Música sertaneja também é assunto para a universidade
A mestranda Adrielly Campos e Almeida busca compreender como a história do gênero é contada
"Minha dissertação é sobre música sertaneja. Sob orientação do professor Ricardo Pavan, construo uma análise da série Bem Sertanejo (aquela exibida pelo Fantástico e apresentada pelo Michel Teló) na intenção de compreender como a história do gênero é contada atualmente. Isso porque o gênero que durante anos foi delineado como representante de mau gosto e de baixa cultura por teóricos e parte da mídia que tematizaram sobre ele, está tornando-se cada vez mais popular. Desde meados de 2005, quando surgiu o sertanejo universitário, o consumo da música sertaneja tem se expandido, tanto geograficamente, tornando-se o gênero mais tocado em todo o território nacional, segundo empresas de monitoramento de consumo musical no Brasil, quanto em relação à adesão pelas diversas classes sociais, dentre elas a classe A e B.
Todas essas mudanças e a presença constante da música sertaneja no dia a dia da sociedade brasileira tornaram imprescindível a existência de investigações sobre ela que buscassem compreender os processos que estavam envolvidos em seu consumo para além de uma questão de degradação cultural, conforme havia sido proposto pelos estudos tradicionais. Dessa forma, procuro reler a história da música sertaneja da perspectiva teórica oferecida pelos Estudos Culturais, compreendendo-a como uma prática cultural que tem muito a dizer sobre a própria formação da nossa sociedade e sobre as maneiras como o povo brasileiro relaciona-se com os processos de modernização, industrialização, midiatização, urbanização, entre outros, que marcaram todo o século XX e início do século XXI. O Bem Sertanejo é o objeto empírico que permite instrumentalizar essa investigação, exatamente porque se propõe a contar a história do gênero."
Adrielly Campos e Almeida, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação PPGCOM/FIC-UFG, Linha de pesquisa: Mídia e Cultura
Fonte: Ascom UFG
Categorias: Eu faço a UFG Edição 92