Narrativas experimentais são conduzidas pela interatividade
Martin Groisman, professor da Universidade de Buenos Aires, analisou a construção das narrativas na era da interatividade
A Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou na tarde dessa terça-feira, 9/4, no auditório da Biblioteca Central, uma conferência com a temática "narrativas experimentais". O professor convidado, Martin Groisman, da Universidade de Buenos Aires (UBA), abordou a diacronia das narrativas experimentais, desde o século XVIII até os experimentos em narrativas digitais interativas.
Martin destacou em sua fala a importância da interatividade na narrativa, no contexto digital. Para ele, a concepção da participação do público em uma obra não é recente, havendo experimentos desse tipo há décadas. Contudo, a emergência da multilinearidade mediada pelos sistemas interativos é algo novo e precisa ser examinado e realizado. “O sentido final de um quadro ou uma música, por exemplo, é da própria pessoa que participa dessa vivência”, disse o professor, referindo-se à participação interpretativa, citando Umberto Eco como referência.
No âmbito da narrativa do cinema, o professor afirma que a visualização sempre foi a mesma, com ou sem som, porém agora a escala é diferente: pode ser uma tela, um celular ou qualquer outro dispositivo. A diferença principal da construção narrativa atual é indicada pela interatividade, a partir de narrativas multilineares que exigem a participação do expectador. A experimentação, concluiu o professor, é a mola mestra que faz girar a inovação das narrativas, agora em plano digital e interativo, com toda a criatividade que o homem consegue expressar em sua cultura.
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