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Universidade Federal de Goiás
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A mobilidade urbana no contexto da Universidade

Em 26/08/16 16:29. Atualizada em 30/08/16 17:28.

Professora da Faculdade de Artes Visuais da UFG fala sobre mobilidade

Erika Cristine Kneib palestrando em evento

Erika Cristine Kneib, professora da Faculdade de Artes Visuais da UFG

 

A mobilidade urbana pode ser entendida como a capacidade de deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano. E muitas são as variáveis e os elementos que impactam a mobilidade e são por ela impactados, tendo um efeito notório e cada vez mais relevante na qualidade de vida dos centros urbanos.

 

No Brasil, muitas cidades foram pensadas e planejadas visando garantir velocidade e fluidez dos automóveis. Vias largas, asfaltadas e impermeáveis, com amplos espaços de estacionamentos, que favorecem a velocidade, potencializam a degradação do espaço e dificultam a relação das pessoas com a cidade. Esse modelo de (i)mobilidade vem sendo questionado na busca por cidades com maior qualidade, nas quais o veículo deixe de ser o protagonista e o espaço urbano passe a ser pensado, concebido e desenvolvido para as pessoas.

 

Cidades que buscam uma mobilidade urbana mais sustentável apoiam-se em quatro princípios: prioridade ao pedestre e ao ciclista; valorização do transporte público coletivo; racionalização do uso do automóvel, com o objetivo de fazer um uso consciente e adequado dos veículos motorizados individuais; e planejamento das redes urbanas, de modo que haja compatibilidade entre as atividades urbanas e os sistemas de transporte.  Tais princípios contribuem sobremaneira para uma cidade mais justa, mais humana, com uma economia forte e um ambiente sustentável.  

 

No ambiente universitário – de pensamentos, questionamentos e reflexões –,  há de se questionar até quanto e até quando este modelo de cidade voltada à fluidez dos automóveis pode ser replicado na distribuição e concepção dos espaços dos campi universitários. Até quando os espaços verdes, de lazer e de convívio serão prejudicados em busca de uma velocidade e fluidez veicular e espaços de estacionamento asfaltados e impermeáveis que só tendem a prejudicar a segurança, o convívio das pessoas e a qualidade do espaço.

 

Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Artes Visuais da UFG mostra que, no Câmpus Samambaia, por exemplo, mais de 60% das pessoas se deslocam para o câmpus a pé, de bicicleta ou de transporte público coletivo; enquanto 37% se deslocam por automóvel.

 

Como potencializar os deslocamentos a pé, por bicicleta e por transporte coletivo ao Câmpus e dentro do Câmpus? Como tornar o espaço da universidade um modelo de mobilidade sustentável capaz de mudar paradigmas que possam ser refletidos positivamente em toda a cidade?


Perguntas e reflexões que devem permear o debate acadêmico e contribuir, de forma técnica, científica e pragmática com a qualidade dos espaços dos campi e também com a mudança de paradigmas capazes de contribuir para a concepção de novos espaços nos campi e na cidade, mais justos socialmente, mais adequados ambientalmente e capazes de colaborar qualitativamente com a mobilidade urbana e com a qualidade de vida nas cidades goianas e brasileiras.

 

Categorias: artigo Edição 82