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Universidade Federal de Goiás
Lingerie trans

Conforto na moda é direito de todos

Em 28/01/19 14:36.

Projeto Siamesas cria peças íntimas de vestuário adequadas às especificidades do público transexual

Gustavo Motta

 

A população trans tem demandado iniciativas não só no campo das políticas públicas, mas também relacionadas ao bem-estar e conforto. De olho nesse público os estudantes de Design de Moda da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, Carlos Augusto Ferreira e Arthur Resende, Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UFG), desenvolveram o Projeto Siamesas. A iniciativa tem o objetivo de produzir peças íntimas de vestuário, voltadas às necessidades da população trans. A ideia fez a dupla ser premiada na categoria “Negócios” da 5ª Olimpíada de Empreendedorismo Universitário.

Carlos lembra que o projeto surgiu em uma disciplina cursada na graduação. “Resolvemos dar continuidade à ideia, uma vez que estamos inseridos na comunidade LGBT+ e temos contato direto com as pessoas representadas pela sigla”, aponta. O graduando percebeu que havia uma demanda ainda não atendida, da população trans pelo mercado local de calcinhas, opinião compartilhada por Arthur Resende: “Fomos desafiados a pensar soluções de design para problemas de gênero, e percebemos a necessidade de se criar uma linha para quem não consegue encontrar produtos adequados aos seus corpos”.

Arthur rememora que, em vez de identificar um problema para depois perceber como isso influenciava no cotidiano de um público, a dupla empreendeu um processo contrário na formulação de ideias. “Primeiramente, pensamos na população trans, para depois identificarmos essa demanda”. O estudante conta que a dupla está na fase final da criação de um modelo-base, e afirma que os produtos devem ser lançados em breve, sob o nome de uma nova marca, intitulada “Aquenda”. O termo é uma gíria LGBT, que significa “guardar algo” -  geralmente associada às travestis e drag-queens, que “aquendam” os genitais.

Público

Os estudantes acreditam que, por ocupar um espaço novo no mercado, a iniciativa cria grandes expectativas sobre o sucesso do empreendimento. Nesse sentido, os jovens avaliam que é positiva a ideia de produzir algo para esse público. “É importante, enquanto forma de resistência e esforço para conferir identidade a pessoas que nunca foram pautadas pela sociedade”, comemora Arthur.

As pessoas transexuais não se identificam com o gênero atribuído durante o nascimento (masculino ou feminino). Em alguns casos, elas passam por processos de hormonização e cirurgias para se sentirem confortáveis com seus corpos. As travestis, por sua vez, assumem uma identidade de gênero feminina, mas optam por preservar a genitália masculina.

Olimpíada

O Siamesas foi premiado na categoria “Negócios” da 5ª Olimpíada de Empreendedorismo Universitário, evento promovido pela UFG, por meio dos Centros de Empreendedorismo e Incubação e os Programas da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI/UFG). O resultado final foi divulgado em outubro último e premiou seis projetos sociais, distribuindo ao todo R$ 20 mil em prêmios. “A iniciativa busca estimular a cultura empreendedora e fomentar a criatividade e o espírito colaborativo”, destaca a diretora de Transferência e Inovação Tecnológica da UFG, Helena Carasek.

Lingerie trans
Projeto foi um dos premiados na Olimpíada de Empreendedorismo

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: Arte e Cultura Moda população trans