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Universidade Federal de Goiás
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Raciocinar de maneira matemática? É moleza!

Em 29/09/16 14:55. Atualizada em 04/10/16 11:49.

Projeto do mestrando Greiton Toledo mostra às crianças que isto é possível. A iniciativa foi reconhecida pelo Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita

Equipe do projeto Mattics

 

Caroline Pires

Junte uma escola pública em Senador Canedo, seis computadores emprestados, pais fazendo sanduíches para o lanche e um professor inovador. O resultado é uma mistura única que conseguiu mudar o rumo do aprendizado em Matemática de alunos do ensino fundamental. Com a implementação do projeto Mattics, o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da UFG, Greiton Toledo de Azevedo, teve seu esforço e trabalho reconhecidos ao ser escolhido como um dos ganhadores do Prêmio Educador Nota 10, concedido pela Fundação Victor Civita em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O professor apresentou o trabalho Matemática e games? Eis a questão!, que foi desenvolvido na Escola Municipal Irmã Catarina Jardim Miranda.

 

Tela do Jogo Macaco coletor desenvolvido pelos alunos une Matemática e preservação ambiental

Jogo desenvolvido pelos alunos une Matemática e preservação ambiental

 

Apaixonado desde a graduação pela educação básica, Greiton Toledo lembra que toda a sua trajetória acadêmica foi baseada em pensar maneiras de modificar o ensino da Matemática, que geralmente parte de conceitos e fórmulas apresentadas de maneira direta, sem permitir que o estudante possa aprender a raciocinar de forma lógica. Foi a partir desta inquietação que o mestrando começou a pensar formas de desafiar seus alunos, de 10 a 12 anos, a estabelecer temáticas que se relacionassem com o cotidiano para desenvolverem jogos digitais utilizando a linguagem do programa Scratch. Assim nasceu o projeto Mattics, que se transformou em seu objeto de estudo no mestrado.

Todo o processo começou com a reflexão sobre problemas cotidianos, como a conservação do meio ambiente. A partir daí, os estudantes esboçaram em folhas de papel o esqueleto dos jogos que, em seguida, foram transpostos para o computador. Greiton Toledo, com a ajuda de professores voluntários, desafiou os alunos a usarem linguagem computacional para construir seus jogos digitais. Aos poucos e sem se darem conta, os estudantes se depararam, durante esse processo, com situações matemáticas a serem solucionadas.

O resultado é que durante a apresentação dos seus projetos, os alunos se percebiam usando e explicando aos colegas conceitos como planos cartesianos, números negativos e funções. Isto sem nunca terem tido uma aula sobre esses conteúdos! Era neste momento que Greiton Toledo intervinha ativamente e dava nome para o raciocínio feito pelo aluno. Essa didática lúdica e construcionista é a norteadora de todas as ações do professor em sala de aula. “É motivador ver como a Matemática vai aos poucos se fazendo presente como forma de pensamento, pela construção ativa do conhecimento e do desenvolvimento do raciocínio lógico”, comemora o professor.

O impacto do projeto não ficou restrito aos muros da escola. As crianças também apresentaram os jogos digitais produzidos por eles, com suas estruturas matemáticas, para funcionários do colégio, pais e comunidade local. Essa interação ampliou as temáticas discutidas em sala de aula e promoveu a reflexão sobre temas como poluição sonora, desperdício de água e tratamento de resíduos sólidos.

 

Greiton Toledo e participantes do projeto Mattics

Greiton Toledo continuará a desenvolver e implementar o Projeto Mattics com alunos da rede pública de ensino

 

Para encerrar o projeto com chave de ouro, os alunos participantes recebiam ainda cadernos de memórias. Diariamente eles eram desafiados a escrever não só seus raciocínios ou impasses matemáticos, mas a maneira como se sentiam e como lidavam com os problemas que iam aparecendo ao longo do projeto. A utilização desse artifício tornou a experiência ainda mais completa para os estudantes. “É desafiador! É legal aprender. Temos que pensar, analisar e discutir para construir! Sempre gostei muito de Matemática, mas, agora, com o projeto Mattics, está mais legal!”, destaca o estudante João Pedro Santana. Já a aluna Sara Castro Coelho está contente com a sua superação: “Muito bom ser capaz de fazer um jogo. No início não acreditava que eu iria conseguir”.

Como reconhecimento pelo seu projeto o professor recebeu do prêmio Educador Nota 10 o valor de R$ 15 mil como incentivo. A cerimônia de premiação será no dia 17 de outubro, em São Paulo.

 

 

Fonte: Ascom/UFG

Categorias: Educação Edição 83