasão desses estudantes, buscar causas e medidas que procurem melhorar”. A estudante acredita que, uma vez que ela integra uma comunidade quilombola, esse trabalho possibilitará que as próprias comunidades possam se expressar de forma diferenciada. “Esse fato trará mais pessoalidade à pesquisa e permitirá mais espontaneidade nas respostas dos entrevistados”.

Para mais informações procurar Espaço Afirmativa no piso superior do Centro de Convivência do Câmpus Samambaia. Telefone 3521-1714

Categorias: PROGRAD Permanência inclusão Estudantes UFGInclui