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Universidade Federal de Goiás
V CIAMB

Caminhos da produção científica no Brasil são debatidos em seminário

Em 01/07/19 13:11. Atualizada em 03/07/19 12:12.

V Seminário CIAMB discute perspectivas das produções científicas feitas pelos programas de pós-graduação 

Lucas Humberto

A palestra de abertura do V Seminário do CIAMB, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PRPG), ocorreu na última sexta-feira (28/06) e levantou a reflexão sobre a situação da pós-graduação no Brasil. O encontro trouxe informações sobre as origens, desafios, ameaças e perspectivas da produção científica em âmbito local, nacional e mundial.

Realizada pelo pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, Laerte Guimarães, a exposição trouxe uma linha temporal da pós-graduação no Brasil, enfatizando a criação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a importância do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para o professor, a produção científica na pós-graduação do País é um exemplo bem-sucedido de política pública. “Hoje, nós podemos falar com orgulho que nós temos um sistema de pós-graduação no Brasil de nível internacional”, afirmou. O professor também buscou discorrer sobre o papel que os programas têm na capacitação para a formulação de problemas. “Mais importante hoje, do que dotar vocês, mestrandos e doutorandos, de algumas habilidades e competências técnicas, é capacitá-los quanto a formulação de problemas”.

V CIAMB

O docente também trouxe dados para explicitar a posição do Brasil com relação à produção da Ciência. Segundo dados da Fundação Gordon e Betty Moore, hoje o Brasil ocupa a 14° posição no mundo referente a produção de artigos e a 24° quanto ao impacto da produção científica. “Nós somos bons em fazer ciência, nós aprendemos a fazer isso. Se nós tivermos políticas públicas, a gente pode fazer muito mais”, explica. 

Desafios 

Professor Laerte também abordou que, apesar de uma experiência bem-sucedida, os programas de pós-graduação não cresceram de forma planejada. Atualmente, são formados 60 mil mestres e 20 mil doutores por ano, no Brasil. Segundo o docente, a formação desses profissionais está ocorrendo de forma muito acelerada e pouco adequada. Ele reflete que: “os doutores precisam conseguir ter liderança, e pensar fora da caixa”, além de usarem o tempo destinado ao doutorado para investir em formação própria. 

O professor também expõe sobre a produção de artigos, que considera fundamentalmente importante, mas deve funcionar como consequência da pesquisa desenvolvida e não apenas uma questão de produtivismo. “O modelo de avaliação induziu de fato a uma prática muito produtivista, é preciso entender qual o significado e importância disso”, explica. 

Capes

No decorrer de sua palestra, Laerte Guimarães citou várias vezes a importância da Capes, uma vez que é o principal órgão referente à coordenação dos programas de pós-graduação. Segundo o professor, a entidade valoriza os programas que possuem forte internacionalização e um planejamento estratégico de qualidade. “A internacionalização é muito mais que mobilidade, é colaborar em publicações, é ter alguma disciplina ministrada em Inglês, é pensar em uma série de atividades a partir de colaborações internacionais”. 

Sobre o planejamento estratégico, o professor reflete a importância de ter um plano definido que explique a necessidade de um programa e como ele vai ser estabelecido, mas afirma que esse planejamento não é feito da forma correta no Brasil. “A nossa pós-graduação vem crescendo sem planejamento estratégico, nós não fazemos planejamento. E agora nós vamos ser cobrados quanto a isso”. 

Ainda sobre a Capes, o professor explica que, entre outros fatores, um dos mais relevantes sobre as expectativas referentes a um programa de pós-graduação está o de possuir impacto social e econômico. O que está intrinsecamente ligado à relevância na produção acadêmica. 

Perspectivas sobre a UFG

A UFG conta com 82 programas de pós-graduação, 75 cursos de mestrado e 44 de doutorado. Há 1410 docentes envolvidos em programas de pós-graduação. Segundo Laerte, o programa Reuni possibilitou o aumento do número desses programas, visto que permitiu que dobrasse o número de alunos, o que fez com que aumentasse o número de programas e consequentemente o número de publicações. 

Por fim, Laerte revelou preocupações com a grande separação entre graduação e pós-graduação. Para o professor, o universo acadêmico deveria ser mais unificado e interativo. “No mundo ideal não há fronteira entre graduação e pós-graduação. Não há disciplinas oferecidas apenas para um programa específico, é uma coisa só”, idealiza o docente. 

O evento ocorreu no Instituto de Ciências Biológicas III, no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás e teve como tema principal “Sociedade e Meio Ambiente: Olhares e abordagens interdisciplinares”. O seminário foi organizado pelas docentes Daniela de Melo e Silva, Karla Emmanuela e Karla Maria Silva de Faria, e teve como objetivo divulgar e discutir pesquisas, projetos, teses e dissertações. 

 

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: Institucional