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Universidade Federal de Goiás
ExercitaTe

Como evitar desculpas e se exercitar?

Em 23/03/17 09:58. Atualizada em 31/03/17 16:55.

Veja como a UFG têm trazido respostas e oferecido atividades físicas dentro e fora da Universidade

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Kharen Stecca

A maior parte da população é capaz de reconhecer que praticar atividade física faz a diferença na vida e na saúde das pessoas. Mas daí a chegar à prática constante de exercícios, há uma grande diferença. Pesquisa realizada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Estudantis (Fonaprace) em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) em 2014, com estudantes de graduação de 62 instituições federais de ensino superior brasileiras, mostra que em média 36,75% das mulheres universitárias e 20,92% dos homens não praticam atividades físicas. Outros 31% das mulheres e 32% dos homens praticam ocasionalmente. E isso em uma população que, em sua maioria, tem entre 18 e 24 anos.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que a quantidade ideal de exercícios físicos por semana é de 150 minutos. Isso seria, no mínimo, uma atividade de 30 minutos em cinco dias na semana. O professor da Faculdade de Educação Física e Dança da UFG (FEFD/UFG), Paulo Gentil, explica que, em geral, o motivo alegado para não chegar a essa quantidade de exercícios é o mesmo: falta de tempo. “Em especial, durante a graduação os estudantes alegam não ter tempo extra para a atividade física”. E então? Como encontrar motivação para mudar esse hábito? A resposta pode estar em pesquisas realizadas na área de Educação Física.


“Não tenho tempo!”


Seu problema é tempo? 30 minutos por dia é demais na sua rotina diária? O professor da FEFD/UFG, Paulo Gentil, explica que diversos estudos mostram que há exercícios que conseguem o mesmo resultado de 30 minutos de atividades em até quatro minutos. Você já ouviu falar de protocolo Tabata e Gibala?

 

Na década de 1990, no Japão, uma equipe liderada por Izumi Tabata comparou os efeitos de treinos que duravam uma hora em intensidade moderada com treinos de apenas quatro minutos em alta intensidade. O que Tabata e seus pesquisadores conseguiram comprovar foi que a intensidade do exercício é tão importante ou até mais que o volume do treinamento. O pesquisador criou o método Tabata que propõe a execução de sete a oito séries de 20 segundos de exercícios intensos, que podem ser caminhada, bicicleta, corrida, série de apoios, levantamento de peso, ou qualquer outro. Ao fim de cada série, utiliza-se um descanso de 10 segundos. As oito séries desse método, com duração de 30 segundos cada, mais o descanso somam quatro minutos. Somado ao aquecimento e volta à calma, em 15 minutos é possível fazer uma série de exercícios. Deve-se fazer cada repetição com o máximo possível de esforço para manter a intensidade elevada, explica o professor Paulo Gentil.

 

Outro protocolo de exercícios intensos em menor tempo é o Gibala, criado pelo pesquisador canadense Martin Gibala. Consiste em um aquecimento de três a cinco minutos, com 4-6 séries de exercícios de 30 segundos em alta intensidade, com quatro minutos de descanso, seguido de cinco minutos de desaquecimento. Depois, o mesmo grupo adaptou o protocolo para 3-4 séries de 20 segundos com dois minutos de intervalo. Assim, dependendo da forma como o protocolo é aplicado, pode durar menos de 20 minutos.

Confira matéria da TV UFG sobre esses protocolos.


“Três vezes por semana?”

A regularidade nos exercícios também é uma das preocupações da OMS, que indica uma regularidade ideal de três vezes por semana. Mas já existem estudos que mostram que mesmo uma vez por semana é possível obter ganhos do exercício físico. O professor participou de um desses estudos que dividiu 30 homens em dois grupos: um fazendo séries de exercícios para cada músculo, uma vez na semana, e outro duas vezes na semana. O resultado é que o ganho de força e massa muscular foi similar em ambos os grupos.

