Atuação inovadora marca presença da UFG na Campus Party Goiás
Professores apresentaram atuação da universidade nas áreas de empreendedorismo e enfrentamento à Covid-19
Caroline Pires e Ednamar Dias
Diversos pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) participaram da Campus Party Goiás 2020, realizado de 9 a 11 de julho de forma inteiramente online. Professores de várias áreas da universidade puderam apresentar suas pesquisas de forma dinâmica e didática, estimulando os participantes a atuar de maneira cada vez mais intensa nas áreas de inovação e tecnologia.
Com o tema "Inovações no combate a Covid-19" os professores Nelson Antoniosi (IQ/UFG), Carolina Horta (FF/UFG) e Gabriela Duarte (IQ/UFG) apresentaram as contribuições da universidade diante da pandemia. As apresentações foram mediadas pelo diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, Marcos Fernando Arriel.
As falas destacaram a necessidade urgente de que o Brasil invista em ciência para que saia do espaço de mero fornecedor de matéria-prima para outros países. "A pandemia escancarou que somos dependentes de praticamente tudo. Precisamos o Brasil hoje importar respiradores, testes, medicamentos... E qual a razão disto? Investimos pouco em tecnologia", afirmou Nelson Antoniosi.
Já Gabriela Duarte apresentou o desafio que tem sido para grande parte dos países realizar a testagem da sua população durante a pandemia. Para isso, ela apresentou o teste molecular para Covid-19 que foi desenvolvido na UFG . "Como o nosso teste conseguimos economizar com tempo, reagentes e recursos financeiros, além deste ser portátil", afirmou. A professora adiantou que na próxima semana será dado início aos processos de validação do teste para que ele já possa ser utilizado de forma ampliada em breve. O projeto foi realizado de forma conjunta com a prof.ª Elisângela Lacerda, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFG) e estudantes da pós-graduação e iniciação científica.
Utilizando Inteligência Artificial, a professora Carolina Horta desenvolve projeto para gerar modelos que sejam capazes de filtrar e priorizar compostos que tenham maior potencial de ter reação contra o vírus Sars-Cov2. A pesquisadora explicou que o seu grupo de pesquisa já trabalhava na buscar com fármacos para o Zika vírus e que diante da pandemia da Covid-19 passou a trabalhar também nesta frente. "Neste momento alguns fármacos já foram selecionados e estão sendo realizados. Tivemos resultados preliminares muito interessantes e esperamos muito em breve conseguir iniciar testes clínicos", adiantou.
Empreender para reiniciar o planeta
O estudante Júnior Mata também agradeceu pela convite para participar da Campus Party e lembrou as comunidades que mais buscam acesso às transformações tecnológicas." Estou aqui em nome dos pretos e pobres, povo que mais sofre com a falta de tecnologia, saúde, saneamento, segurança e educação", resumiu.
Emilia Rosângela, gerente do CEI/UFG, lembrou as ações e iniciativas do CEI UFG, dentre elas a Olimpíada de Empreendedorismo, aberta a estudantes de todo o Brasil, os Hackathons, Prêmio TCC Empreendedorismo e o 1o. Ideathon de Saúde, que está sendo realizado em 2020, e busca soluções inovadoras para momentos de crise na Saúde pública."Nossas ações buscam estimular o empreendedorismo, mas não se resume ao desenvolvimento de projetos, de uma empresa, queremos também despertar o empreendedor que trabalha em casa, o que estuda, o que é colaborador inova no ambiente de trabalho", concluiu.
Soluções para a saúde
Dando continuidade a participação da UFG na Campus Party, a prof.ª Helena Carasek, diretora de Transferência e Inovação Tecnológica da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação, iniciou o painel "Ciência e Inovação: prototipando soluções para a saúde" afirmando que a universidade está ainda mais ativa do que antes da pandemia e desempenhando um papel fundamental para o enfrentamento da pandemia.
Uma dessas ações é o Projeto Pneuma, desenvolvido pela Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC), em duas frentes: manutenção e fabricação de ventiladores respiratórios."Fizemos diversas configurações no equipamento e testes de bancadas por vários meses. Esta semana iremos fazer um novo teste com mais uma versão mas nova do ventilador respiratório. Esperamos dar em breve a entrada na etapa de registro na Anvisa e posterior fabricação do equipamento", adiantou.
Logo quando a pandemia teve início em março deste ano, o IPELab, ligado à Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação da UFG, iniciou os primeiros movimentos para o desenvolvimento de protetor facial para profissionais de saúde. "Começamos a pensa os protótipos de Face Shields quando não havia ainda nem ao menos especificações da Anvisa para os equipamentos. Hoje já entregamos mais de 19 mil protetores faciais", concluiu.
Cultura Maker
Criatividade, colaboração, sustentabilidade de escalabilidade. Estes são os pilares da Cultura Maker de acordo com o prof. Pedro Henrique Gonçalves, coordenador geral do IPELab UFG, que participou do Goiás Campus Party neste sábado, 11/7. Segundo ele, o ímpeto da produção e colaboração para inovações e ideias é algo inato do ser humano desde a infância. "Os espaços makes são compostos de ferramentas manuais, ferramentas digitais, sujeitos e a criatividade como carro chefe. O principal deste cenário é que quanto mais pessoas de diferentes áreas participem mais criatividade teremos", explicou.
O professor destacou que a Universidade é o espaço do conhecimento e que ela vem agindo mais a cada dia sempre transformado e inovando em formas de empreender e devolver o investimento que recebe para a sociedade. "Hoje temos o IPELab que funciona no Câmpus Samambaia e há previsão de ampliação de mais 6 unidades em todo o estado. Buscamos assim democratizar o uso da tecnologia", destacou. Por fim, o professor defendeu que o processo criativo não tem idade e que todo aquele que se propõe a ser um maker deve estar sempre preparado aos erros e a colaboração.
Desde 2018 a UFG iniciou o projeto de construção de diversos espaços makers em Goiás
Fonte: Secom/UFG
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