Desafios da Inteligência Artificial no conhecimento
Palestra discutiu a presença da nova tecnologia no cotidiano humano
Por Letícia Santos
Quando falamos em Inteligência Artificial, logo surgem imagens de robôs que desempenham atividades humanas, como é retratado muitas vezes em diversos filmes americanos. Com a revolução tecnológica, a inteligência artificial adquire espaço nas atividades mais comuns do cotidiano de uma sociedade. Um exemplo dessa nova tecnologia são os corretores automáticos dos smartphones, a partir dos hábitos do usuário, o aparelho é capaz de fazer sugestões ortográficas.
A partir da recorrência da Inteligência Artificial na vida humana, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da Universidade Federal de Goiás (PRPI/UFG) promoveu na tarde da última sexta-feira (10/05), a palestra “Artificial Intelligence (AI): há mesmo inteligência aí?", com o professor Anderson da Silva Soares, do Instituto de Informática da UFG (INF).
“Nós precisamos entender porque a Inteligência Artificial é tão imponente nos dias atuais, se há poucas décadas atrás não existia esse contexto”, observou Anderson. Segundo o professor, as relações interpessoais estão em transformação, o que gera mudanças culturais na sociedade. Se antes a comunicação era predominante estabelecida pessoalmente, nos dias atuais, esse cenário se modifica. Os sujeitos estão cada vez mais conectadas em aparelhos celulares que proporcionam a comunicação entre pessoas de maneira instantânea e universal. “A nova geração já é inserida de forma natural em um mundo cada vez mais digital”, afirmou o professor.
Ao acessar plataformas online, interagir em redes sociais, abrir aplicativos ou se cadastrarem em lojas virtuais de compras, as empresas adquirem muitas vezes, dados pessoais dos usuários. Os dados pessoais na nova tecnologia são capazes de identificar e traçar características que diferem cada indivíduo. Segundo o professor, milhares de dados são produzidos a cada minuto, por diversas pessoas e em diferentes lugares do mundo. “O mundo digital provoca um excesso de dados e de informações. Em poucas horas eu posso gerar mais dados do que os meus pais, durante toda a vida deles”.
Novos estudos e conceitos surgem a partir da Inteligência Artificial. O termo “Big Data” é um deles. Segundo Anderson, o conceito descreve o grande volume de dados que sobrecarrega empresas diariamente. Na visão do professor, o excesso de dados não é algo positivo. “Quem nunca olhou para o seu smartphones e viu que era preciso fazer uma limpeza nos dados para melhorar o funcionamento do celular?”, questionou. Os usuários da internet se deparam com a inteligência artificial quando são bombardeados por propagandas relacionadas a um conteúdo específico e que já foi pesquisado muito antes, em uma navegação anterior. Seção de “recomendados para você” ou links para acesso automático em sites de interesse são exemplos do uso de dados pessoais na nova tecnologia. “Nós vivemos a era da abundância de dados”.
Anderson também destacou a importância desses dados coletados para o aperfeiçoamento da inteligência artificial. Segundo o professor, a inteligência humana possui uma valiosa capacidade de generalização de informações, mesmo que, em situações isoladas, possa ocorrer trocas de detalhes ou confusões. A nova inteligência tecnológica não está ficando para trás. A capacidade de algoritmos alcançarem aptidões para a generalização de dados está avançando. “Em uma situação hipotética, se antes era difícil para a tecnologia distinguir um cachorro de um gato, hoje a capacidade de identificação está muito avançada e permite que isso aconteça”. O avanço dessa ferramenta tecnológica possibilita o aprimoramento de diversificadas soluções. “Um exemplo disso é o carro autônomo e as técnicas que possibilitam essa tecnologia de reconhecer objetos, que são fundamentais para a sua consolidação”, declarou o professor.
Fonte: Secom UFG
Categorias: Tecnologia