 

Segundo o professor Paulo Gentil, há escolhas a fazer para chegar ao condicionamento físico adequado: o responsável pela orientação do treinamento pode aumentar o número de repetições (as séries de exercícios) ou aumentar a carga de esforço do exercício. A partir dessas escolhas que devem ser feitas mediante uma avaliação prévia do paciente e análise de seu perfil, é possível encontrar o exercício que mais se adapta ao estilo de vida e driblar o problema do tempo.


“Preciso de alguém para ser estimulado”

Sim, o estímulo de um profissional, em especial, é muito importante. O professor Paulo Gentil participou de um estudo que mostrou que, após 11 semanas de treino, em uma sala com 25 alunos e cinco orientadores, os resultados foram melhores em ganho de força tanto na parte superior quanto inferior do corpo do que numa sala com os mesmos 25 alunos e um orientador, o que destaca a importância da supervisão. Não por acaso tem crescido a demanda pelo personal trainer. Quando há essa dedicação de um profissional, o resultado do condicionamento físico é melhor. Orientação é importantíssimo!


Eu não gosto de:
( ) musculação
( ) corrida
( ) natação
( ) outro: ___________

 

Já te disseram que musculação é o exercício que mais dá resultados? E qual o resultado que você precisa? “Às vezes, para sair do sedentarismo, primeiro é preciso encontrar um exercício que o torne motivado a continuar as atividades físicas”, afirma o professor. Seja andar de bicicleta, correr, nadar ou realizar treinos de musculação, o importante é ter prazer e persistência. E, novamente, os estudos na área auxiliam na busca dessa possibilidade. “Hoje já conseguimos perceber que é possível, por exemplo, com o exercício de spinning (pedalar), obter resultados na capacidade aeróbia e também de força e massa muscular. O mesmo pode ser feito com outros exercícios, basta que sejam estruturados para atender essas duas demandas”.

 

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Eu me exercito na UFG!

Allan Rogger, 25 anos, é aluno do curso de Estatística. Há dois anos pesava 156 quilos e começava a apresentar problemas devido à obesidade. “Meu pai chegou a sugerir uma cirurgia bariátrica, que não era indicada no meu caso, pois eu ainda não apresentava problemas de saúde”, relata o estudante. Quando a obesidade começou a incomodar, ele procurou uma rotina de exercícios e há dois anos frequenta o Cecas/UFG.

Alexandre Melo, 42 anos, é analista de Tecnologia e Informação do Centro de Recursos Computacionais da UFG. Quando os problemas de saúde começaram a surgir, como pressão alta e colesterol, o técnico iniciou uma rotina de exercícios que vem realizando com assiduidade há um ano. “O fato do Cecas ser tão próximo facilita muito minha rotina, pois uso períodos livres, como o horário de almoço, para me exercitar”, afirma.

Carlota Viana, 62 anos, é técnica aposentada da UFG, mora perto do câmpus e é frequentadora assídua do espaço desde o início. Ela considera o Cecas um excelente serviço, especialmente pelos monitores. “Eles realmente orientam toda a nossa rotina de exercícios, são muito atenciosos, o que melhora os resultados”.

Essa opinião também foi compartilhada por Allan e Alexandre, que já tiveram experiências em outras academias e consideram o atendimento do espaço de excelente qualidade. Carlota considera que a iniciativa é ótima para a comunidade, em especial para os servidores que podem fazer exercícios antes do trabalho ou no horário do almoço.

 

“Não tenho dinheiro para pagar um supervisor ou uma academia”


Sim, há academias com valores altos, profissionais particulares que não cabem no bolso de muita gente. Mas também há muitas opções, e para quem está no Câmpus Samambaia elas podem estar mais próximas do que você imagina. A Universidade dispõe de diversos programas de atividades físicas, seja por meio da Faculdade de Educação Física, seja por meio do Centro de Esportes do Câmpus Samambaia (Cecas). Há atividades como musculação, yoga, natação, hidroginástica e grupos de corrida. Tudo com orientação de professores e estudantes da área e com custo mínimo ou até gratuitos. Em troca, a Universidade forma na prática seus profissionais e fomenta a pesquisa e extensão nessas áreas.


