Você conhece o esporte orientação?
Pesquisadora conta como a prática deste tipo de atividade a levou para o mestrado em Ensino na Educação Básica
Dayse Cauper*
Sou professora de Educação Física e, em 2011, eu e minha família começamos a praticar o esporte orientação. Trata-se de uma modalidade em que o praticante, de posse de um mapa e uma bússola, se desloca, correndo ou caminhando, num terreno para encontrar pontos de controle (prismas) e registrar a passagem por todos eles, concluindo o percurso no menor tempo possível.
Em 2014, comecei a estudar essa modalidade e fui convidada pelo presidente da Federação de Orientação de Goiás a auxiliar em cursos de iniciação para novos praticantes. Foram diversos cursos ministrados para um público bem diverso, como: bombeiros militares, escoteiros, professores, famílias e amigos, de todas as idades. Nesse período, comecei a pensar no porquê de o esporte orientação não ser ensinado nas escolas.
Família orientista participou da segunda etapa do Campeonato Brasileiro da modalidade, em 2017 (Arquivo pessoal)
Logo, a pesquisa intitulada O ensino do esporte orientação na escola: possibilidades e limites de uma proposta à luz da metodologia crítico-superadora é fruto de minhas inquietações como praticante e como instrutora de cursos de iniciação pela federação. A pesquisa teve como objeto de estudo o ensino do esporte orientação nas aulas de Educação Física, considerando que o espaço onde se ensina deve determinar a maneira de ensinar, bem como os objetivos e as formas mais adequadas de avaliar o processo.
Tratou-se de uma pesquisa participante cujo objetivo era desenvolver uma sequência didático-pedagógica para o ensino do esporte orientação, que contribuísse para a ampliação dos conhecimentos e possibilidades de aprendizagem dos estudantes do ensino médio. Os referenciais utilizados foram a pedagogia histórico-crítica, a psicologia histórico-cultural e a metodologia crítico-superadora da Educação Física, todas pautadas no materialismo histórico-dialético.
A investigação buscava resposta para a seguinte questão: quais as possibilidades e os limites para o ensino dessa modalidade na Educação Física escolar à luz da metodologia crítico-superadora? Foi desenvolvida no Cepae/UFG com estudantes do ensino médio, nos anos de 2016 e 2017, sob orientação do professor Alcir Horácio da Silva. Para coletar os dados, lecionamos uma disciplina eletiva intitulada Práticas corporais de aventura – esporte orientação, no primeiro semestre de 2017.
A proposta acompanhou as discussões da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com a inserção da unidade temática Práticas Corporais de Aventura, em que o esporte orientação está inserido como uma Prática Corporal de Aventura Terrestre. Na disciplina os estudantes tiveram a oportunidade de aprender sobre o stand up paddle, tirolesa, slackline, escalada e esporte orientação. No decorrer da pesquisa atuamos nas duas frentes – educação básica e formação de professores, capacitando os professores da rede municipal de Goiânia, a convite da rede Cedes-GO.
Dayse Cauper com a turma de estudantes na disciplina eletiva ofertada no Cepae/UFG (Arquivo pessoal)
* Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino na Educação Básica do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás (PPGEEB/Cepae/UFG), vinculada à linha de pesquisa Concepções Teórico-Metodológicas e Práticas Docentes.
Fonte: Secom/UFG
Categorias: Eu faço a UFG Edição 96