Icone Instagram
Icone Linkedin
Icone YouTube
Universidade Federal de Goiás
Campus Party

Campus Party: Goiás no mapa digital do mundo

Em 06/09/19 19:11. Atualizada em 04/11/19 11:46.

Visitantes puderam fazer imersão no mundo da inovação tecnológica

Gustavo Motta

“Queremos inserir Goiás no mapa digital do mundo”. Foi com essa afirmação que o presidente do Instituto Campus Party Francesco Farruggia deu início à apresentação do evento junto a representantes da imprensa, na manhã da última quarta-feira (4). Trata-se de uma das maiores realizações mundiais em imersão tecnológica, que chega a Goiás pela primeira vez.

Em meio à baixa umidade, o espaço da chamada Open Campus esbanjava climatizadores que se erguiam do chão como monólitos. Ao redor, a paisagem era ocupada por stands e espaços com simuladores de realidade virtual. Entre eles, um que mostra o shopping do futuro: um dos espaços comerciais simulados é um restaurante onde se pode "comer" ratatouille servido por drones, em meio a um universo futurístico que poderia ter saído da mente de um cineasta como George Lucas. “Nos vemos em 15 anos”, é a mensagem ao fim do tour. Ao lado, o visitante encontra outros simuladores, esses para quem gosta de sentir adrenalina sem sair do chão: uma montanha russa e um caça F-18.

Enquanto o repórter explorava os simuladores, os cerca de quatro mil campuseiros, como são chamadas as pessoas que se inscreveram para acessar a estrutura paga do evento, aguardavam de fora pelo momento em que conheceriam toda a estrutura de 20 mil metros quadrados. Desses, aproximadamente 1.500 estavam acampados desde o dia anterior (3/9), em contagem regressiva até as 12h, o horário de abertura da Campus Party ao público. Para receber toda essa gente de fora, o evento contou com uma área de camping - isso porque, de tão grande, atrai pessoas de diferentes lugares do país. 

Era perceptível a variedade de cores, a riqueza de mundos e a diversidade de sotaques. A Campus Party agora é de Goiás, mas é do Brasil e do mundo. A primeira edição do evento iniciado em 1997 estreou no Brasil há 12 anos. Tem gente que veio pela primeira vez, e tem gente que já se sente em casa faz tempo. É o caso dos mineiros Taymara de Almeida, 20, e Gabriel Henrique da Mata, 21, que completaram sua quinta edição da Campus Party. “Aqui é um lugar onde a gente conhece pessoas de todos os lugares, inclusive amigos que voltamos a encontrar em outras edições”, destacou a jovem.

selfie

Taymara e Gabriel: com cinco participações na Campus Party, são colaboradores voluntários (Foto: arquivo pessoal)

Em casa

Taymara é estudante de Engenharia Mecânica, enquanto Gabriel cursa Ciência da Computação. Essa é a quinta passagem deles por uma edição do evento, sendo que a primeira foi em 2017, na cidade de Belo Horizonte. Dessa vez, eles vieram como colaboradores voluntários da Campus Party. “Na minha primeira participação, eu fiquei maravilhada com a oportunidade de lidar com tanta tecnologia e aprender com diversão”, conta a estudante que, junto com seu companheiro de Campus Party, veio de Montes Claros, município localizado a 865 km de Goiânia. 

Para Gabriel, o diferencial desse evento é “a possibilidade de se trabalhar em grupo e aprender a utilizar o tempo e as ferramentas disponíveis para solucionar problemas de modo prático, sem contar que é possível trocar ideias com profissionais de tecnologia e estabelecer uma relação de networking”. Nesse sentido, além de ser um evento para se conferir oportunidades e aprender a lidar com a tecnologia e as tendências dos negócios, o encontro permite a criação de redes de relacionamento profissional. Além disso, existe um clima de descontração e diversão que aproxima as pessoas, e faz com que elas “se sintam em casa”, como aponta o voluntário.

Campus Party miniatura
Evento contou com participação de quatro mil campuseiros (Foto: Ana Fortunato)

Marinheiro de primeira viagem, Ariel Freitas, 23, conta que sempre teve a curiosidade de participar de uma Campus Party e adiciona: “agora, com essa edição praticamente no quintal de casa, eu não poderia faltar”. O estudante de Sistemas de Informação conta que está em um momento de definição da área que pretende seguir no mercado e, por isso, está aberto a novos conhecimentos e experiências. “É muito legal essa ligação entre conhecimento e diversão, eu mesmo quero acompanhar as batalhas de drones”, confidenciou, se referindo a um espaço onde devem ocorrer, além das batalhas, oficinas e explicações sobre o funcionamento dessas tecnologias. Ariel está participando do evento sozinho, mas espera conseguir fazer networking com outras pessoas e obter uma experiência positiva com a comunidade de profissionais, pesquisadores e estudantes que participam da Campus Party. “A ideia é ficar à vontade aqui, até porque eu estou praticamente em casa, no quintal”, brinca.

