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Universidade Federal de Goiás
Evento mostrou um pouco da cultura mexicana tradicional da data

Exposição do Dia dos Mortos apresentou cultura Mexicana

Em 01/11/19 18:08.

Evento apresentou elementos de decoração e contou detalhes sobre esse costume do país

Débora Alves

A Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás recebeu nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, a primeira exposição em comemoração ao Dia de los Muertos (dia dos mortos) da cultura Mexicana. O evento foi organizado pelo curso de Letras Espanhol, e é uma parceria entre a coordenadora do curso, Patrícia Roberta Machado e a estudante pelo Programa de Leitorado de Espanhol da Diretoria de Relações Internacionais (Dri), Raquel Sánchez.

A realização do evento partiu de  uma conversa entre as duas que juntas desenvolveram a ideia. O evento foi uma roda de conversa com os alunos. Raquel que é de origem hispânica, mas há nove anos mora no México, conhece bem as tradições e histórias dessa data. Para a exposição foi decorada uma mesa típica da cultura mexicana, onde foram colocadas algumas comidas como pão doce e frutas. Também foram feitos crânios decorados tradicionais da data e usadas velas brancas, flores e pétalas além de bandeirinhas decoradas com caveiras. 

Exposição dia dos mortos FL
Mesa típica foi decorada para mostrar um pouco da tradição mexicana (Fotos: Ana Fortunato)

Raquel contou que no México se colocam nas mesas os pratos favoritos dos mortos e são preparados pães especiais para a data, o pan de muerto (pão dos mortos). Os crânios decorados são feitos de açúcar ou chocolate. Lá usa-se colocar as comidas em cima dos túmulos. As famílias levam separadamente as comidas para o cemitério, pois as comidas feitas para os mortos não podem ser comidas e somente os crânios de doce são comidos pelas crianças após o fim da celebração.

Exposição dia dos mortos FL
Estudantes também foram pintados durante o evento

Toda essa preparação é feita antes de chegar o dia 31/10, a cidade, casas e o cemitério são decoradas com as flores Cempasúchil, nome de origem indígena, cempa significa vinte pétalas e súchil significa flor. Elas começam a florescer no mês de outubro nas cores laranja, amarelo e violeta, e carregam o significado de que essas flores guardam o calor do sol para os mortos e seus perfumes os atraem.

Além das flores são usadas decorações de papeis picados, velas brancas e coloridas. Pétalas são espalhadas e também  usadas para fazer um caminho para guiar os mortos. Esta data é sempre celebrada com muitas cores pois, apesar de ser um dia triste, eles tratam a morte com naturalidade. 

Exposição dia dos mortos FL

A celebração começa na noite de 31/10 e termina no dia 02/11 e toda a comunidade participa. Segundo Raquel, essa celebração teve início desde antes da conquista da Espanha. Outro símbolo desta data são as borboletas Monarcas que todos os anos no mês de outubro migram do Canadá para o México em busca do calor. Para eles as borboletas trazem as almas dos mortos. 

Ela também explicou sobre as Catrinas que simbolizam os esqueletos das damas da alta sociedade. “Elas usam chapéus decorados com flores ou somente flores na cabeça. No dia dos mortos as pessoas se maquiam e fazem esculturas da Catrina. As esculturas são feitas com arames moldando o corpo, jornais molhados para estruturar e papel cartão por cima que são pintados e decorados”, contou ela. 

Raquel e Patrícia
Coordenadora do curso Letras Espanhol, Patrícia Roberta Machado e a estudante pelo Programa de Leitorado de Espanhol da Diretoria de Relações Internacionais (Dri), Raquel Shanchez

Segundo Raquel, as Catrinas também conhecidas como Calabera Garbancera, foram criadas em torno de 1930 pelo cartunista José Guadalupe Posada. Elas foram criadas com a intenção de fazer uma crítica à alta sociedade pois nessa época começaram a circular textos escritos pela classe média que criticavam a situação econômica do país e as classes privilegiadas. Catrina é representada como um caveira usando roupas de gala, tomando drinks e em festas da alta sociedade. O objetivo era retratar a miséria e a hipocrisia da sociedade. Diego Rivera, marido de Frida Kaklo, pintou um mural em crítica aos ricos da época, onde colocou personalidades da alta sociedade e ao meio Catrina, a obra se chama Sueño de una tarde dominical em la Alameda Central.

Catrina
Palestra mostrou diversos símbolos e tradições da cultura mexicana

A exposição mostrou as diferenças entre as tradições nesta data. Para o último dia da exposição foi preparada uma sessão exclusiva para alunos com deficiência auditiva, onde Raquel Sánchez e uma intérprete se maquiaram  de Catrina, e contaram toda simbologia e tradições mexicanas para os alunos.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Arte e Cultura