A moda agora é corrida

 

As corridas de rua ganharam notoriedade nos últimos anos. Basta percorrer os parques e as largadas de eventos ou mesmo o Facebook de amigos e perceber que alguém aderiu à prática. “A corrida é um esporte democrático, porque basta um tênis e a rua para começar”, explica Paulo. No entanto, também é um esporte que tem um risco grande de lesões. “O que orientamos é que é preciso uma avaliação inicial do paciente, para que ele tire do exercício os melhores resultados”, afirma. Outra orientação é que a pessoa deve saber obedecer os limites do corpo. “Muitas pessoas começam correndo cinco quilômetros, depois já querem correr dez e então uma meiamaratona; e é quando aumentam essa quantidade de exercícios, que surge o risco de lesões que provavelmente não viriam em quantidades menores de treino. Uma passada errada, uma inclinação do tronco diferente, podem não atrapalhar uma corrida de três quilômetros algumas vezes na semana, mas podem ser decisivas em uma lesão quando você começa a correr distâncias maiores”, explica.

 

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Exercícios com jogos eletrônicos: é possível?

No Setor de Fisiologia Humana e do Exercício da FEFD/UFG, profissionais investigam as demandas fisiológicas impostas sobre o organismo pelos exergames (exercícios realizados com apoio de jogos eletrônicos). A ideia é investigar se esse tipo de atividade física pode ser tão efetiva quanto um programa clássico de exercício.


Os jogos de computadores sempre foram vistos como vilões da atividade física: “Os tradicionais jogos de videogame aumentam o comportamento sedentário e este tem repercussões negativas sobre a saúde. Foi justamente nesse contexto, ou seja, aliar o videogame com a atividade física, que surgiram os exergames”, explica o professor da Faculdade de Educação Física e Dança, Cláudio Lira, que estuda o efeito desses jogos no condicionamento físico de pacientes.

 

Para ele, uma das vantagens desses jogos é aumentar a adesão do indivíduo a um programa de atividade física regular, sobretudo em crianças e adolescentes. Também pode ser uma ferramenta para reabilitação de pacientes com Parkinson, Alzheimer, vítimas de acidente vascular encefálico, etc. Adicionalmente, já foi demonstrado que os exergames potencializam o gasto calórico e, por isso, são interessantes no tratamento de obesidade. Mas é preciso cuidado“. Existe a possibilidade de exercícios realizados eletronicamente fomentarem o isolamento social. Outro ponto negativo é que não existe a supervisão/orientação por um professor de Educação Física e isso pode ser crucial, sobretudo para pacientes que tenham condições clínicas específicas”, explica Cláudio Lira.

 

Centro de Práticas Corporais


O Centro de Práticas Corporais (CPC) é um programa da Faculdade de Educação Física e Dança (FEFD/UFG) que objetiva estreitar a distância entre universidade e sociedade. Através de projetos de extensão envolvendo docentes e discentes dos cursos de Dança e Educação Física, o programa oferece atividades físicas para a comunidade interna e externa da UFG. Só no primeiro semestre de 2017 foram oferecidas 1.415 vagas distribuídas em práticas aquáticas, esporte, dança, lutas, ginástica e yoga com uma taxa de matrícula que variava entre 35 e 90 reais de acordo com a idade e dias na semana. Todos os semestres são realizadas novas inscrições e as modalidades podem variar. Mais informações no site <www.fefd.ufg.br> ou no telefone 3521-1085.


