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Universidade Federal de Goiás
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Sem diversidade de opinião não há democracia

Em 23/05/19 18:45. Atualizada em 23/05/19 18:59.

Relação entre Estado democrático e comunicação é discutida na abertura do Intercom Regional

Beatriz de Oliveira

 

Com a proposta de debater os fluxos comunicacionais e a crise na democracia, foi realizada ontem a mesa de abertura do Intercom Centro-Oeste 2019, edição regional de um dos maiores eventos da área da comunicação no Brasil. Com a Universidade Federal de Goiás como sede deste ano, ele é organizado pela Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) e coordenado pela professora Ana Carolina Rocha Pessôa Temer. Estudantes de graduação e pós-graduação e professores de todos os estados do Centro-Oeste e do Distrito Federal começaram a chegar ontem em Goiânia para participar do congresso. Os palestrantes convidados para falar sobre o assunto foram as professoras Nélia Rodrigues Del Bianco (UnB), Marli dos Santos (Cásper Líbero) e o professor Felipe Pena (UFF).

Nélia Del Bianco deu início às apresentações argumentando que a democracia compreende a coabitação entre perspectivas diferentes e a convivência com as diferenças; essa tentativa de acabar com o dissenso e a diversidade de opiniões constitui-se, portanto, em um risco à democracia. Ela disse ainda que não há democracia sem comunicação, e não há comunicação sem respeito ao outro. Sobre as redes sociais, ela refletiu que é preciso que nos distanciemos do fascínio da técnica para que possamos refletir sobre nossa atuação nela.

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Fotos: Ana Luiza Tanno

A professora Marli dos Santos afirmou que o conhecimento e a cultura são uma forma de resistência, e é importante educar os cidadãos para a leitura de mídias, para que eles sejam capazes de identificar fake news, por exemplo. Ela fez uma apresentação sobre a Alfabetização Midiática e Informacional (AMI), e defendeu um jornalismo mais participativo. Por último, o professor Felipe Pena declarou que, na sua interpretação, o Brasil já se encontra em Estado de exceção. Ele disse que ocorre hoje um sequestro da cognição pública, feita a partir da ressignificação de palavras que as tornam antidemocráticas. Ele usou como exemplo as palavras mito, esquerda, pós-verdade e resistência, e mostrou como lhes foram atribuídas um novo significado negativo, e que não permitem mais o diálogo.

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Intercom

Promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom, o Congresso tem o objetivo de estimular a produção científica de graduandos e pós-graduandos em cursos de comunicação, assim como de pesquisadores e profissionais da área. Todos os anos é realizado uma edição nacional do evento em setembro, e cinco regionais. Este foi o primeiro Intercom regional de 2019.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades