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Universidade Federal de Goiás
Novos dirigente do Grupo Ipê Amarelo fazem promessa escoteira e recebem lenço e insígnia

Sempre alerta!

Em 01/06/16 15:55. Atualizada em 08/06/16 10:31.

UFG inaugura seu primeiro grupo escoteiro por meio de projeto de extensão do Hospital das Clínicas

Luiz Felipe Fernandes

Para quem é de fora do movimento escoteiro, tudo é diferente: a maneira de se cumprimentar (com a mão esquerda, entrelaçando os dedos, e a direita fazendo o sinal de sempre alerta), os gritos de guerra e até o jeito de aplaudir, batendo palmas de forma ritmada. Mas todos esses ritos e protocolos passam a fazer sentido ao se conhecer a filosofia do escotismo, baseada em conceitos como honra, integridade, amizade, lealdade e cortesia.

Esse ano a Universidade Federal de Goiás (UFG) ganhou seu primeiro grupo escoteiro. Projeto de extensão do Hospital das Clínicas (HC), o Grupo de Escoteiros Ipê Amarelo começou suas atividades em fevereiro e, no mês seguinte, foi oficialmente inaugurado. A cerimônia reuniu os novos dirigentes, que fizeram a promessa escoteira e receberam a insígnia e o lenço que representam o grupo.

Os encontros acontecem todo sábado, das 15h às 17h, na Escola de Engenharia, na Praça Universitária. O grupo criado na Universidade já possui uma alcateia – denominação dada às crianças dos 6,5 aos 10 anos de idade, chamados de lobinhos – e uma tropa escoteira, com integrantes dos 11 aos 14 anos. Eles desenvolvem uma série de atividades monitoradas, como jogos que estimulam competências específicas, espírito de equipe e coordenação motora.

A enfermeira do HC, Regina Sélia Jorge, foi quem idealizou o projeto. Com 22 anos de trabalho prestados à UFG e com a proximidade da aposentadoria, ela conta que queria ficar ligada de alguma forma à Universidade. “O objetivo era propor uma atividade voltada para os filhos dos funcionários da UFG e de toda a comunidade.

A “sementinha” do projeto, como diz Regina, foi plantada há cerca de um ano. Depois que a ação foi cadastrada como projeto de extensão da UFG, os integrantes passaram por uma capacitação com o Grupo Escoteiro Goyaz. Mesmo aqueles que não tinham um histórico de ligação com o movimento receberam as orientações necessárias para trabalhar com os mais novos e monitorar as atividades, o que permitiu a formalização do Ipê Amarelo este ano.

Além dos encontros semanais, o grupo promove atividades extras. No último mês de março foi realizado um acampamento em uma chácara próxima a Goiânia. Durante quatro dias, os integrantes participaram de uma programação diversificada que envolvia atividades físicas, jogos lúdicos e trabalhos manuais. Há cinco meses participando das atividades, Arthur de Castro, 7, elegeu os acampamentos como atividade favorita. Gabriel Vilaverde, 9, também afirma estar gostando dos encontros. “Aprendemos muitas coisas, como preservar a natureza e não jogar lixo na rua”, diz.


Escotismo e educação

O escotismo é dividido em quatro ramos: lobinhos (de 6,5 a 10 anos), escoteiros (de 11 a 14 anos), seniores (de 15 a 17 anos) e pioneiros (de 18 a 21 anos). Em cada um deles são desenvolvidas ações direcionadas à faixa etária, sempre de caráter educativo. “Todas essas etapas possuem atividades voltadas para o caráter, o respeito e a cidadania. São trabalhos diferenciados, mas que no fundo levam à melhoria do ser humano”, ressalta Maria José Almeida, presidente do Grupo de Escoteiros Ipê Amarelo e professora do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae).

Maria José considera que as atividades escoteiras complementam a educação formal, principalmente por transmitir valores éticos e morais, como respeito ao próximo e ao meio ambiente. “O grupo nasce com uma vontade enorme de crescer, de fazer um bom trabalho e de contribuir para termos crianças com valores humanos mais apurados”, conclui.

No dia em que o Ipê Amarelo foi oficialmente inaugurado, a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFG, Giselle Ottoni, destacou a importância de projetos como esse para reforçar o papel da instituição na disseminação do conhecimento e na troca de aprendizado. “A Universidade não é limitada aos cursos de graduação, ela se estende à comunidade. Que esse grupo contribua com a cidadania e o bem-estar da sociedade, que também são os objetivos da UFG”.

 

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Atividades estimulam valores

O escotismo foi fundado em 1907 pelo inglês Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, tenente-general do exército britânico. O movimento é mundial e busca proporcionar o desenvolvimento de crianças e jovens por meio de atividades que estimulem o trabalho em equipe e valorizem uma série de valores morais, como fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina. A participação é voluntária e o movimento é apartidário e sem fins lucrativos.

O enfermeiro do Hospital das Clínicas da UFG, Carlos Almeida, é chefe da alcateia do Grupo de Escoteiros Ipê Amarelo e considera que o sucesso do escotismo está no trabalho voltado para o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes. “É uma série de regras muito bem estruturadas, que vêm sendo desenvolvidas há muito tempo, mas que continuam atuais”.

Ele cita, por exemplo, as atividades voltadas para as crianças. O programa educativo é inspirado na obra O Livro da Selva, de Rudyard Kipling. Os lobinhos e lobinhas recebem os primeiros ensinamentos para a vida no campo, vida em equipe e desenvolvimento da liderança. São desenvolvidas atividades de primeiros socorros, economia, trabalhos manuais, vivência no campo e jogos. “Existem tarefas que são desenvolvidas para que a criança solucione não por ser mais forte, mas por pensar na melhor estratégia”, exemplifica o chefe da alcateia.

 

Grupo escoteiro Ipê Amarelo

 

Interessados em participar do Grupo de Escoteiros Ipê Amarelo podem enviar a solicitação para o e-mail <ipeamareloufg@gmail.com>. Para a inscrição é cobrada uma taxa mensal de R$ 20,00 para cobrir despesas com material e uma taxa anual em torno de R$ 100,00 para se associar à União dos Escoteiros do Brasil, que dá direito à carteirinha de escoteiro e a um seguro pessoal.

Categorias: Extensão Edição 79 #Extensão