Espaço Fitness Câmpus Samambaia


Você é aluno, professor ou técnico da UFG, aposentado ou da ativa e frequenta o Câmpus Samambaia? Então você pode se exercitar no Espaço Fitness do Centro Esportivo do Câmpus Samambaia da UFG (Cecas). A academia funciona das 7h às 22h de segunda a sexta e atende 20 alunos por hora. Cada aluno realiza atividades em horários prefixados duas vezes por semana e na sexta-feira o horário é livre. Não há taxa de matrícula ou mensalidade. Atualmente as vagas são poucas, mas existe uma lista de espera. Quando surgem vagas a pessoa é contactada para matricular-se. O espaço possui aparelhos para musculação e ergometria. As atividades são acompanhadas por monitores que orientam a rotina de exercícios e sua execução que, por sua vez, são supervisionados por um profissional devidamente qualificado.


Gosta de esportes coletivos?

 

Futsal, vôlei, rugby, handebol e basquete são algumas das modalidades esportivas em que UFG mantém equipes representativas e que realizam seus treinamentos no Cecas. Os times participam de torneios como os Jogos Universitários Goianos (JUG´s), Jogos Universitários Brasileiros (JUb´s), entre outros. Os treinos são dirigidos por treinadores contratados pela CEL-Procom para representarem a UFG nas competições Universitárias no Estado de Goiás e por todo Brasil. Confira o quadro de horários de treinamento no Cecas. Mais informações sobre como participar, no telefone 3521-1526.

 

Modalidade Dias e horários
Basquete Quinta 21h às 22h
Futsal Segunda 17h às 19h, Terça e Sexta 21h às 22h
Handebol Segunda 19h às 22h
Rugby Quinta 22h às 23h30 e Sábado 16h às 19h
Voleibol Quarta 20h30 às 23h e Sexta 18h às 21h


Praticampus


O Centro de Esportes Câmpus Samambaia também apresenta uma nova atividade: o Praticampus, que unirá iniciação esportiva e treinamento funcional. O Praticampus objetiva a vivência de uma dinâmica fora da academia visando a promoção da saúde através da prática de modalidades esportivas juntamente com exercícios funcionais. Inicialmente serão ofertadas turmas nos horários iniciais de cada um dos períodos do dia (7h às 8h e das 12h às 13h) para atender, também, aos trabalhadores da UFG. As inscrições serão realizadas na recepção da academia do Cecas. Mais informações pelo telefone 3521-1526.

 

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Confira o que outras regionais oferecem à comunidade:

Regional Catalão
A Regional Catalão possui projetos de extensão e práticas vinculadas às disciplinas do curso de Educação Física. Há atividades oferecidas nas dependências da Universidade, como hidroginástica, natação, ginástica, ludoteca e jogos coletivos como basquete e vôlei, além de uma turma especial de basquete em cadeiras de rodas. Há também atividades oferecidas em outros ambientes localizados na cidade de Catalão. As inscrições são feitas durante todo o semestre até o preenchimento das vagas. Para informações sobre como participar entre em contato pelos telefones (64) 3441-5311 ou (64) 3441-5383.

Regional Goiás
Em 2016 a Regional Goiás ganhou o projeto de extensão Copa UFG Regional Goiás de Futsal, com o objetivo de integrar a comunidade acadêmica e incentivar a prática de esportes. Um grupo de servidores também se organiza informalmente para jogar futebol de salão duas vezes por semana e aos sábados vôlei de areia. Os jogos ocorrem no ginásio do Colégio Santana, hoje alugado pela UFG, e no Balneário Carioca (vôlei). Quer participar e incrementar a prática de esportes na Regional? Procure o servidor da UFG Lucas Fagundes pelo email: <lucasfagundesvaz@ufg.br>.

Regional Jataí
A Regional Jataí tem o Núcleo de Práticas Corporais (NPC), ligado ao curso de Educação Física, na Unidade Jatobá. O NPC oferece diversas modalidades, como artes marciais, dança, ginástica, modalidades coletivas, hidroginástica e natação. As inscrições podem ser realizadas durante todo o ano, de acordo com o limite de vagas. Para mais informações entre em contato pelo telefone (64) 3606-8370, e-mail <educacaofisicanpc@gmail.com> ou no site <https://npceducacaofisica.jatai.ufg.br>.

Categorias: universidade Edição 86