Pesquisa confirma que dança do ventre melhora qualidade de vida das mulheres
Atividade deve ser praticada ao menos duas vezes por semana para que sejam percebidos os benefícios
Michele Martins
De origem milenar, a dança do ventre para as mulheres é associada à feminilidade e à vitalidade. Por perceber ganhos na própria saúde após a constante prática, a psicóloga e bailarina Janete Capel Hernandes quis investigar a real relação entre a dança, em especial a dança do ventre, com a qualidade de vida e a imagem corporal de mulheres que praticam essa modalidade.
O estudo resultou em uma tese de doutorado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás (UFG), na qual verificou-se que a dança melhora a qualidade de vida de mulheres adultas nos domínios físicos e psicológicos, quando esta atividade é praticada ao menos duas vezes por semana, por, no mínimo, oito semanas. “Queria fazer uma investigação científica daquilo que já percebia na minha experiência pessoal”, relata Janete Capel.
A pesquisadora analisou dados publicados em artigos científicos sobre a relação entre dança e saúde e também relacionou essas informações às respostas de questionários aplicados a 98 mulheres, de faixa etária entre 20 e 62 anos, que praticam dança do ventre em escolas de dança de Goiânia. Os resultados estatísticos demonstraram melhorias significativas principalmente nos domínios físico e psicológico das mulheres que dançam.
De acordo com a pesquisadora, a dança do ventre envolve todo o corpo e demanda muito a respiração, o que significa que a prática de tal modalidade, bem como de outros tipos de danças, promove benefícios na postura, no metabolismo, na coordenação motora, na criatividade e no raciocínio, decorrentes da constante movimentação corporal, principalmente na região pélvica. O bem-estar subjetivo também pode ser constatado em relação ao humor positivo e à melhor aceitação da imagem corporal, que auxiliam na redução de sintomas clínicos como depressão e ansiedade.
Dessa forma, a consciência corporal, as sensações e os sentimentos relacionados à dança do ventre contribuem para uma maior percepção da bailarina com regiões do corpo que muitas vezes não são percebidas no cotidiano, como os ombros, os braços, as mãos, os quadris e a região pélvica. “Perceber tais regiões, por meio de movimentos integradores ao corpo em sua totalidade, pode gerar sensações de prazer e flexibilidade de tensões musculares geradoras de dores e de várias doenças crônicas, principalmente as doenças psicossomáticas”, explica Janete Hernandes.
Fonte: Secom UFG