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Universidade Federal de Goiás
retranca diversidade regional goiás

Regional Goiás recebe grupos minoritários no ensino superior

Em 06/06/18 12:30.

Estudantes indígenas, quilombolas, com deficiência e uma aluna estrangeira cursam graduação na cidade

Weberson Dias e Amanda Justo

Partindo do princípio de que a universidade é para todos e no intuito de ampliar sua política de ações afirmativas e internacionalização, a Regional Goiás está cada vez mais plural, diversa, inclusiva e socialmente referenciada. A partir deste semestre, a Regional recebe 12 novos estudantes que representam grupos considerados minoritários da população brasileira: estudantes indígenas, quilombolas, com deficiência e uma aluna estrangeira.

Os novatos são cinco alunos indígenas, entre os quais quatro mulheres no curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC), da etnia Karajá, de Aruanã (GO), e uma estudante mulher, que ingressou no curso de Direito, via Programa UFGInclui, por ser da etnia Xakriabá, natural de São João das Missões (MG). A Regional recebeu, ainda, quatro estudantes com deficiência, sendo dois no curso de Direito e dois no curso de Arquitetura e Urbanismo – um destes, homem, com baixa visão, foi transferido da Regional Goiânia. Estudam, a partir deste semestre, na Regional, também, dois alunos quilombolas, sendo um homem no curso de Direito, natural de Minaçu (GO), comunidade de São Félix, e uma mulher no Serviço Social, de Cavalcante (GO), território dos povos Kalungas. Além destes, a Regional recebeu ainda uma estudante estrangeira no curso de Direito, que ficará na Regional por seis meses.

Diversidade regional Goiás

Mulheres indígenas cursam Licenciatura em Educação do Campo e Direito na Regional Goiás (Crédito: Weberson Dias)

Indígena
Mesmo com o filho recém-nascido e contra à vontade da mãe, a estudante indígena de Aruanã, Simoni Karajá, foi para a Cidade de Goiás para cursar Educação do Campo. “Como sou casada, minha mãe não queria que eu viesse. Nossa tradição não aceita. Casou tem que parar de estudar e cuidar da família e da casa”, explicou. Para a indígena, ingressar no ensino superior é uma oportunidade histórica. “Eu e minhas primas, Loiwa e Silmara, fomos as únicas da aldeia a entrar no LEdoC. Isso significa muito, pois é uma oportunidade para melhorarmos de vida e preservarmos nossa cultura”, destacou Simoni.

Bolsas
Quem chega na regional conta com a Coordenação de Assuntos da Comunidade Acadêmica (CCOM), responsável por realizar o acolhimento, verificar as necessidades sociais dos estudantes, demandas, e acompanhá-los conforme suas particularidades. De acordo com a coordenadora da CCOM, a assistente social Viviani Cristina, a universidade conta com programas e ações específicas que contribuem para a permanência dos estudantes recém-chegados, como o UFGInclui. Estudantes indígenas e quilombolas contam com uma bolsa mensal exclusiva do MEC. Tanto indígenas, quanto quilombolas podem concorrer às bolsas de ampla concorrência, através dos projetos Alimentação, Moradia e Permanência, avaliados conforme os critérios do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). De acordo com a assistente social, as pessoas com deficiência são atendidas com prioridade nos editais de seleção de bolsistas, em razão da vulnerabilidade social e das condições de vida apresentadas pelos estudantes. Graças ao Pnaes, elas contam com o suporte de monitores bolsistas para acompanhá-los, além da compra de equipamentos essenciais para o desenvolvimento das atividades acadêmicas.

Núcleo
Os estudantes com deficiência dispõem de apoio no Núcleo de Acessibilidade. Para a professora Denise Alves, coordenadora do Núcleo da Regional, a chegada dos estudantes com deficiência representa o cumprimento dos dispositivos legais (em especial a Lei n° 13.146/2015, que instituiu os Núcleos de Acessibilidade nas Instituições de Educação Superior). “Queremos que os estudantes com deficiência passem pelas etapas da educação básica e cheguem até a universidade. Quanto mais esses estudantes souberem que a Regional tem um Núcleo, responsável por promover acessibilidade e tornar a universidade um espaço acolhedor para todas as pessoas com deficiência, indistintamente, mais eles virão, pois, na maioria dos casos, não procuram e não acessam a universidade porque acham que a universidade não é para eles. Imaginam que a universidade não acolheria pessoas com algum tipo de deficiência”, ressaltou ela.

Denise destacou também que a sede física do Núcleo é na Biblioteca Cajuí e que as ações não acontecem de forma isolada. Pontuou ainda que a função do Núcleo não se restringe a atender somente estudantes com deficiência, como também estudantes, servidores (técnicos e docentes) que possam ter – ou vir a ter – algum tipo de deficiência. “O Núcleo articula ações e constrói parcerias para que a comunidade acadêmica tenha a acessibilidade de que precisa para sua plena participação e aprendizagem nessa etapa de ensino”, afirmou.

Intercâmbio
Quem também já se encontra nas terras vilaboenses é a estudante argentina Ana Paula Vexelman. Ela ficará na cidade por seis meses, com bolsa garantida pelo programa de intercâmbio e fará o curso de Direito. “Pude observar que Goiás é uma cidade mais pequena e não é por ser pequena que é menos bonita que Goiânia. Aqui as pessoas são muito amáveis e tenho muito a aprender. Acredito que esta experiência será muito boa para mim e para a universidade. Que possamos trocar palavras, conhecer mais os estudantes, conhecer nossas culturas e aprender idiomas diferentes… Estou muito feliz e que seja uma experiência linda para vocês, pois, será para mim também”, almeja ela.

O momento é de fortalecimento da Coordenação de Assuntos Internacionais (CAI) da Regional Goiás. “Já tivemos vários alunos que saíram da Regional e foram para Portugal, Argentina, Colômbia, mas até então recebemos poucos alunos estrangeiros. A vinda da Ana Paula Vexelman é como se completasse um ciclo de cooperações institucionais entre as universidades do Grupo Montevideo (AUGM), abrindo, assim, portas de diálogo para a Regional no âmbito internacional. Também possibilita a aproximação dos professores, alunos e servidores das dinâmicas de internacionalização curricular nas diversas esferas”, finalizou Lucas Felício, coordenador da CAI.

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Fonte: Secom/UFG

Categorias: ensino Edição 95