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Universidade Federal de Goiás
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A vida humana na perspectiva do digital

Em 19/06/19 15:08. Atualizada em 24/06/19 13:21.

Mesa discutiu a digitalização da vida nos dias atuais

Letícia Santos

A transformação digital é um dos fenômenos predominantes na rotina da sociedade contemporânea. Diversos segmentos do mercado fazem uso da tecnologia digital para melhorar o desempenho. Mas e quando a digitalização não abrange apenas documentos e papeis? E sim a própria vida humana? A partir dessa reflexão, o 3º Colóquio de Linguagens Midiáticas realizou na tarde da última terça-feira (18/06), um debate com o tema “Digitalização da vida: Utopia e distopias”. Foram convidadas para a discussão a professora do curso de Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Maria Filomena Gonçalves e a professora da Faculdade de Educação da UFG, Rita Márcia Magalhães.

A professora Maria Filomena iniciou o debate ao apresentar sua pesquisa, na qual narrou sobre a relação da ciência e gravura com o olhar individual do observador. A professora explicou que a ideia para a pesquisa surgiu ao ver uma imagem de um exame de ressonância magnética da sua própria coluna. “As imagens da radiologia foram fonte, suporte e matriz em linguagem gravada”. A partir do primeiro olhar da professora, os exames adquiriram um papel que vai além da ciência, as imagens também eram cultura. “Eu percebi a gravura presente no meu próprio corpo, criando uma relação dialética entre imagens destes campos de sentido, radiológico e poético”. Para ela, os exames analisados não detinham de beleza por si só, o que havia de bonito nas gravuras existiam devido a atribuição do olhar da professora para cada detalhe das imagens. “A proposta era considerar o olhar como pressuposto ao poético. Dessa forma, alguém que deseja se comunicar por meio da arte há de olhar as coisas como possíveis a isso”, afirmou.

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Professora Maria Filomena Gonçalves (Fotos: Pollyane Castro)

De acordo com as observações da professora, o desafio da arte e da visualidade está na questão do olhar e do pensar a imagem como construto cultural a favor das visões de mundo dos sujeitos. “Estes sujeitos agem e reagem à ciência, à arte e a qualquer visualidade sintomaticamente cultural”. Para ela, o olhar poético não é natural, sendo o âmbito poético uma construção. Natural seria o corpo, não as imagens. O modo como as pessoas enxergam os elementos e situações que existem, as movem e as motivam, tanto para agir, na arte, na política, na religião, na ciência. “O olhar é situacional, relacional e partilhado”. Segundo a professora, relacionadas ou não, a arte e ciência possuem elementos de construção cultural. “Estrutura cognitiva, procedimentos de trabalhos, comunidades de interesse e a importância a racionalidade, intuição e emoção que cada uma preza”, finalizou.

A professora Rita Márcia Magalhães Furtado apresentou conceitos de diversos autores contemporâneos em sua fala, como digitalização, utopia, distopia e heterotopia. Rita Márcia também promoveu reflexões ao questionar o público presente a respeito da digitalização da vida, para além da digitalização material. "Até que ponto as novas tecnologias nos desumanizam? Até que ponto não cumprem também o papel de beneficiar o ser humano? A partir de reflexões da socióloga francesa Nicole Aubert, na obra " O culto da distração", a professora discutiu a questão da intensificação de si nos dias atuais, os problemas dela advindos e o modo como a urgência e a emergência promovem a intensificação da experiência sensível, proporcionada pelas máquinas de comunicar". Segundo ela, as pessoas vivem presas a urgência de realizar muitas atividades, numa sociedade pautada no efêmero.

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Professora Rita Márcia da Faculdade de Educação da UFG

 

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Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades