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Universidade Federal de Goiás
Atestify

Município goiano usa aplicativo que combate falsificação de atestados

Em 27/06/19 14:00. Atualizada em 27/06/19 14:08.

Solução desenvolvida com apoio da UFG atesta a veracidade dos pedidos de afastamento, monitora faltas e mapeia doenças dos trabalhadores

Ednamar Dias

Oitenta por cento dos profissionais de saúde das redes pública e privada de Paraúna, a 150 quilômetros de Goiânia,  já estão conectados a um aplicativo que permite a emissão de atestados médicos e odontológicos totalmente digitais e com código de segurança. A solução foi implantada, no último dia 09 de maio, e,  dentro de um mês, cerca de  300 atestados já foram expedidos digitalmente. Um dos objetivos da inovação é  reduzir de forma progressiva os riscos de fraudes, como utilização indevida de informações de médicos e dentistas, rasuras e  simulação de doenças.

Previstas no código penal brasileiro, com penas que variam de 1 mês a 1 ano de prisão, as irregularidades são requentes, e podem ser praticadas inclusive pela internet com o apoio de uma grande indústria de falsificações

Outras aplicações

As doenças que mais afastaram empregados do trabalho em Paraúna, a partir do momento em que o aplicativo começou a ser utilizado,  foram  diarreia, dengue e amigdalite, e as que mais impactaram em termos de dias perdidos foram dengue, convalescença pós-cirurgia e acompanhamento a filhos, pais e outros parentes.O número de dias perdidos no serviço público do município chegou a 180, somadas todas as faltas no período observado.

O médico Remulo Borges, CEO da startup Atestify, explica que, de posse desses elementos, além de realizarem o diagnóstico de faltas, assiduidade e doenças dos colaboradores, os gestores públicos e privados da cidade, com onze mil habitantes, poderão adotar  medidas de controle ao absenteísmo. “Identificar endemias, promover medidas profiláticas, melhorar as condições de trabalho, controlar escalas ou mesmo fazer a substituição de funcionários”, complementa.

Outra constatação foi que um grande volume de pessoas que acessaram a rede pública do município, na segunda, quinta e sexta-feiras, estava em busca de atestados médicos.” Estes dados chamam atenção, pois também auxiliam no mapeamento da procura pelas unidades, sempre tão lotados; dessa forma, será possível, inclusive,  nortear  as ações para amenizar  superlotação ”, finaliza Remulo.

Como funciona

O médico ou o odontólogo se cadastra gratuitamente, e emite o atestado pelo aplicativo. “Neste momento, a empresa, que também estiver conectada, recebe uma notificação de que o funcionário recebeu o atestado e com um código de verificação(QR Code), explica Giuliano Rezende, desenvolvedor de Software da startup.

Para as empresas de pequeno porte, a solução é disponibilizada também de forma gratuita, já os  médios e grandes empregadores pagam uma taxa mensal para terem a gerência e a validação dos atestados. A implantação de todo o sistema é feita em aproximadamente 30 dias, e os relatórios são emitidos mensalmente. 

Inovação

A inovação surgiu quando Remulo Orlando teve seus dados profissionais utilizados para a fabricação de atestados fraudulentos. Um ano depois, durante um curso sobre inovação em saúde no Sebrae, o médico e o colega de profissão de José Antônio de Oliveira e Silva Júnior decidiram buscar uma solução para o problema.

A ideia foi acolhida pelo Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG, onde recebe mentorias, orientação financeira e mercadológica para se desenvolver. ”Nosso papel é impulsionar os bons projetos, fazer com que eles se tornem produtos ou serviços para melhorar a vida das pessoas, e rendam frutos para os nossos empreendedores", ressalta a  gerente do CEI Emilia Rosângela Pires.

A startup espera, agora, aumentar a abrangência do aplicativo. Outras duas  cidades goianas já estão treinando colaboradores para a implantação do sistema.
 
Atestify
Da esquerda para a direita: Giuliano Rezende, Remulo Orlando Borges, José Antônio Silva Júnior

 

Fonte: CEI UFG

Categorias: Tecnologia