E sentir-se em casa é algo natural para quem visita o espaço. Prova disso é o grito que ecoou pelo local durante a conversa com Taynara e Gabriel - e de um canto a outro do espaço, a cena de alguém repetindo o mesmo gesto, como se todos ali compartilhassem um código de comunicação e pertencimento à mesma comunidade. “É desse jeito sempre, esse é o grito da Campus Party”, contornou a moça quando percebeu o susto do repórter, que respondeu conhecer algo semelhante em Goiânia, praticado pela torcida de um time local de futebol chamado Vila Nova.

selfie

Ariel Freitas quer aproveitar programação para encontrar uma área de atuação profissional (Foto: arquivo pessoal)

Empreendedorismo

Entre iniciativas desenvolvidas coletivamente, os campuseiros Igor Justino Rodrigues, 21, Andressa Viana Soares, 20, e Wesley Morais, 27, estavam interessados em aprimorar um negócio que começaram em 2015: um projeto de tecnologia e educação para a realização de cursos presenciais com o auxílio de uma plataforma online. “Queremos acompanhar novidades, buscar inovações e parcerias para levar esse negócio mais adiante”, pontuou Igor que, como os demais, é estudante de Sistemas de Informação. Nesse sentido, o grupo declarou que tem como prioridade participar de workshops, oficinas e outras programações voltadas ao empreendedorismo.

Atualmente, a empresa oferece cerca de 200 cursos, entre Pacote Office, programas para edição e vetorização de imagens, informática básica e atividades profissionais em programação. Os campuseiros residem em Ceres, município do centro goiano localizado a 180 km de Goiânia, em uma região que acreditam ter grande potencial para esse tipo de serviço. “Existe uma grande demanda local e entendemos que a educação com tecnologia pode adicionar muito à qualidade de vida e ao futuro das pessoas em nossa região”, acredita Andressa.

selfie
Igor, Andressa e Wesley estão de olho nas abordagens sobre empreendedorismo (Foto: arquivo pessoal)

Já Thiago Nascimento Nogueira, 27, designer de games de Goiânia, aproveitou a experiência no evento para analisar a receptividade de um jogo de plataforma 3D, desenvolvido por ele e por Matheus Borba, 19, a partir de uma iniciativa estimulada por uma escola de games da capital goiana. Chamado “Spheres: The Ancient Fuses”, o game permite ao jogador assumir a persona de um robô em formato esférico, em uma interface de combate e desafios de quebra-cabeça. “A ideia começou durante uma competição para a criação de jogos em uma escola de games aqui em Goiânia”, lembra. O jogo está em desenvolvimento há um ano e três meses, com previsão de lançamento para 2020. “Assim, nós estamos apresentando uma versão demo [ou seja, que está em fase de testes] para que os visitantes joguem, sintam a experiência desse projeto e nos ajudem a detectar bugs em sua execução”, aponta.

Spheres
Campus Party permitiu o teste de games com objetivo de detectar bugs (Foto: Ana Fortunato)

 

UFG leva inovação à Campus Party

O stand da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da Universidade Federal de Goiás (PRPI/UFG) na Campus Party divulgou as iniciativas de apoio ao empreendedorismo que são oferecidas como serviços à sociedade. Quem passou pelo local conheceu um pouco das possibilidades tecnológicas do IPE lab, um projeto que conta com uma rede de laboratórios de prototipagem equipados com impressoras 3D e outros equipamentos que podem auxiliar empreendedores no momento de tirar boas ideias do papel - e desenvolver produtos que podem originar grandes negócios.

O diretor do Parque Tecnológico Samambaia, Luizmar Adriano Junior, destaca que a rede do IPE lab está em implementação, tanto em Goiânia, quanto em outros quatro municípios do estado: Aparecida, Jataí, Catalão e Cidade de Goiás. Os laboratórios foram projetados em um formato intitulado Makerspace, ou seja, concebidos como espaços compartilhados pela sociedade, com um intuito inovador e agregador de valores.

Além do IPE lab, o stand apresenta as atividades do Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI/UFG), que realiza cursos, oficinas, palestras, e o apoio a negócios que estão em etapas iniciais de desenvolvimento. “Estamos divulgando as atividades do CEI para quem tem interesse em saber como incubar a sua empresa”, pontua Luizmar.

Entre programas de apoio e incentivo ao empreendedorismo e inovação, o stand divulga a realização da 6ª Olimpíada de Empreendedorismo Universitário (OEU), uma competição realizada pela Regional Goiânia do CEI/UFG, em parceria com os Centros de Empreendedorismos Athenas (Regional Catalão) e Beetech (Regional Jataí), que deve ocorrer em outubro. Nesse ano, o prêmio para o vencedor da disputa é o valor de R$ 5 mil reais.

 

Fonte: Secom/UFG

Categorias: Tecnologia